Parceria foca na combinação de tecnologias para a produção de combustíveis renováveis a partir do CO2; projeto inovador foi selecionado em chamada pública Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O Porto do Açu e a Repsol Sinopec Brasil firmaram um acordo para o desenvolvimento de estudos técnicos de combinação da tecnologia de captura de dióxido de carbono (CO2) diretamente do ar com a tecnologia de conversão deste CO2 capturado em combustível de menor pegada de carbono para embarcações e aviação, duas tecnologias que estão em desenvolvimento pela RSB.
O projeto tem o objetivo de estabelecer um ciclo que não apenas mitiga as emissões de CO2, mas também transforma esse gás em combustível renovável, um recurso essencial para operações portuárias. O Porto do Açu recebeu mais de 7.000 embarcações apenas em 2024, o que o torna o local ideal para o desenvolvimento dessa tecnologia.
A parceria tem foco pioneiro em soluções de descarbonização para os setores marítimo-portuário e aviação, que enfrentam desafios cada vez maiores para atingir suas metas de sustentabilidade. A expectativa é que a planta piloto tenha capacidade para capturar 5.000 toneladas de CO2 por ano, produzindo cerca de 300 litros de combustível sustentável por dia, que pode ser diretamente testado e validado nas embarcações de apoio.
O projeto foi uma das 43 propostas selecionadas em uma chamada pública Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para desenvolvimento e implantação de unidades de produção de combustível de aviação sustentável (SAF) e combustíveis para navegação, de um total de 76 inscrições.
A iniciativa integra o portfólio de inovação do Porto do Açu, liderado pelo Cais Açu Lab, que visa se consolidar como um hub estratégico de soluções energéticas e sustentáveis e conta com a experiência dos projetos DAC SI e CO2CHEM, capitaneados pela Repsol Sinopec. O DAC SI é desenvolvido em parceria com a PUCRS e comissionou em 2024 uma unidade DAC (Direct Air Capture) com potencial de captura de 300 toneladas de CO2 direto do ar por ano. Já o projeto CO2CHEM, tem a Hytron, a USP e o SENAI Cetiqt como parceiros, para o desenvolvimento de uma planta piloto de produção de combustíveis renováveis a partir do CO2.
O acordo firmado entre as duas empresas inclui um MoU (Memorandum of Understanding), garantindo o alinhamento das expectativas entre as partes para desenvolvimento desta nova solução tecnológica. —Este é um marco para a indústria brasileira e global, pois representa um avanço significativo na captura de CO2 e na utilização dessa tecnologia para a produção de combustíveis. Nosso objetivo é acelerar a transição energética e contribuir para o alcance das metas climáticas, destacando o protagonismo da Repsol Sinopec e do Porto do Açu, através da utilização da inovação como ferramenta para impulsionar o desenvolvimento de tecnologias que realmente façam a diferença— disse Eugenio Figueredo, CEO do Porto do Açu.
Alejandro Ponce, CEO da Repsol Sinopec Brasil, reforça a importância da parceria. —Acreditamos que a colaboração é essencial para a inovação. E essa parceria representa um avanço significativo para as tecnologias que estamos desenvolvendo na Repsol Sinopec Brasil com objetivo de contribuir para a descarbonização da economia, alinhados à ambição global do Grupo Repsol de atingir emissões líquidas zero até 2050. Investir em parcerias, como essa com o Porto do Açu, é a chave para impulsionarmos uma transição energética justa—.
A parceria entre o Porto do Açu e a Repsol Sinopec destaca-se pelo potencial para promover avanços significativos no campo da descarbonização e da transição energética através da pesquisa e desenvolvimento com aplicação em ambiente real.
Porto do Açu — Localizado na região norte do Rio de Janeiro, o Porto do Açu é o maior complexo porto-indústria privado de águas profundas da América Latina. Em operação desde 2014, é administrado pela Porto do Açu Operações, uma parceria entre a Prumo Logística, controlada pelo EIG, e o Porto de Antuérpia-Bruges Internacional. Ao todo, são 26 empresas já instaladas, entre clientes e parceiros, sendo várias delas companhias de classe mundial. Com atividades de minério, petróleo e gás natural consolidadas e em expansão, o Açu busca acelerar a industrialização com foco em projetos de baixo carbono, sendo reconhecido como o porto da transição energética no país.
Repsol Sinopec Brasil — Presente no Brasil desde 1997, a Repsol Sinopec (RSB) é uma das maiores produtoras de óleo e gás do país. Desde 2010, é formada por uma joint venture entre o grupo espanhol Repsol (60%) e o grupo chinês Sinopec (40%), tornando-se uma das maiores investidoras do setor no país na última década.
A empresa foi a primeira a participar da abertura do mercado de Exploração e Produção, no campo de Albacora Leste, e possui forte atuação em ativos de classe mundial, sobretudo no pré-sal. Entre os ativos, estão o campo de Sapinhoá, quarto maior campo produtor do Brasil, e o Projeto Raia, que será um dos maiores fornecedores de gás natural do país, insumo considerado fundamental para transição energética.