Em seminário, governador ressaltou que o estado é responsável por 89% da produção de petróleo e 76% de gás natural no país.
O Governador Cláudio Castro (PL) participou no dia 10 de abril (quinta-feira) da mesa de abertura do seminário “A Força do Petróleo do Rio de Janeiro – Um Gigante Energético”, no Campo Olímpico de Golfe, na Barra da Tijuca, idealizado pela Secretaria de Energia e Economia do Mar (Seenemar), do Governo do Estado do Rio de Janeiro, com o apoio institucional da Rede Criativa, entidade sem fins lucrativos que atua na área de estudos e pesquisas. Com investimentos mapeados superiores a US$ 85 bilhões (cerca de R$ 510 bilhões) até 2030, o estado se consolida como um dos maiores polos da indústria petrolífera global, sendo responsável por 89% da produção de petróleo e 76% da produção de gás natural no país. A expectativa é de geração de mais de 70 mil postos de trabalho no período.
Castro voltou a falar sobre a necessidade da reformulação do pacto federativo a respeito da distribuição dos royalties de petróleo. Segundo ele, os recursos destinados à União deveriam ser revertidos para que o próprio Estado investisse em infraestrutura, além de promover melhores condições para a população e para o empresariado.
—Os números mostram que o Rio de Janeiro é a capital energética do Brasil, é o local mais importante desse setor. Eu falo sempre que o Rio de Janeiro é mais importante para o Brasil energeticamente do que o Texas para os Estados Unidos. E o Texas é um estado rico nos EUA —declarou o governador.
Cássio Coelho, secretário estadual de Energia e Economia do Mar, frisou a importância do setor para o Rio de Janeiro, protagonista do setor no país.
—O Rio de Janeiro ocupa um papel central na indústria de petróleo e gás no Brasil, concentrando grande parte da produção nacional e abrigando importantes empresas do setor. É fundamental unirmos forças — governo, setor privado e sociedade — para impulsionar o desenvolvimento do Rio de Janeiro. O petróleo e o gás seguem sendo pilares da nossa economia, mas é olhando também para as energias renováveis que construiremos um futuro energético mais diversificado, resiliente e justo para todos — disse Cássio.
Destaque para o Rio no setor energético — Se fosse um país, o Rio de Janeiro seria o 10º maior produtor de petróleo do mundo. Números consolidados de 2024 da Secretaria de Fazenda (Sefaz-RJ) apontam que a extração de petróleo e gás correspondeu a mais de 90% das exportações do estado, movimentando cerca de R$ 41,72 bilhões.
A indústria de petróleo gera 1,6 milhão de empregos no Brasil e que as maiores empresas globais de petróleo, e que hoje estão se posicionando como empresas de energia, estão sediadas no Estado do Rio.
Além disso, o RJ se consolida como o maior produtor de biogás (327milhões de 3³/ano) e o primeiro de biometano (80,3 milhões de m³/ano) do país.
Projetos para reduzir a emissão de CO2 — O Estado do Rio está trabalhando em projetos como o Corredor Sustentável, primeiro corredor sustentável do país, onde caminhões e ônibus que trafegam entre RJ e SP podem abastecer veículos pesados com gás natural e biometano. Atualmente, são 14 postos de combustíveis adaptados.
Para iniciar o processo de descarbonização da mobilidade urbana no estado, o governo lançou o projeto-piloto RJ Mobilidade Sustentável. O programa já utiliza dois ônibus movidos a gás natural e biometano em linhas intermunicipais, capazes de reduzir em até 20% as emissões de CO2, principal agente do aquecimento global.
Transição energética — Com um grande potencial de geração de fontes renováveis, como energia eólica, solar fotovoltaica, biogás e hidrogênio, o Rio de Janeiro tem investido na transição energética e é um importante ator no cenário energético nacional.
Um projeto-piloto para incentivar a implantação de eólicas offshore está em andamento, em parceria com a Petrobras. Com o terceiro maior litoral do país, o Rio de Janeiro tem potencial para gerar mais de 210 mil novos empregos no setor de Eólicas Offshore. Já são 15 projetos em fase de licenciamento no Ibama para produção de energia a partir da força do vento em alto-mar.
Presidente do IBP defende formação profissional para 400 mil novos postos de trabalho até 2030 — Na abertura do Seminário A Força do Petróleo do Rio de Janeiro, Roberto Ardenghy alertou para risco de apagão de mão-de-obra no setor de O&G. Previsão é que o Estado receba investimentos de mais de R$ 180 bilhões até 2030.
O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, defendeu o investimento concentrado na formação profissional especializada no setor para responder à crescente demanda, com previsão de mais de 400 mil novos postos de trabalho até 2030. —Temos hoje a possibilidade de um apagão de mão-de-obra no setor e precisamos nos preparar agora para capacitar mais de 400 mil pessoas nos próximos anos. O setor vai precisar de profissionais habilitados, com formação acadêmica e conhecimento em inteligência artificial e línguas estrangeiras, entre outras habilidades relacionadas à agenda da transição energética —destacou Ardenghy, na cerimônia de abertura do Seminário A Força do Petróleo do Rio de Janeiro – Um Gigante Energético, na manhã do dia 10 de abril (quinta-feira), no Rio de Janeiro. O executivo completou destacando que o IBP oferece, por meio da sua Universidade Corporativa (UnIBP), mais de 400 cursos de formação profissional especializada.
Maior produtor de petróleo e gás do país, o Estado do Rio de Janeiro respondeu, em janeiro e fevereiro de 2025, por 89% da produção nacional de petróleo e 76% da produção nacional de gás, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) No cenário estadual, 53% da economia do Rio de Janeiro é sustentada pelo setor de petróleo e gás — com cerca de 550 mil empregos diretos. O Rio de Janeiro é também o maior exportador desses recursos no âmbito nacional. —Vejam a dimensão que o setor tem para a economia nacional e do estado. O Rio de Janeiro tem hoje mais petróleo que Noruega, México e Angola. Somos hoje o principal exportador para o mercado chinês —comparou o presidente do IBP.
—Enquanto se discute o licenciamento para exploração da Margem Equatorial, já foram anunciados investimentos de mais de R$ 180 bilhões até 2030 no Rio de Janeiro, sendo R$ 120 bilhões somente da Petrobras até 2029 —concluiu Cássio Coelho, secretário de Estado da Energia e Economia do Mar. Neste contexto, foram destinados ao Estado do Rio de Janeiro cerca de R$ 25 bilhões de royalties em 2024 provenientes da exploração e produção de O&G.