—A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) considera que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar novamente a taxa Selic em um ponto percentual, no dia 19 de março (quarta-feira), para 14,25%, intensifica os desafios enfrentados pela economia brasileira.
Os juros elevados restringem o acesso ao crédito, dificultam investimentos e ampliam as despesas financeiras de famílias e empresas, com efeitos profundos em diversos setores produtivos do país. A Abrainc entende, porém, que a medida tem sido necessária para reduzir a pressão inflacionária, mas, reforça que o governo precisa construir um caminho estrutural para que a taxa Selic seja reduzida de forma perene nos próximos anos. Para isso, é muito importante que haja responsabilidade fiscal e maior controle do gasto público.
O Brasil já ultrapassou a Argentina e passou a ocupar, desde fevereiro deste ano, a primeira colocação no ranking mundial de juros reais do mundo.
Esses desafios são particularmente evidentes no impacto sobre as empresas, que enfrentam crescentes dificuldades para manterem sua sustentabilidade financeira. Ao longo de 2024, os pedidos de recuperação judicial tiveram um aumento de 61,8% em relação a 2023, com 2,2 mil pedidos, segundo a Serasa Experian, o maior desde o início da série histórica, em 2014.
Precisamos de juros menores para criarmos um cenário mais favorável aos investimentos, condição fundamental para ampliarmos ainda mais a geração de emprego e renda aos brasileiros— conclui a Abrainc.