edise-petrobras

27/02/2025

Petrobras registra lucro líquido de R$ 36,6 bilhões em 2024, queda de 70,6%

Ante o resultado registrado em 2023 quando atingiu lucro líquido de R$ 124,6 bilhões. No quarto trimestre a petroleira registrou prejuízo de R$ 17 bilhões, ante um lucro líquido de R$31 bilhões no mesmo período de 2023.

A Petrobras divulgou seu balanço financeiro na noite do dia 26 de fevereiro (quarta-feira), onde registrou prejuízo líquido de R$17 bilhões (US$ 2,8 bilhões) no quarto trimestre, ante um lucro líquido de R$31 bilhões no mesmo período de 2023, segundo a companhia houve com impactos de natureza contábil relacionados ao câmbio.

O resultado contribuiu para um recuo 70,6% no lucro líquido de 2024, que somou R$36,6 bilhões (US$ 7,5 bilhões), após a companhia ter tido o segundo melhor desempenho de sua história em 2023, a soma de R$124,6 bilhões.

A companhia registrou um fluxo de caixa operacional de R$204 bilhões (US$38 bilhões) durante o ano,, apesar dos números negativos.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, da sigla em inglês) ficou em R$ 40,96 bilhões no quarto trimestre e R$ 214,41 bilhões no ano, quedas de, respectivamente, 38,7% e 18,2% ante 2023.

O diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, afirmou em nota que o resultado foi impactado principalmente pela variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior.

—O resultado da Petrobras em 2024 foi impactado principalmente por um item de natureza contábil: a variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior. São operações financeiras entre empresas do mesmo grupo, que geram efeitos opostos que ao final se equilibram economicamente. Isso porque a variação cambial nestas transações entra no resultado líquido da holding no Brasil e impactou negativamente o lucro de 2024. Ao mesmo tempo, houve impacto positivo direto no patrimônio — explica o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo.

Sem os efeitos dos eventos exclusivos, o lucro líquido do quarto trimestre seria de R$ 103 bilhões (US$ 19,4 bilhões) no ano.

Se forem expurgados os eventos exclusivos, o lucro líquido do quarto trimestre seria de R$ 17,7 bilhões (US$ 3,1 bilhões).

—O excelente resultado operacional e financeiro de 2024 demonstra, mais uma vez, a capacidade da nossa empresa de gerar valores que são revertidos para a sociedade e para os nossos investidores. Destaco a geração operacional de US$ 38 bilhões e a dívida financeira de US$ 23 bilhões, o menor nível desde 2008— afirma a presidente Magda Chambriard.  

De acordo com a companhia, o outro fator que afetou o resultado anual foi a adesão da Petrobras, em junho de 2024, ao edital de contencioso tributário. Evento exclusivo do 2º trimestre de 2024, a decisão foi positiva e possibilitou o encerramento de relevantes disputas judiciais envolvendo afretamentos de embarcações ou plataformas e seus respectivos contratos de prestação de serviços, sem impacto relevante no caixa da companhia.

Além disso, fatores do ambiente externo, como variação do preço do Brent e da redução de 40% do crackspread de diesel (diferença do preço médio do diesel no mercado mundial em relação ao do petróleo) em relação a 2023, trouxeram instabilidade para todo o mercado, não apenas a Petrobras. As grandes refinadoras globais também foram impactadas por menores margens internacionais de diesel e tiveram redução de Ebitda no segmento de refino e comercialização.

Ao longo de 2024, a Petrobras cumpriu a sua estratégia comercial, que considera as suas melhores condições de produção e logística para a precificação do diesel e da gasolina na venda para as distribuidoras. Isso permitiu à companhia praticar preços competitivos frente a alternativas de suprimento e mitigar a volatilidade do mercado internacional e da taxa de câmbio.

Investimentos — Segundo a Petrobras, a empresa investiu R$ 91 bilhões (US$ 16,6 bilhões) em projetos durante o ano de 2024. A realização acima da projeção (guidance) não representa um custo adicional e sim uma antecipação, uma vez que foi reduzido o gap entre a evolução física e financeira das plataformas em Búzios. Essa redução do descasamento era esperada ao longo de 2025, mas com uma atuação forte na gestão contratual, a solução foi antecipada totalmente para 2024. A companhia ganha na redução de riscos e no aumento do potencial de antecipações, reforçando o foco na execução no plano de investimentos e nas metas de produção.

Esses investimentos foram responsáveis por sustentar 250 mil empregos e representam 5% do investimento brasileiro no ano passado.

Dividendos e contribuição para a sociedade em 2024 — A Petrobras realizou o pagamento de R$ 102,6 bilhões em dividendos em 2024. A decisão de pagamento de dividendos é definida com base no caixa da companhia e nos fluxos futuros, conforme estabelece a Política de Remuneração aos Acionistas da companhia.

Em 2024, foram pagos R$ 270 bilhões em tributos aos cofres públicos, o segundo maior em dez anos. Além disso, do montante total de dividendos pagos em 2024, R$ 37,9 bilhões correspondem à parcela do governo brasileiro (União + BNDES).

Adicionalmente, foram destinados mais de R$ 1 bilhão em investimentos socioambientais voluntários e obrigatórios, patrocínios e doações.

Destaques Operacionais em 2024 — No ano de 2024, a Petrobras atingiu todas as metas de produção estabelecidas em seu Plano Estratégico 2024-2028+. A produção total de óleo e gás natural alcançou 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). Novos recordes anuais de produção total própria e operada foram alcançados no pré-sal, com 2,2 milhões de boed e 3,2 milhões de boed, respectivamente. A companhia elevou as suas reservas provadas, alcançando um índice de reposição de reservas (IRR) de 154% e relação reservas produção (R/P) de 13,2 anos.

Dois novos sistemas de produção entraram em operação (FPSO Maria Quitéria e FPSO Marechal Duque de Caxias) e navio-plataforma Sepetiba atingiu o topo de produção. A companhia segue comprometida com as metas de produção para 2025 e com perspectivas de recuperação na produção com o ramp up das novas plataformas. Ainda este ano, mais três novos sistemas iniciarão a produção.

O fator de utilização total (FUT) em 2024 foi de 93%, a maior utilização do parque de refino dos últimos 10 anos considerando as refinarias atuais da Petrobras. Foram registrados recordes de produção de gasolina (420 mil bpd) e diesel S-10 (452 mil bpd). O Diesel produzido pela Petrobras em 2024 é suficiente para abastecer quase 1,5 milhão de caminhões. Ainda em 2024, foram iniciadas as operações comerciais da UPGN do Complexo de Energias Boaventura e da unidade de SNOx da RNEST. Ainda no Refino, alcançamos o melhor valor histórico do Indicador de Emissões de Gases do Efeito Estufa – IGEE-Refino (36,2 kgCO2e/CWT).

Visão 2025 — A Petrobras segue firme em sua trajetória de geração de valor, com foco em projetos rentáveis e alinhados ao Plano de Negócios 2025-29. Entre as iniciativas planejadas para 2025, destacam-se o início da operação de três novos FPSOs, incluindo o FPSO Almirante Tamandaré, que já está em produção, além do ramp up de sistemas que entraram em 2024. A companhia espera acrescentar 100 mil barris de produção de óleo por dia em 2025.

A descoberta de novas áreas e o desenvolvimento das atuais devem propiciar um incremento na relação entre as reservas provadas e a produção, indicador em que a Petrobras já apresenta excelentes números.

No refino, o revamp do Trem 1 da RNEST permitirá um aumento de 15 mil barris por dia na capacidade de processamento, enquanto o novo HDT da Replan contribuirá com mais 63 mil barris por dia de Diesel S-10. O segundo módulo da UPGN do Complexo Boaventura adicionará 10,5 milhões de m³/dia à nossa capacidade de gás.

Com esses avanços, a companhia reafirma seu compromisso com a sociedade, os acionistas e a sustentabilidade de seus negócios.

Perspectivas da Petrobras para 2025 — Segundo o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, a Petrobras seguirá investindo em projetos rentáveis e comprometida com a execução do Plano de Negócios em 2025. Nesse sentido, obtivemos recentemente o primeiro óleo do FPSO Almirante Tamandaré e iremos, ainda em 2025, começar a operar o FPSO Alexandre de Gusmão e a P-78. Também estamos trabalhando no ramp up dos dois sistemas que iniciaram suas atividades no final de 2024. Esperamos um incremento de 100 mil de barris de óleo por dia na produção da Petrobras.

Na área de exploração, a descoberta de novas áreas e o desenvolvimento das atuais devem propiciar um incremento na relação entre as reservas provadas e a produção, indicador em que a Petrobras já apresenta excelentes números.

Também vamos ampliar a capacidade do nosso parque de refino e melhorar a qualidade dos produtos. Teremos, em 2025, um incremento de 25 mil bpd de capacidade de processamento com a conclusão do revamp do Trem 1 da RNEST, já considerando a entrada da Unidade de SNOx em 2024. E o novo HDT da Replan contribuirá com mais 63 mil barris por dia de Diesel S-10. O segundo módulo da UPGN do Complexo Boaventura adicionará 10,5 milhões de m³/dia à nossa capacidade de gás.

Esses e outros diversos projetos têm o potencial incrementar as receitas e sustentam nossa confiança de que estamos no caminho certo, comprometidos com a geração de valor, com a sociedade e com nossos acionistas.

Remuneração aos acionistas—A Petrobras informa que seu Conselho de Administração (CA), em reunião realizada no dia 26 de fevereiro (quarta-feira), autorizou o encaminhamento à Assembleia Geral Ordinária (AGO), prevista para 16 de abril de 2025, da proposta de distribuição de dividendos equivalentes a R$ 9,1 bilhões. Caso haja aprovação da AGO, considerando os proventos antecipados pela companhia ao longo do ano, devidamente corrigidos pela Selic, a remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2024 totalizará R$ 75,8 bilhões, sendo R$ 73,9 bilhões em distribuição de dividendos e JCP e R$ 1,9 bilhão em recompras de ações.

A distribuição proposta está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas (Política) vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor, observadas as demais condições da Política, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre. Esta distribuição é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia.

Os dividendos propostos para o ano já levam em consideração a correção pela SELIC sobre as antecipações de dividendos e JCP relativas ao exercício social 2024, no valor de R$ 0,6 bilhão, que também foram descontados do total da remuneração aos acionistas. Vale comentar ainda que ao longo do quarto trimestre não houve recompra de ações.

Os proventos serão pagos em duas parcelas nos meses de maio e junho de 2025, da seguinte forma:

Valor a ser pago: R$ 0,70954522 por ação ordinária e preferencial em circulação, sendo que:

(i) a primeira parcela, no valor de R$ 0,35477261 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 20 de maio de 2025, integralmente sob a forma de dividendos.

(ii) a segunda parcela, no valor de R$ 0,35477261 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 20 de junho de 2025, integralmente sob a forma de dividendos.

Data de corte: dia 16 de abril de 2025 para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3 e record date em 22 de abril de 2025 para os detentores de ADRs negociados na New York Stock Exchange (NYSE). As ações da Petrobras serão negociadas ex-direitos na B3 a partir de 17 de abril de 2025.