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07/02/2025

Valor da cesta básica aumenta em 13 capitais em janeiro, diz Dieesecesta-basica-subindo canal

Em janeiro de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.156,15, ou 4,71 vezes o mínimo de R$ 1.518,00. O Trabalhador assalariado tem usado mais de 50% do salário para a cesta básica.

No primeiro mês de 2025, o custo da cesta básica aumentou em 13 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos(Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As elevações mais importantes foram registradas em Salvador (6,22%), Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%). As reduções ocorreram em Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%), dados divulgados no dia 06 de fevereiro (quinta-feira).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 851,82), seguida por Florianópolis (R$ 808,75), Rio de Janeiro (R$ 802,88) e Porto Alegre (R$ 770,63). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 571,43), Recife (R$ 598,72) e João Pessoa (R$ 618,64).

A comparação dos valores da cesta, entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, mostrou que 15 capitais tiveram alta de preço, com destaque para as variações das cidades do Nordeste: Fortaleza (13,28%), João Pessoa (10,52%), Natal (10,14%), Recife (8,76%) e Aracaju (8,13%). Duas cidades apresentaram taxas negativas: Porto Alegre (-2,59%) e Belo Horizonte (-1,00%).

Com base na cesta mais cara, que, em janeiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em janeiro de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.156,15, ou 4,71 vezes o mínimo de R$ 1.518,00. Em dezembro de 2024, quando o salário mínimo era de R$ 1.412,00, o valor necessário era de R$ 7.067,68 e correspondeu a 5,01 vezes o piso mínimo. Já em janeiro de 2024, deveria ter ficado em R$ 6.723,41 ou 4,76 vezes o valor vigente.

Cesta x salário mínimo — Em janeiro de 2025, com o aumento de 7,5% no salário mínimo, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 103 horas e 34 minutos. Em dezembro de 2024, antes do reajuste, a jornada média era de 109 horas e 23 minutos, e, em janeiro de 2024, de 106 horas e 30 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em janeiro de 2025, 50,90% do

rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em dezembro de 2024, com o salário mínimo de R$ 1.412,00, o trabalhador precisava usar 53,75% da renda líquida. Já em janeiro de 2024, o percentual ficou em 52,33%.

Rio de Janeiro — Em janeiro de 2025, o preço da cesta básica da cidade do Rio de Janeiro apresentou aumento de 2,95% em relação a dezembro de 2024. Seu custo foi de R$ 802,88, a terceira cesta básica mais cara dentre as capitais pesquisadas. Em comparação com janeiro de 2024, a cesta acumula elevação de 1,40%.

Entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, oito dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram aumento nos preços médios: o tomate (46,76%), o café em pó (12,80%), a farinha de trigo (2,85%), a manteiga (2,43%), o pão francês (1,05%), a banana (0,96%), a carne bovina de primeira (0,22%) e o açúcar refinado (0,22%). Os outros cinco produtos apresentaram queda de preço: a batata (-7,69%), o feijão preto (- 4,64%), o leite integral (-2,80%), o óleo de soja (-2,09%) e o arroz agulhinha (-2,06%).

No acumulado dos últimos doze meses, foram registradas elevações em seis dos 13 produtos: o café em pó (64,35%), o óleo de soja (29,45%), a carne bovina de primeira (19,96%), a manteiga (10,82%), o leite integral (7,11%) e o pão francês (5,93%). Apresentaram diminuição de preços a batata (-50,65%), o tomate (-22,11%), o feijão preto (-13,78%), a banana (-8,66%), a farinha de trigo (-6,91%), o arroz agulhinha (- 3,18%) e o açúcar refinado (-2,52%).

Em janeiro de 2025, o trabalhador do Rio de Janeiro remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.518,00 precisou trabalhar 116 horas 22 minutos para adquirir a cesta básica. Em dezembro de 2024, o tempo de trabalho necessário havia sido de 121 horas e 30 minutos. Em janeiro de 2024, quando o salário mínimo era de R$ 1.412,00, o tempo de trabalho necessário era de 123 horas e 22 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em janeiro de 2025, 57,18% de sua remuneração para adquirir os produtos da cesta básica – que são suficientes para alimentar um adulto durante um mês. Em dezembro de 2024, este percentual foi 59,71% e, em janeiro de 2024, 60,62%.