O setor bancário é um dos mais relevantes da bolsa brasileira, respondendo por quase um quinto do índice Ibovespa. Além disso, é nesse setor que estão algumas das mais conhecidas instituições do Brasil, como o Itaú (ITUB4) e o Banco do Brasil (BBAS3).
Se você recebe salário ou movimenta dinheiro, com certeza já utilizou serviços de algum banco. Porém, caso não saiba a importância deles para a bolsa nem como se dá a dinâmica entre ambos, hoje vamos explicar o que é o setor financeiro e qual é sua importância para o Ibovespa.
Este conteúdo tem caráter meramente informativo e não constitui recomendação de investimento.
A importância dos bancos — Quando uma empresa quer expandir suas atividades, mas precisa de capital externo para conseguir isso, o que ela faz? Bem, o primeiro passo é recorrer aos bancos múltiplos ou de investimento em busca de concessão de crédito, o que vai alavancar o capital da companhia até que ela consiga recursos para investir na expansão.
Ao expandir, a empresa tende a gerar empregos e a ampliar a qualidade dos serviços da empresa, podendo resultar em aumento de lucros. Com isso, a empresa consegue pagar o empréstimo mais os juros que o banco cobra, atividade por meio da qual o banco consegue auferir seus lucros e reinvesti-lo ou distribuí-lo aos acionistas na forma de dividendos.
Por isso, os bancos são um dos principais motores que impulsionam o crescimento do país no “mundo real”. E isso não é diferente no mercado financeiro, pois cerca de 20% da composição do Ibovespa é formada por empresas bancárias. Logo, quando os bancos vão bem, seu forte desempenho contribui para valorizar o Ibovespa, alavancando ganhos em outras ações.
Riscos do setor financeiro — O setor financeiro está entre os mais lucrativos do Brasil para os acionistas. Ações como as do Banco do Brasil podem oferecer um retorno sobre o investimento (ROE) superior a 17%, número bastante expressivo. E, como possuem lucros elevados, os bancos também pagam grandes dividendos — como o já citado Banco do Brasil, que chega a pagar mais de 10% ao ano.
Por outro lado, os bancos não são um setor alheio a crises. Quando a economia brasileira desacelera ou entra em recessão, aquela empresa que fez um empréstimo no banco pode não ter condições de pagar. No entanto, se várias empresas estiverem na mesma situação, a inadimplência tende a aumentar bastante.
Se os clientes não pagam seus empréstimos e se os calotes aumentam em uma velocidade muito alta, os bancos podem restringir suas operações de crédito, concedendo menos empréstimos, o que, no longo prazo, é capaz de ocasionar uma desaceleração na economia, algo que economistas chamam de “ciclo de crédito restritivo”.
Essa é uma medida de proteção para evitar que o banco tenha dificuldades de honrar com os depósitos feitos pelos clientes. Todavia, com o crédito mais restrito, as empresas podem deixar de investir no aumento de produção e começar a demitir funcionários, agravando uma crise econômica.
Principais bancos do Ibovespa — Como vimos anteriormente, são mais de 20 ações do setor financeiro que fazem parte do Ibovespa. O líder entre os bancos é o Itaú Unibanco (ITUB4), que é o maior banco privado da América Latina.
Por muitos anos, o Bradesco (BBDC4) foi o segundo maior banco do país de forma isolada. No entanto, um concorrente passou a rivalizar com a instituição: o Banco do Brasil (BBAS3).
Apesar de ser um banco sob controle estatal, as últimas gestões do Banco do Brasil conseguiram blindá-lo contra interferências políticas. Como resultado, o banco não apenas modernizou sua plataforma, adotando o modelo digital, como também se transformou em uma máquina de gerar renda para seus acionistas.
Nos últimos 12 meses, o retorno sobre o investimento do banco (ROE) chegou a mais de 17% ao ano, enquanto o dividend yield (DY) está em 10,5% ao ano. Ou seja, o BB, como também é conhecido, modernizou-se, aumentou seu peso no Ibovespa e ainda gerou muito valor para seus acionistas — incluindo o governo federal.
Em suma, os bancos desempenham um papel central na composição do Ibovespa e são um dos pilares do mercado de ações brasileiro. Além disso, estão entre os maiores pagadores de dividendos do país e têm uma correlação direta com a saúde da economia brasileira.