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09/01/2025

Custo da cesta básica aumenta em todas as capitais em 2024

O Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário, e no último mês do ano, dezembro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 7.067,68 ou cinco vezes o mínimo de R$ 1.412,00, ou seja, cada pessoa precisaria ter R$ 1.766,92 para cobrir o mínimo de custos.

Em 2024, o valor da cesta básica aumentou nas 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos(Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As maiores elevações

acumuladas, entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, foram registradas em João Pessoa (11,91%), Natal (11,02%), São Paulo (10,55%) e Campo Grande (10,41%). Em Porto Alegre (2,24%), foi verificada a menor variação.

Entre novembro e dezembro de 2024, o valor da cesta subiu em 16 cidades, com destaque para Natal (4,01%), Aracaju (3,90%), Vitória (2,88%) e João Pessoa (2,72 %). A redução ocorreu em Campo Grande (-0,27%).

Dezembro de 2024 — O conjunto de bens alimentícios básicos apresentou maior custo em São Paulo (R$ 841,29), Florianópolis (R$ 809,46), Porto Alegre (R$ 783,72), Rio de Janeiro (R$ 779,84) e Campo Grande (R$ 770,35). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde são pesquisados 12 produtos (um a menos que nas demais capitais), Aracaju (R$ 554,08), Salvador (R$ 583,89) e Recife (R$ 588,35) registraram os menores valores médios.

R$ 7.067,68 ou cinco vezes o mínimo de R$ 1.412,00 para uma família de quatro pessoas— Com base na cesta mais cara, que, em dezembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em dezembro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 7.067,68 ou cinco vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Em novembro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 6.959,31 ou 4,93 vezes o piso vigente. Em dezembro de 2023, ficou em R$ 6.439,62, ou 4,88 vezes o piso em vigor, que equivalia a R$ 1.320,00.

Cesta x salário mínimo — Em dezembro de 2024, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 109 horas e 23 minutos. Em novembro, a jornada necessária foi calculada em 107 horas e 58 minutos. Em dezembro de 2023, a média era de 109 horas e 03 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, nota-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em dezembro de 2024, 53,75% do rendimento para adquirir os mesmos produtos que, em novembro, demandaram 53,05%. Em dezembro de 2023, a média era de 53,59%.

Comportamento dos preços dos produtos da cesta em 2024 — Em 12 meses, a tendência para todos os produtos da cesta básica foi de elevação de preços, consequência da instabilidade climática, da demanda externa e do real
desvalorizado em relação ao dólar. Seis itens apresentaram alta nos preços em todas as capitais: carne bovina de primeira, leite integral, arroz agulhinha, café em pó, banana e óleo de soja. O pão francês e a manteiga encareceram na maior parte das localidades pesquisadas. O valor médio do açúcar – cristal e refinado – subiu em nove capitais e diminuiu em sete.

Rio de Janeiro — A cesta básica na capital fluminense apresentou aumento de 5,58% na comparação entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024 e custou R$ 779,84, o quarto maior valor entre as 17 cidades onde o Dieese realiza a pesquisa. Entre novembro e dezembro de 2024, os preços dos gêneros alimentícios tiveram elevação de 0,28%.

No acumulado dos 12 meses findos em dezembro de 2024, foram registradas elevações em oito dos 13 produtos: o café em pó (53,73%), o óleo de soja (40,39%), a carne bovina de primeira (19,70%), a manteiga (8,65%), o leite integral (8,37%), o arroz agulhinha (7,47%), o pão francês (6,12%) e a banana (0,62%). Apresentaram diminuição de preços o tomate (-33,72%), a batata (-21,62%), a farinha de trigo (-11,76%), o açúcar refinado (-2,93%) e o feijão preto (-0,73%).

Entre novembro e dezembro de 2024, oito dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram aumento nos preços médios: o óleo de soja (7,35%), a carne bovina de primeira (5,67%), o café em pó (4,79%), a banana (4,59%), a manteiga (1,92%), o açúcar refinado (1,53%), o pão francês (1,17%) e o arroz agulhinha (0,39%). Os outros cinco produtos apresentaram queda de preço: a batata (-33,62%), o tomate (-5,21%), a farinha de trigo (-3,01%), o leite integral (-2,46%) e o feijão preto (-1,44%).

Em dezembro de 2024, o trabalhador carioca remunerado pelo salário mínimo comprometeu 121 horas e 30 minutos da jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais, tempo maior que o registrado em novembro de 2024, de 121 horas e 10 minutos. Em dezembro de 2023, o tempo comprometido foi de 123 horas e 06 minutos. Quando comparados o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, a relação passou de 59,54% em novembro para 59,71% em dezembro de 2024. Em dezembro de 2023, o percentual era de 60,49%.

O valor médio da cesta básica na cidade do Rio de Janeiro, em 2024, foi de R$ 786,73, o que correspondeu a um aumento de 6,53% em relação a 2023 (R$ 738,51). A jornada média de um trabalhador remunerado pelo salário mínimo para a aquisição dos produtos foi de 122 horas e 30 minutos, menor que a registrada em 2023, quando ficou em 123 horas e 25 minutos. Já o percentual médio do salário mínimo (bruto) empenhado com a compra da cesta passou de 56,21% em 2023, para de 55,72%, em 2024.