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18/12/2024

Produção de autoveículos estima crescimento de 6,8% em 2025, diz Anfavea

O que representa 2,749 milhões de unidades. Essa alta deverá ser concentrada totalmente em veículos leves, com 7,3%. Para caminhões e ônibus, a previsão é de uma produção no mesmo patamar de 2024, total de 169 mil unidades.

Para as exportações totais de 428 mil unidades, a previsão é alta de 6,2% ante o ano anterior.. Enfim, o mercado brasileiro fecha 2024 com o maior crescimento entre os principais mercados globais e projeta um novo salto para 2025.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou no dia 12 de dezembro (quinta-feira) o balanço estimado do setor automotivo em 2024, bem como as projeções para 2025. Os dados mostram que o ano se encerra foi marcado por forte crescimento de vendas no segundo semestre, o que impulsionou a produção de autoveículos a um nível acima do projetado inicialmente. Na comparação do segundo com o primeiro semestre, a produção cresceu 26,2%, os emplacamentos 32% e as exportações 44,2%.

—Normalmente a segunda metade é mais aquecida, mas neste ano tivemos um segundo semestre fantástico, o melhor dos últimos dez anos, depois de um início de ano com alguns problemas, como greves em órgãos públicos, enchentes no Rio Grande do Sul, entre outros. Com isso, o Brasil foi o que mais cresceu entre os principais mercados do mundo. Esperamos começar o ano nesse ritmo acelerado e fazer de 2025 o último degrau antes da volta ao patamar dos três milhões de unidades vendidas— avalia o presidente Márcio de Lima Leite.

Mercado interno — Depois de um início de ano pouco aquecido, houve um relevante aumento no ritmo de vendas de autoveículos a partir de junho, atingindo média de 13,3 mil unidades/dia em novembro, a maior em dez anos. Assim, 2024 deverá fechar com 2,65 milhões de autoveículos emplacados, alta de 15% sobre 2023. Faltaram cerca de 130 mil unidades para que se superasse o total de 2019, último ano antes da pandemia. No segmento de pesados, os caminhões tiveram ótimo desempenho, com alta estimada em 15%, enquanto os ônibus deverão fechar com crescimento de 8,5%. Ambos os segmentos voltaram ao ritmo tradicional de emplacamentos, após o período de transição das regras de emissões do Proconve. Para o ano que vem, a Anfavea projeta vendas de 2,802 milhões de autoveículos, uma elevação de 5,6% sobre 2024. Na divisão por grandes segmentos, espera-se alta de 5,8% para automóveis e comerciais leves, e de 2,1% para veículos pesados.

Produção — Apesar do crescimento de 15% do mercado interno, a produção deve subir neste ano 10,7% sobre 2023, com 2,574 milhões de autoveículos deixando as linhas de montagem brasileiras. O que explica esse gap é a estagnação das exportações e sobretudo a alta impressionante do ritmo de importações. O salto das vendas de modelos estrangeiros no ano, acima de 31,5% (463 mil unidades no total), foi puxado por veículos vindos de fora do Mercosul, sobretudo da China. A participação de 17,4% dos importados nos emplacamentos é a maior dos últimos dez anos, sendo que um terço foi trazido por empresas que não produzem no Mercosul. —Este desequilíbrio na balança comercial, por conta de baixo Imposto de Importação para elétricos e híbridos, impediu que fabricantes de veículos aqui instalados obtivessem uma recuperação ainda mais robusta— analisa Márcio de Lima Leite. Para o próximo ano, a expectativa da Anfavea é um crescimento de 6,8% no volume de produção, o que representa 2,749 milhões de unidades. Essa alta deverá ser concentrada totalmente em veículos leves, com 7,3%. Para caminhões e ônibus, a previsão é de uma produção no mesmo patamar de 2024, — 169 mil unidades.

Exportações — Desde 2022 esse indicador não apresenta evolução. E neste ano não será diferente, com um volume de embarques esperado de 402,6 mil unidades, leve recuo de 0,3% em relação ao ano anterior. Além do encolhimento no mercado doméstico de importantes destinos, como Chile e Colômbia, houve uma sensível perda de participação dos produtos brasileiros no México. Em contrapartida, a Argentina retomou do México o posto de principal parceiro comercial do nosso país. Depois de um primeiro semestre aquém das expectativas, as exportações começaram a subir partir de julho. Destaque para a recuperação dos embarques para a Argentina com crescimento de 39%, e Uruguai, com elevação de 14%. Para 2025, a projeção da Anfavea é de exportações totais de 428 mil unidades, alta de 6,2% na comparação com 2024.

Emprego — Segundo a associação a melhor notícia do ano para o setor automotivo veio dos empregos. De janeiro a dezembro foram criadas dez mil vagas diretas nas nossas empresas associadas de autoveículos, sem contar as de máquinas autopropulsadas, cujo balanço será divulgado pela Anfavea em janeiro. A geração de empregos na cadeia automotiva no ano foi de cerca de 100 mil postos. —No total, nosso setor é responsável por 1,3 milhão de empregos de alta qualificação, e esperamos que o atual ciclo de investimentos anunciado, de R$ 130 bilhões, abra ainda mais postos de trabalho não só na linha de montagem, mas também em algo estratégico para o país, que é pesquisa e desenvolvimento —conclui o presidente da Anfavea.