Com tecnologia inédita. Estrutura está instalada no SENAI Cimatec Park, em Camaçari (BA), em parceria com a Shell Brasil, Petrobras e Sonardyne.
O SENAI Cimatec, em parceria com Shell Brasil, Petrobras e Sonardyne, inaugurou uma planta de produção de nós sísmicos submarinos OD OBN (On-demand Ocean Bottom Nodes), a primeira deste tipo no mundo, no dia 06 de dezembro (sexta-feira). . Este é um equipamento voltado para o gerenciamento de reservatórios de petróleo, especialmente no pré-sal brasileiro — um sistema inovador para aquisição sísmica 4D de alta resolução. A planta recebeu um total de R$ 72 milhões investidos pela Petrobras e Shell Brasil, por meio da cláusula de PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O objetivo é mapear o deslocamento dos fluidos nos reservatórios, realizando a sísmica 4D, de forma mais eficiente e econômica. O projeto já executou testes de performance e funcionalidade, inclusive em águas profundas. A etapa atual vai produzir um sistema-piloto com 600 nós para testes em escala real em um campo petrolífero do pré-sal. Os nós serão fabricados no Cimatec Park, com investimentos em infraestrutura de galpões e máquinas, viabilizando a produção nacional e a integração de diferentes empresas e instituições.
—A inauguração desta planta é uma etapa muito aguardada. O OD OBN é um sistema inovador que utiliza nós de fundo oceânico sob demanda, que registram dados sísmicos e se comunicam diretamente com o FlatFish –—o primeiro veículo autônomo submarino brasileiro também fruto de um investimento da Shell Brasil. A Shell é a empresa privada que mais investe em pesquisa e inovação no país, cerca de R$ 500 milhões por ano, sendo 30% em projetos de novas fontes de energia de baixo carbono e 70% destinados a projetos voltados para ao aumento da eficiência operacional e descarbonização da indústria de Óleo e Gás. Uma característica de nosso portfólio de projetos de P&D é de integrar desde o início um plano de implementação, que permite acelerar a entrega de valor e o avanço na Transição Energética —avalia Olivier Wambersie, gerente-geral de Tecnologia da Shell Brasil.
O complexo inclui uma linha de montagem de placas eletrônicas, linha de usinagem, metrologia, anodização, montagem e testes dos nós, além de um tanque de testes de comunicação acústica e ótica. —Pela primeira vez, estamos desenvolvendo, no Brasil, a tecnologia que nos permitirá o monitoramento sísmico dos campos do Pré-Sal. Isso mostra que o desenvolvimento e investimento em ciências e tecnologia, por meio de parcerias entre empresas e instituições de pesquisa brasileiras, podem gerar desenvolvimento industrial no país—explicou a gerente executiva do Cenpes da Petrobras, Lílian Barreto. “É um produto comercial de maior grau tecnológico, melhorando nossa eficiência operacional offshore, refletindo menor risco para nossos empregados e descarbonizando nossas operações— reforçou a gerente executiva.
O lançamento da planta OD OBN, um marco para o avanço tecnológico na área de monitoramento sísmico, ocorreu no SENAI Cimatec Park, em Camaçari, com a presença de executivos das empresas parceiras e demais convidados. O complexo inclui uma linha de montagem de placas eletrônicas, linha de usinagem, metrologia, anodização, montagem e testes dos nós, além de um tanque de testes de comunicação acústica e ótica.
Tecnologia —Os nós OD OBN são sensores que captam ondas sísmicas refletidas nos reservatórios de petróleo. Essas informações são processadas em supercomputadores, permitindo o ajuste das taxas de extração e reinjeção de água e gás para estimular a produção dos poços. O diferencial da tecnologia desenvolvida pelo SENAI CIMATEC, em parceria com a Sonardyne, é que os equipamentos poderão operar por até cinco anos no fundo do mar, a uma profundidade de até três mil metros, sendo ativados e desativados remotamente. A extração de dados é feita por lasers com o auxílio de Veículos Autônomos Subaquáticos, como o FlatFish.
O programa OD OBN foi majoritariamente financiado pela cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e contou também com o financiamento da Embrapii.
Teste em escala real — Inicialmente, a planta produzirá 600 unidades para um teste-piloto em escala real no pré-sal, com início previsto para 2025. Posteriormente, a planta será empregada na fabricação em escala comercial dos nós sísmicos. —Muitos dos equipamentos disponíveis na planta são exclusivos na América Latina, reforçando o papel do SENAI Cimatec como pioneiro em inovação e tecnologia para o setor de óleo e gás. Esta planta traz muitas oportunidades para a Bahia e para o Brasil, tendo em vista que esses equipamentos de ponta disponibilizados irão alavancar o desenvolvimento de muitas outras indústrias, além da cadeia de petróleo e gás. —destaca Carlos Henrique Passos, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia.
SENAI Cimatec — O SENAI Cimatec é um dos mais avançados centros de tecnologia e inovação do Brasil, especializado em desenvolver pesquisas e soluções para a indústria. Com sede em Salvador e um time de mais de 1700 pessoas, a instituição, sem fins lucrativos, integra Centros Tecnológico, Universitário e de Educação Profissional. Possui 44 áreas de competência, entre elas, Robótica e Automação, Energia e Sustentabilidade, Saúde, Alimentos, Software e Supercomputação. Fundado em 2002, O SENAI Cimatec desenvolve projetos de impacto nacional e internacional, como o primeiro robô submarino autônomo do mundo para inspeções de esquipamentos em águas profundas. Em 2019, foi inaugurado o SENAI Cimatec Park, ecossistema de inovação que reúne os conceitos de parques científico, industrial, tecnológico e de negócios, em uma área de 4 milhões de metros quadrados, no Polo Industrial de Camaçari.
Shell Brasil —Há mais de 110 anos no país, a Shell é uma empresa de energia integrada com participação em Upstream, no Novo Mercado de Gás Natural, Trading, Pesquisa & Desenvolvimento e no Desenvolvimento de Energias Renováveis, com um negócio de comercialização no mercado livre e produtos ambientais, a Shell Energy Brasil. Aqui, a distribuição de combustíveis é gerenciada pela joint-venture Raízen, que recentemente adquiriu também o negócio de lubrificantes da Shell Brasil. A companhia trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro de energia.
Petrobras —A Petrobras é uma empresa brasileira e uma das maiores produtoras de petróleo e gás do mundo, dedicada principalmente à exploração e produção, refino, geração de energia e comercialização. A Petrobras tem expertise na exploração e produção em águas profundas e ultra profundas como resultado de quase 50 anos de desenvolvimento das bacias offshore brasileiras, tornando-se líder mundial neste segmento. Tem como prioridade operar com baixos custos e com baixa emissão de carbono, reforçando o compromisso com o desenvolvimento sustentável para uma justa transição energética no Brasil. Sua ambição é neutralizar as emissões (escopos 1 e 2) nas atividades sob seu controle até 2050.
Sonardyne — A Sonardyne é uma empresa britânica, privada, de engenharia de equipamentos e sistemas offshore de classe mundial que desenvolve e fabrica tecnologias, produtos e soluções para os mercados globais de petróleo e gás, energias renováveis, sequestro de carbono, ciências oceânicas e defesa. Nossos principais pontos fortes são navegação, posicionamento, comunicações sem fio, robótica marinha, monitoramento e engenharia personalizada, tudo dentro da nossa missão de “fazer funcionar o subaquático”.
A sede global da Sonardyne está localizada próximo a Londres, na Inglaterra, e lá são realizadas nossas operações de engenharia e fabricação. Além da sede, nós temos escritórios regionais para operações de vendas e suporte técnico. Esses escritórios regionais estão localizados em Cingapura, Aberdeen, Houston e aqui no Brasil em Rio Das Ostras no estado do Rio, e nós também temos funcionários baseados aqui em Salvador, no Senai Cimatec, desde 2018.
A Sonardyne Brasil Limitada foi inaugurada em Macaé há 25 anos e tem operado, desde então, com vendas locais e operações offshore. Atualmente, existem aproximadamente 50 embarcações no Brasil que operam com nossos sistemas de posicionamento e navegação submarina: plataformas de perfuração, embarcações de suporte com ROV, navios oceanográficos, entre outros.
Um dado importante que vale ser mencionado sobre as operações com uso de soluções Sonardyne no Brasil é que, até onde vai nosso conhecimento, em todos os campos de exploração em águas profundas, a tecnologia Sonardyne foi utilizada para o posicionamento