A conclusão das obras de derrocagem e dragagem traz mais segurança à navegação e produtividade operacional.
A produção operacional da Portos do Paraná será ainda mais significativa com o aumento de 30 centímetros no calado em diversos pontos da Baía de Paranaguá. Com isso, a capacidade de carregamento dos navios de granéis sólidos, por exemplo, terá um acréscimo de cerca de duas mil toneladas, tanto para o recebimento quanto para o embarque.
A atualização do calado, que corresponde à distância entre o ponto mais profundo da embarcação (quilha) e a superfície da água, entrou em vigor no final de novembro e foi divulgada na Portaria nº 306/2024, da Norma de Tráfego Marítimo e Permanência nos Portos de Paranaguá e Antonina — Edição 2024.
—Essa conquista operacional só foi possível graças à finalização das obras de derrocagem e ao trabalho conjunto entre a Portos do Paraná, a Marinha do Brasil através da Capitania dos Portos do Paraná, a Praticagem local e a comunidade portuária de um modo geral. A medida proporciona mais segurança operacional e eleva a produtividade das operações, principalmente na exportação de soja e importação de fertilizantes— destacou Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná.
Com a remoção de parte da Pedra da Palangana, localizada no Canal de Acesso, a passagem entre o canal de acesso a Paranaguá e Bacia de evolução, foi facilitada, trazendo mais segurança e reduzindo os riscos das manobras. Essa mudança garantiu mais espaço, agilidade e segurança nas manobras dos navios, além de reduzir os riscos de navegação.
Além do aumento de calado, foi retirada a restrição para o uso de maré, sendo possível navegar com o calado de 13,10 m na maré zero, o que amplia ainda mais as janelas de navegação na Portos do Paraná.
—Com o calado maior, podemos receber navios mais pesados, que realizarão manobras e operações com maior segurança e eficiência no Porto de Paranaguá. Além disso, a redução do tempo de espera para atracação e desatracação oferece uma vantagem financeira aos clientes, que podem operar um volume maior de mercadorias em uma única viagem de forma mais rápida— explicou Garcia.
Ampliações no cais —Ao todo, 11 berços e dois píeres tiveram aumento de calado. O berço 201, que compõe o corredor de exportação oeste, e os berços 202 e 204, responsáveis pela movimentação de granéis sólidos de exportação e carga geral, passaram de 12,8 metros para 13,1 metros.
Os berços 209 e 211, dedicados à movimentação de fertilizantes, assim como os berços 212, 213 e 214, conhecidos como o corredor de exportação leste, também tiveram o aumento de 12,8 metros para 13,1 metros. Parte do berço 208, que opera fertilizantes, passou de 11 metros para 13,1 metros.
Dois píeres apresentaram aumento no calado operacional: o berço externo do píer Terminal de Uso Privado (TUP) de granéis líquidos e o berço externo do píer da área arrendada de fertilizantes. A movimentação de contêineres, também passou por um aumento, de 12,3 metros para 12,6 metros nos berços 216 e 218, proporcionando um ganho de capacidade de 220 TEUs —unidade padrão equivalente a um contêiner de 20 pés— por navio.
Derrocagem — A obra de derrocagem, concluída em novembro deste ano, consistiu na remoção da ponta de um maciço rochoso submerso na área de manobra do Porto de Paranaguá, conhecido como Pedra da Palangana. Esse obstáculo, considerado perigoso para a navegação, limitava a capacidade e o tráfego de navios na entrada da baía.
Ao todo, foram removidos aproximadamente 20,0 mil m³ de rocha, o que representa apenas 10% da formação rochosa total, estimada em mais de 200 mil m³. A obra foi realizada em conformidade com as medidas estabelecidas no licenciamento ambiental federal nº 1144/2016, emitido pelo Ibama.