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22/11/2024

Petrobras lança Plano de Negócios 2025-2029 com investimentos de US$ 111 bilhões

Iniciativas em baixo carbono somam US$ 16,3 bilhões, crescimento de 42% em relação ao plano anterior. Companhia também divulga Plano Estratégico 2050 (PE 2050).

O Conselho de Administração (CA) da Petrobras aprovou, em reunião realizada no dia 21 de novembro (quinta-feira), o Plano Estratégico 2050 (PE 2050) e o Plano de Negócios 2025-2029 (PN 2025-2029). Durante o processo de elaboração dos Planos, o CA participou das discussões com as áreas técnicas e a Diretoria Executiva, levando à conclusão e aprovação do documento final. Durante o processo de elaboração dos planos, o CA participou das discussões com as áreas técnicas e a diretoria executiva, levando à conclusão e aprovação do documento final.

Com o objetivo de reforçar sua visão de longo prazo, a Petrobras separou seu plano, este ano, em duas peças: o PE 2050, que propõe refletir sobre o futuro do planeta e como a empresa quer ser reconhecida em 2050; e o PN 2025-2029, com metas de curto e médio prazo, visando pavimentar o caminho da companhia para o futuro a partir de seus posicionamentos estratégicos.

O Plano Estratégico 2050 preserva a visão da Petrobras de ser a melhor empresa diversificada e integrada de energia na geração de valor, construindo um mundo mais sustentável, conciliando o foco em óleo e gás com a diversificação em negócios de baixo carbono (inclusive produtos petroquímicos, fertilizantes e biocombustíveis), sustentabilidade, segurança, respeito ao meio ambiente e atenção total às pessoas.

No horizonte do PN 2025-2029, a Petrobras prevê investimentos de US$ 111 bilhões, sendo US$ 98 bilhões na Carteira de Projetos em Implantação e US$ 13 bilhões na Carteira de Projetos em Avaliação, composta por oportunidades com menor grau de maturidade e sujeitas a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da execução. O investimento total previsto para os próximos cinco anos é 9% superior ao volume previsto no PE 2024-28+.

A Petrobras possui a vantagem competitiva de ter uma produção de petróleo com baixo custo e uma das menores intensidades de carbono do mundo. Essas condições permitem conciliar a liderança na transição energética justa com a exploração responsável de óleo e gás no país, de forma a manter o patamar de produção futuro próximo ao atual. Assim, o planejamento da Petrobras incorpora a ambição de que a empresa deve manter sua relevância atual no fornecimento de energia e no desenvolvimento econômico do Brasil, passando de 4,3 exajoules (EJ) em 2022 para 6,8 EJ em 2050, mantendo a representatividade da Petrobras em 31% da oferta primária de energia do Brasil. Além disso, a Petrobras reafirma a ambição de neutralizar suas emissões operacionais até 2050.

No quinquênio de 2025 a 2029, a companhia concentrará seus esforços no aproveitamento destas oportunidades do mercado de óleo e gás, com foco em reposição de reservas, na produção crescente com menor pegada de carbono e na ampliação da oferta de produtos mais sustentáveis e de maior qualidade no seu portfólio.

Sob a ótica financeira, a prioridade é uma estrutura de capital mais adequada, flexível e eficiente, com geração de caixa superior aos investimentos e obrigações financeiras, mantendo a sólida governança de aprovação de projetos, que garante a realização de investimentos rentáveis e aprovados somente com valor presente líquido (VPL) positivo em cenário de robustez. Com projetos de alto retorno, a companhia visa assegurar a distribuição do valor gerado para a sociedade, por meio de dividendos e tributos.

Detalhamento das carteiras de investimentos (Capex).: Capex para transição energética é transversal e totaliza US$ 16,3 bilhões:

Distribuição anual dos investimentos (Capex) da Carteira em Implantação

.* Projetos sancionados são aqueles com autorização para dispêndios.

Exploração e Produção (E&P) — Com investimentos totais de US$ 77,3 bilhões previstos para o quinquênio do Plano (5% superiores ao plano anterior), o segmento de Exploração e Produção (E&P) destina cerca de 60% para os ativos do pré-sal, consolidando uma grande fase de investimentos nessa província e reforçando seu diferencial competitivo, por meio de uma produção de petróleo de melhor qualidade, com baixos custos e menores emissões de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo, a companhia mantém grandes projetos de revitalização (REVITs), buscando aumentar os fatores de recuperação em campos maduros, especialmente na Bacia de Campos.

São projetos que se destacam pela dupla resiliência (econômica e ambiental) e alto valor econômico, compondo um portfólio viável a cenários de baixos preços de petróleo no longo prazo, com Brent de equilíbrio prospectivo, em média, de US$ 28 por barril e intensidade de carbono de até 15 kgCO2e por barril de óleo equivalente no quinquênio. A companhia também prevê uma média do Custo Total do Petróleo Produzido (CTPP)— que inclui custo de extração, participações governamentais e depreciação e depleção – de US$ 36,5/boe durante esse período, considerando participações governamentais de acordo com o Brent médio estimado como premissa do planejamento.

Serão implantados dez novos sistemas de produção até 2029, utilizando tecnologias de última geração que permitem mais eficiência e menores emissões, sendo que nove já estão contratadas. Além disso, há cinco projetos em implantação para além de 2029 e mais seis projetos em estudo. A Petrobras é a operadora de todos esses projetos, com exceção do Raia que é operado pela Equinor.

Carteira de novos sistemas de produção:

Com este Plano, a Petrobras projeta atingir a produção total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed), sendo 2,5 milhões de barris de óleo por dia (bpd). Para o acompanhamento do Plano, considera-se uma margem de variação de ±4%.

Curva de Produção 2025-2029:

Para fazer frente aos desafios de reposição de reservas, a Petrobras aumentou os investimentos em atividades exploratórias, totalizando um CAPEX de US$ 7,9 bilhões no quinquênio (5% superior ao plano anterior).

Em paralelo, o Plano proposto também inclui projetos que visam aumentar a disponibilidade de gás e um olhar mais atento para os ativos maduros, com o objetivo de avaliar as possibilidades de prolongamento da vida produtiva desses ativos e seus sistemas de produção e, em último caso, iniciar as atividades de descomissionamento, seguindo as melhores práticas de sustentabilidade na destinação de ativos em final de ciclo de vida. A destinação sustentável de equipamentos e abandono de poços demandarão dispêndios de US$ 9,9 bilhões nos próximos cinco anos.

Refino, Transporte e Comercialização + Petroquímica e Fertilizantes (RTC)

O PN 2025-29 destina US$ 19,6 bilhões em investimentos totais no segmento de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC), representando um aumento de 17% em relação ao plano anterior.

Os investimentos em refino visam, principalmente, a aumentar a capacidade do parque da Petrobras, ampliando a oferta de produtos de alta qualidade, como Diesel S10 e lubrificantes, e de combustíveis de baixo carbono. Também buscam melhorar a eficiência das unidades avançando na descarbonização das operações e no aumento da disponibilidade operacional.

Com os projetos na carteira RTC do Plano, planeja-se aumentar a capacidade de destilação de 1.813 mil barris por dia (bpd) para 2.105 mil bpd, com destaque para os projetos da RNEST, que incluem revamp (ampliação) do Trem 1 e conclusão do Trem 2.

A Petrobras aumentará a capacidade de produção de Diesel S10 em 290 mil bpd em seu parque de refino, considerando os projetos da Carteira de Implantação, e contará com sua primeira unidade de lubrificantes Grupo II (mais modernos), com capacidade de 12 mil bpd até 2029. Além disso, com projetos na Carteira de Avaliação, há potencial de adicionar capacidade de produção de Diesel S10 em mais 70 mil bpd para além de 2029.

No âmbito do programa BioRefino, a companhia planeja ofertar produtos de baixo carbono, com menor emissão de gases de efeito estufa (GEE), sendo protagonista na transição energética e atendendo a demanda crescente por renováveis. Por meio do programa, a Petrobras ampliará sua capacidade de produção do Diesel R5 (com 5% de conteúdo renovável), por rota de coprocessamento, integrado com as operações de algumas unidades de seu parque de refino.

Há ainda outros projetos e estudos envolvendo biocombustíveis produzidos por diferentes rotas tecnológicas, com destaque para plantas dedicadas de Bioquerosene de Aviação – BioQav (SAF) e Diesel 100% renovável (HVO) via rota HEFA (Hydroprocessed Esters and Fat Acids), além de estudos de ATJ (Alcohol to Jet), rota para produção de SAF através do processamento de etanol. Também estão em avaliação projetos de biorrefino em parceria com a Refinaria Riograndense e com a Acelen.

Os principais investimentos de Comercialização e Logística focam na remoção de gargalos logísticos e na expansão da atuação em mercados estratégicos. Destacam-se a iniciativa de construção de 16 novos navios de cabotagem e a implantação de projetos logísticos para aumentar a presença em mercados em crescimento, como, por exemplo, investimentos no Terminal Aquaviário do Porto de Santos e a construção de novo duto de combustíveis claros para abastecimento do Centro-Oeste.

Adicionalmente, há a retomada de atividades nos segmentos de Fertilizantes, com investimentos que totalizam, no quinquênio, US$ 900 milhões em projetos como a retomada da construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS), e a reativação da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA), em Araucária (PR).

No segmento de Petroquímica, serão conduzidos estudos para oportunidades de negócios em sinergia com o Refino.

Gás Natural e Energias de Baixo Carbono —Os projetos de Gás Natural e Energia (G&E) receberão investimentos totais de US$ 2,6 bilhões, mantendo as iniciativas previstas no plano anterior com foco na confiabilidade e disponibilidade dos seus ativos para assegurar a competitividade na operação e comercialização de gás e energia, além de incluir projetos para redução das emissões e iniciativas para a inserção de fontes renováveis.

O PN 2025-29 considera o desenvolvimento de duas usinas termelétricas (UTEs) no Complexo de Energia Boaventura, em Itaboraí (RJ), sendo a implementação desses projetos condicionada ao sucesso em leilões futuros de reserva de capacidade de energia.

Quanto às Energias de Baixo Carbono (escopo 3), o Plano aprovado contempla projetos e estudos nos segmentos de geração renovável onshore (eólica/solar); bioprodutos (etanol, biodiesel e biometano); hidrogênio de baixo carbono; captura, transporte e armazenamento de carbono (CCUS) e outros.

Transição energética — Levando em conta todas as iniciativas de baixo carbono (escopos 1, 2 e 3), o investimento totaliza US$ 16,3 bilhões em transição energética, englobando, além dos projetos em Energias de Baixo Carbono, projetos para descarbonização das operações e Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que permeia todos os segmentos. Esse volume representa 15% do Capex total previsto para o quinquênio (contra 11% no plano anterior) e um aumento de 42% em relação ao plano anterior.

Investimentos em transição energética:

A atuação em negócios de baixo carbono visa à diversificação rentável do portfólio, promovendo a perenização da Petrobras. No que se refere a projetos em geração renovável, a companhia buscará atuar preferencialmente em parceria com empresas de grande porte do setor, com o objetivo de descarbonização das operações, integração da carteira de soluções de baixo carbono e captura de oportunidades de mercado no Brasil. Em relação aos bioprodutos, que incluem as cadeias de etanol, biodiesel e biometano, a Petrobras buscará ingressar nos segmentos preferencialmente por meio de parcerias estratégicas minoritárias ou com controle compartilhado, com players relevantes do setor.

No CAPEX total de transição energética, a companhia conta também com o Programa Petrobras Carbono Neutro e com um fundo de descarbonização, com orçamento de US$ 1,3 bilhão para o período de 2025 a 2029, com a finalidade de financiar soluções de descarbonização selecionadas por seu potencial de redução de emissões, considerando custo e impacto em mitigação de carbono. Além dos esforços de redução intrínseca, a Petrobras prevê, como ferramenta complementar, o uso de compensação por crédito de carbono de qualidade para reduzir suas emissões totais, ampliando a contribuição para a manutenção de florestas de pé e o restauro de ecossistemas.

Estão sendo mantidos para o PN 2025-29 os seis compromissos de descarbonização (escopos 1 e 2) propostos no plano anterior, a saber: Redução das emissões absolutas operacionais totais em 30% até 2030 em relação a 2015; Zero queima de rotina em flare até 2030; Reinjeção de 80 milhões tCO2 até 2025 em projetos de CCUS; Intensidade do portfólio de 15 kgCO2e/boe até 2025, mantida em 15 kgCO2e/boe até 2030 (E&P); Intensidade de 36 kgCO2e/CWT até 2025 e 30 kgCO2e/CWT até 2030 (Refino); Redução da intensidade de emissões de metano no segmento upstream até 2025, atingindo 0,25 t CH4/mil tHC e atingindo 0,20 t CH4/mil tHC em 2030.

No que se refere às ambições associadas à redução da pegada de carbono, destacam-se a busca pela neutralidade das emissões operacionais até 2050, a meta “Near Zero Methane 2030” e o crescimento líquido neutro até 2030, não ultrapassando patamar de emissões de 2022 (40% de redução desde 2015), mesmo com o aumento de produção e atividades previstas no PN 2025-29.

Financiabilidade — O estudo de financiabilidade do PN 2025-29 resultou na consolidação de uma estrutura de capital mais eficiente, com maior flexibilidade e baixa alavancagem em cenários desafiadores.

O limite da dívida bruta foi revisado para US$ 75 bilhões no PN 2025-29, após análise da estrutura de capital mais adequada para a empresa, sendo aderente à minimização do custo de capital, aos riscos do fluxo de caixa e a uma gestão eficiente de caixa e liquidez. O aumento do teto da dívida considera métricas de alavancagem robustas, mesmo em cenários de baixos preços do Brent, além de proporcionar maior flexibilidade em relação à crescente relevância dos afretamentos na dívida bruta.

O fluxo de caixa livre robusto permite estimativa de sólidos dividendos, projetando US$ 45 a 55 bilhões de dividendos ordinários no cenário-base, com flexibilidade para pagamentos extraordinários.

Consolidação das Fontes e Usos — (faixas com visão da Carteira Total):

1. Inclui pagamentos contingentes, diferidos e desinvestimentos; 2. Captação de financiamentos, líquidos de amortizações; 3. Investimentos totais; 4. Inclui os dividendos extraordinários declarados em 21 de novembro de 2024 ; 5. Aumentos nos leasings devido, principalmente, a valores incluídos na geração de caixa operacional e no fluxo de caixa de investimentos no plano anterior.

Destaca-se que o PN 2025-2029 considera, entre as premissas para a financiabilidade, a geração de caixa superior aos investimentos e obrigações financeiras; caixa mínimo de US$ 6 bilhões; intervalo de referência da dívida bruta de US$ 55 bilhões a US$ 75 bilhões, com convergência no patamar de US$ 65 milhões; e pagamento de dividendos conforme a Política de Remuneração aos Acionistas vigente.

Em essência, o PE 2050 e o PN 2025-2029 demonstram o compromisso da Petrobras em conciliar a liderança na transição energética justa com a exploração e produção de óleo e gás. Com aumento dos investimentos em transição energética e a diversificação do portfólio, de forma responsável e rentável, a companhia está se preparando para as rotas dessa transição. O PE 2050 apresenta a trajetória que a Petrobras percorrerá como empresa líder na transição energética justa, reduzindo suas emissões, mantendo sua participação na oferta de energia no Brasil e com papel crescente das energias renováveis em seu portfólio, contribuindo para a segurança energética do país. A mobilização de recursos da companhia e sua capacidade técnica, além do ecossistema de inovação e parcerias, visam desenvolver soluções que beneficiem tanto a Petrobras quanto a sociedade brasileira, gerando um efeito multiplicador na economia e no país. A Petrobras prosseguirá trabalhando com segurança, responsabilidade financeira, ética, transparência e respeito às pessoas e ao meio ambiente, investindo no presente para construir um futuro sustentável, gerando empregos, pagando tributos e distribuindo os seus ganhos para a sociedade e seus acionistas.