A série de normas padroniza a economia circular, define modelos de negócios e promove avaliação da performance de circularidade pelas organizações.
Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Centro de Pesquisa em Economia Circular da Universidade de São Paulo (USP) divulgado no dia 15 de outubro (terça-feira) revela que 85% das indústrias do país já adotam alguma prática de economia circular em sua cadeia de produção.
Para apoiar as organizações na adoção de práticas que busquem reduzir o desperdício ao se aproveitar o máximo do potencial dos recursos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e CNI promoveram o lançamento da série de normas ABNT NBR ISO 59004, 59010 e 59020.
Os documentos definem conceito e princípios de economia circular, modelos de negócio e ações para a transição e indicadores para mensuração e avaliação da performance de circularidade pelas organizações.
—As normas lançadas hoje são um marco da Normalização, pois enfatizam a importância da economia circular, que prioriza o reaproveitamento de resíduos, materiais recicláveis e outros elementos que seriam passivos ambientais, se transformam em matérias-primas e novos produtos para diversos setores, diferente da economia linear. Nesse processo, há um ganho econômico e ambiental, contribuindo com as ações de mudanças climáticas e para preservação e regeneração da natureza. Ou seja, estamos falando de um modelo comprovadamente mais sustentável —destacou o presidente.
O evento contou com participação ativa de representantes da Comissão Especial de Estudos em Economia Circular (ABNT/CEE-323) e do Comitê Técnico sobre Economia Circular da ISO (ISO/TC 323 – Circular Economy), para debates sobre as normas técnicas que serão adotadas no País.
O colegiado, dedicado à normalização no campo da economia circular, uma das vertentes decisivas para o êxito global da agenda do clima e a sustentabilidade dos setores produtivos, é constituído por especialistas internacionais de mais de 40 países, sendo o Brasil um dos coordenadores, por meio da ABNT.
Isaac Plachta, presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente da Firjan destacou o papel da entidade na evolução da temática da economia circular no meio industrial. —A economia circular está estabelecida globalmente não só como uma agenda de sustentabilidade, mas de desenvolvimento econômico. Ela afeta a forma de produção, modelos de distribuição, soluções de consumo e as alternativas para valorização dos resíduos e produtos no fim de sua vida. Além disso, está mudando a forma com que as empresas se relacionam com suas redes de valor, clientes e entidades públicas. Por isso fizemos questão de participar ativamente da redação das normas técnicas lançadas hoje— disse.
Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI e coordenador da CEE 323 da ABNT agradeceu as entidades pelo intenso trabalho realizado durante cinco anos para o lançamento da série. —Foram normas construídas não só pelo setor industrial, mas por toda a sociedade civil, academia e outros players e que estão servindo de bases para políticas públicas. A CNI vem trabalhando nessa agenda desde 2014 e desde então temos tido avanços significativos até o lançamento dessa série de normas, com ativa participação em todas os debates internacionais —ressaltou.
Ao longo da programação, o público participou de palestras, debates a respeito das normas, seu impacto no setor industrial e econômico, ministradas por grandes nomes do mercado como Jorge Soto – convenor WG1 TC 323 ISO e Diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Carolina Zoccoli, especialista em Sustentabilidade da Firjan, Josué Graton, Gerente de ESG e Economia Circular na Flextronics e convenor WG5 TC 323 ISSO, Natacha Britschka, especialista em Meio Ambiente da Fiesp e Simone Carvalho, assessora Técnica da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) .| O evento foi transmitido pelo canal do YouTube da ABNT: https://shre.ink/ghb3
ABNT — A ABNT é o único Foro Nacional de Normalização, por reconhecimento da sociedade brasileira desde a sua fundação, em 28 de setembro de 1940, e confirmado pelo Governo Federal por meio de diversos instrumentos legais. É responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (NBR), destinadas aos mais diversos setores. A ABNT participa da normalização regional na Associação Mercosul de Normalização (AMN) e na Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas (Copant) e da normalização internacional na International Organization for Standardization (ISO) e na International Electrotechnical Commission (IEC). Desde 1950, atua também na área de certificação, atendendo grandes e pequenas empresas, nacionais e estrangeiras. Possui atualmente mais de 400 programas de certificação, destinados a produtos, sistemas e verificação de gases de efeito estufa, entre outros. A sociedade identifica na Marca de Conformidade ABNT a garantia de que está adquirindo produtos e serviços em conformidade, atendendo aos mais rigorosos critérios de qualidade. A ABNT Certificadora tem atuação marcante nas Américas, Europa e Ásia, realizando auditorias em mais de 30 países.