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15/10/2024

EUA lideram crescimento das exportações brasileiras em 2024

Ano do bicentenário das relações bilaterais, aponta Amcham.

Os EUA consolidam sua posição como mercado estratégico para as exportações brasileiras, especialmente de bens industriais, segundo a edição mais recente do Monitor do Comércio Brasil-EUA da Amcham. De janeiro a setembro de 2024, as exportações brasileiras para os EUA atingiram o valor recorde de US$ 29,4 bilhões, um aumento de 10,3% em relação ao mesmo período do ano passado, com alta nas vendas dos setores das indústrias de transformação, extrativa e agropecuária.

Esse resultado posiciona os EUA como o mercado de maior crescimento para exportações brasileiras no acumulado do ano, superando em mais de 12 vezes o aumento das vendas do Brasil para o mundo (+0,8%). Como referência, o desempenho das exportações brasileiras para outros importantes parceiros comerciais foi: União Europeia (+4,9%), China (-1,2%) e América do Sul (-19,8%).

—Os valores recordes das exportações brasileiras para os EUA corroboram a importância da parceria econômica bilateral, coroando o marco de comemoração dos 200 anos das relações diplomáticas entre os dois países— afirma Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil.

A corrente bilateral de comércio atingiu US$ 60,1 bilhões, representando um aumento de 8,2% em relação ao mesmo período do ano passado. —Este desempenho destaca o papel de setores de maior valor agregado, como a indústria de transformação, na construção de uma relação cada vez mais promissora —complementa Abrão Neto.

Evolução do comércio bilateral —As exportações do Brasil para os EUA, entre janeiro e setembro de 2024, cresceram tanto em valor (+10,3% ou US$ 2,7 bilhões) como em volume (+13,8% ou 3,7 milhões de toneladas). Ambos representam números recordes para o período.

Houve alta em 8 dos 10 principais produtos exportados aos EUA pelo Brasil no período, com destaque para carne bovina (+107,7%), e combustíveis de petróleo (+98,0%), petróleo bruto (+32,5%) e aeronaves (+31,9%).

Por outro lado, as importações brasileiras vindas dos EUA totalizaram US$ 30,7 bilhões, um incremento de 6,2% em relação ao mesmo intervalo de 2023. Em comparação, as importações totais do Brasil cresceram 8,0% no período.

O déficit comercial com os EUA foi o menor dos últimos sete anos, registrando uma contração de 42,9%, no valor de -US$ 1,3 bilhão.

Recordes nas exportações industriais para os EUA — O valor das exportações industriais brasileiras para os EUA atingiu o patamar inédito de US$ 23,3 bilhões — aumento de 7,1%, ou de US$ 1,6 bilhão vis-à-vis o ano passado. “O resultado contribui significativamente para o objetivo brasileiro de agregar mais valor à sua produção e exportações”, ressalta Abrão Neto. Em comparação, as exportações industriais globais do Brasil cresceram apenas 1,5%.

Os EUA se mantiveram como o principal destino das exportações da indústria brasileira à frente de parceiros como a União Europeia (US$ 16,8 bilhões) e o Mercosul (US$ 13,3 bilhões), que registraram quedas de -5,7% e -11,7%, respectivamente, como destino de vendas externas desses bens pelo Brasil.

Setores de Importação — Até setembro de 2024, a indústria extrativa respondeu por 12% das importações brasileiras provenientes dos EUA, refletindo o forte aumento de 41,6% em valor e posicionando os EUA como o maior fornecedor de produtos dessa indústria para o mercado brasileiro.

As compras brasileiras de bens da indústria de transformação vindas dos EUA cresceram 2,4%, representando 87,4% do total das compras brasileiras do país. Já os produtos agropecuários, que têm uma participação menor no total das importações (0,5%), registraram um aumento de 90,2%.

Em comparação com as importações do Brasil vindas do restante do mundo, o crescimento foi de 25,6% para a agropecuária, 3,4% para a indústria extrativa e 8,1% para a indústria de transformação.

Houve crescimento em valor de oito dos dez principais itens importados pelo Brasil dos EUA, incluindo gás natural (+675%), aeronaves e suas partes (+68,6%), medicamentos (29,7%) e motores e máquinas não elétricos (+24,0%).