O 9º Congresso Brasileiro da Indústria de Máquinas e Equipamentos consolidou-se mais uma vez como um fórum de excelência para o debate de temas fundamentais para o futuro da indústria nacional e internacional. Com o tema “Política Industrial, Produtividade e Desenvolvimento”, o evento deste ano ofereceu um espaço para discussões profundas sobre os desafios e as oportunidades que a indústria brasileira enfrenta, especialmente em um cenário global em rápida transformação.
Ao longo dos seus mais de 85 anos, a Abimaq tem mantido o debate sobre a indústria de transformação e especificamente de máquinas e equipamentos no Brasil, reforçando a importância de políticas industriais robustas e bem estruturadas. O congresso refletiu essa missão, trazendo à tona questões relacionadas à produtividade, inovação tecnológica, competitividade internacional e sustentabilidade. Esses temas são pilares fundamentais para o futuro da indústria brasileira, e a Abimaq permanece comprometida em manter essas discussões para garantir que o país siga no caminho do desenvolvimento sustentável e do crescimento econômico sustentado.
Um dos principais temas debatidos foi a baixa produtividade brasileira, uma questão crônica que há anos impede o país de acompanhar o crescimento econômico global. A produtividade é função direta do estoque de capital disponível por trabalhador. Para que o Brasil alcance um crescimento robusto, que se situe na faixa de 5% ao ano, o país precisa aumentar substancialmente sua taxa de investimento em relação ao PIB, que atualmente está em 16,8%, muito aquém dos 24% a 25% necessários. Sem esse nível de investimento, o país continuará amargando baixa taxa de crescimento e enfrentando dificuldades para competir em um cenário global cada vez mais dinâmico e tecnológico.
Além das ações para aumento da produtividade, foram discutidas as reformas estruturais necessárias para melhorar o ambiente de negócios no Brasil. A Reforma Tributária foi apontada como um passo fundamental, mas que precisa ser complementada por outras ações, como a Reforma Administrativa, que visa reduzir o tamanho e o custo do Estado. Um Estado mais eficiente com disponibilidade de recursos aos investimentos públicos é mais uma ação em prol de um ambiente favorável ao crescimento sustentado.
Muitos outros temas foram discutidos, estão elencados na página e como resultado das discussões, ficou claro que o caminho para a reconstrução da indústria brasileira depende de escolhas estratégicas bem fundamentadas. A adoção de uma política industrial moderna, que integre a inovação tecnológica, a sustentabilidade ambiental e a competitividade global e que tenha a seu favor a política macroeconômica e de comércio exterior, são requisito indispensável para que o Brasil possa voltar a ser um protagonista no cenário industrial internacional. Além disso, é essencial que o país continue investindo em capital humano para garantir que a indústria nacional acompanhe as transformações globais.
O desafio é grande, mas com determinação e uma visão clara de futuro, estamos confiantes de que a indústria brasileira tem o potencial de recuperar o papel de motor de crescimento sustentável, inclusivo e tecnológico.
• Por: Gino Paulucci Jr., engenheiro, empresário e presidente do Conselho de Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos(Abimaq).