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28/09/2024

Exportação inédita de algodão pelo Porto de Itaguaí (RJ)

Rota alternativa de Mato Grosso ao Rio de Janeiro desenhada pela empresa une Brado, Cargill, MRS, Maersk e o terminal portuário do Sepetiba Tecon para transporte de pluma para Bangladesh.

A Brado transportou, pela primeira vez no país, algodão das fazendas de Mato Grosso pela ferrovia até o Porto de Itaguaí (RJ) com destino à exportação. A operação ocorreu no início de julho e foi desenvolvida pela Brado junto aos seus parceiros. A primeira carga foi exportada em caráter de teste até o terminal do Sepetiba Tecon com destino final em Bangladesh, na Ásia.

—Essa nova rota é um marco na logística do Brasil, mostrando que há potencial e alternativas para diversificarmos os trajetos, os portos e os modais de transporte, buscando sustentabilidade, segurança e qualidade de serviço— afirma Ronney Maniçoba, gerente de Vendas da Brado. —E isso só foi possível com a união e colaboração dos parceiros que, assim como a Brado, acreditaram nessa possibilidade: a MRS, a Maersk, o Sepetiba Tecon e a Cargill, que apostou na solução e cedeu a carga para essa primeira operação teste—.

A combinação das operações ferroviárias da Brado e da MRS para esse transporte vai evitar a emissão de cerca de 177 toneladas de CO2 por viagem, o equivalente a emissão anual de 38 veículos. Seriam necessárias 1.264 árvores para absorver essa quantidade de carbono.

A viagem teste da nova rota transportou 40 vagões, que levaram 40 contêineres carregados com pouco mais de mil toneladas de pluma de algodão.

—Descarbonizar a cadeia de suprimentos é fundamental para tornar o produto brasileiro cada vez mais competitivo no mercado internacional. Contar com parceiros comprometidos com o mesmo objetivo, trabalhando no fortalecimento da multimodalidade, nos possibilita a abertura de um novo fluxo logístico para escoamento da produção de algodão, visando atender as demandas de nossos clientes —afirma Ellen Molina, gerente Multimodal da Cargill.

A operação —A operação começou nas algodoeiras de Mato Grosso, onde a pluma foi carregada em caminhões, que seguiram por distâncias de até 780 quilômetros até o terminal da Brado em Rondonópolis. Ali foi realizada a transferência da carga do caminhão para o contêiner — chamada de crossdocking. Embarcados no trem da Brado, os contêineres seguem por 1.392 km, pela ferrovia até Sumaré (SP), onde a Brado tem outro terminal multimodal, um hub de integração logística da ferrovia.

Os contêineres foram então transferidos para o trem da MRS e continuaram a viagem, por 568 km, até o terminal do Sepetiba Tecon, no Porto de Itaguaí (RJ), onde a composição ferroviária foi descarregada diretamente dentro da área portuária para embarque dos contêineres em navios da Maersk, com destino a Bangladesh.

—Essa parceria com a Brado é um exemplo claro do nosso compromisso com a inovação e da nossa eficiência na logística ferroviária. A integração das nossas operações não só melhora a sustentabilidade do transporte, reduzindo significativamente a emissão de CO2, como também abre novas possibilidades para o escoamento de cargas e o desenvolvimento de alternativas logísticas no Brasil —afirma Marcelo Jesus, gerente de Carga Geral na MRS.

—O nosso terminal foi projetado com desvios ferroviários que somam quase dois quilômetros, garantindo alta produtividade nas operações. Além disso, oferecemos serviços de estufagem de contêineres, armazém alfandegado e operação de navios, com rotas marítimas para diversos destinos, com calado de até 15,4 metros. Com isso, atendemos aos requisitos operacionais exigidos e nos tornamos, junto com os demais parceiros dessa operação, a melhor opção para os produtores —afirma Guilherme Vidal, gerente-geral do Sepetiba Tecon.

Na última safra de algodão —agosto/22 a julho/23—, o market share da Brado chegou a 19% de todo o transporte da pluma no Brasil e 29% em Mato Grosso, estado brasileiro que contabiliza a maior produção e exportação do produto. —Hoje é nítida a relevância da solução multimodal com base ferroviária da Brado para a cadeia do algodão, seja a partir de Rondonópolis (MT) ou Anápolis (GO), seja saindo pelo porto de Santos ou de Itaguaí —afirma Ronney Maniçoba.

A solução contou ainda com o apoio e intermediação da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). —Juntos estamos criando uma alternativa promissora para otimizar o escoamento da produção crescente de Mato Grosso —diz Erai Maggi Scheffer, diretor-presidente da Ampa. —Essa diversificação de modais e portos garante nível de serviço e qualidade em toda a cadeia do algodão brasileiro —completa.

No futuro, a operação tem potencial para outras cargas além do algodão na exportação e ainda para transportar cargas importadas até Sumaré ou Rondonópolis e bens de consumo para Mato Grosso.

Brado — A Brado é referência nacional em serviços de logística multimodal. Tem estrutura própria composta por 20 locomotivas, mais de cinco mil contêineres e 2,2 mil vagões, equipamentos, armazéns e terminais, complementadas por meio de parcerias estratégicas nos principais centros de consumo do país. Com atuação cada vez mais adaptada às necessidades do mercado de importação, exportação e mercado interno, a empresa preza pela excelência na movimentação de contêineres no Brasil, focada na integração multimodal.

Cargill — A Cargill é uma empresa comprometida com o fornecimento de alimentos, ingredientes, soluções agrícolas e produtos industriais para nutrir o mundo de forma segura, responsável e sustentável. Situados no centro da cadeia de suprimentos, fazemos parcerias com produtores rurais e clientes para obter, fabricar e entregar produtos que são vitais para a vida. Os 160 mil membros da nossa equipe, incluindo os 13 mil colaboradores do Brasil, inovam com propósito, fornecendo aos clientes o essencial para que as empresas possam crescer, para que as comunidades prosperem e os consumidores vivam bem. Como uma empresa familiar com 159 anos de experiência, olhamos para o futuro e permanecemos fiéis aos nossos valores. Colocamos as pessoas em primeiro lugar. Superamos as metas. Nós fazemos a coisa certa – hoje e para as próximas gerações.

MRS — A MRS é uma operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, região que concentra cerca da metade do PIB brasileiro. A companhia está entre as melhores ferrovias de carga do mundo, com produção quase quatro vezes superior àquela registrada na década de 90. A malha ferroviária conecta regiões produtoras de commodities minerais e agrícolas a alguns dos principais parques industriais do país aos maiores portos da região Sudeste, o que gera uma operação de transporte diversificada, como contêineres, siderúrgicos, cimento, bauxita, agrícolas, coque, carvão e minério de ferro. Aproximadamente 20% de tudo o que o Brasil exporta e um terço de toda a carga transportada por trens no país passam pelos trilhos da MRS.

Sepetiba Tecon — O Sepetiba Tecon é reconhecido como um dos principais terminais de contêiner e carga geral do país. Localizado no Porto de Itaguaí (RJ), o terminal está próximo dos maiores centros econômicos e industriais do país. Sua completa infraestrutura e localização estratégica, somadas aos excelentes acessos rodoviários, ferroviários e marítimos, proporcionam vantagens significativas aos clientes dos mais importantes destinos e origens que operam nas modalidades de cabotagem, importação e exportação.

O terminal ainda se destaca por possuir um calado com 15,40 m para entrada e saída de navios porta-contêineres, ter autorização para receber os navios da classe New Panamax e oferecer linhas ferroviárias que garantem o atendimento direto à retroárea.