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20/09/2024

Saldo de crédito deve crescer 1,1% em agosto

Mantendo o ritmo anual de expansão de dois dígitos, diz Febraban.

Destaque foram recursos direcionados; financiamentos imobiliários e programas públicos deverão impulsionar o avanço do mês, mostra Pesquisa Especial de Crédito da Febraban.

O saldo total da carteira de crédito deve crescer 1,1% em agosto, com destaque para o avanço do crédito direcionado, com estimativa de alta de 1,3%, revela a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban. O bom desempenho no mês deverá ocorrer tanto na carteira Pessoa Física (+1,2%) quanto Pessoa Jurídica (+1,7%). Apesar da expectativa de bons resultados, o ritmo de expansão anual da carteira deve mostrar ligeira desaceleração, passando de 10,3% para 10,1%.

As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam, a depender da linha de crédito, de 41% a 88% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional. O levantamento da Febraban é divulgado mensalmente como uma prévia dos dados oficiais, que estão programados para serem divulgados no dia 27 de setembro, pelo Banco Central nas Estatísticas Monetárias e de Crédito.

A carteira Pessoa Física direcionada deve seguir impulsionada pelos financiamentos imobiliários, enquanto a carteira Pessoa Jurídica será puxada principalmente pelos financiamentos do BNDES e programas públicos, ambos relacionados às medidas de auxílio ao Rio Grande do Sul.

Os avanços das carteiras também deverão ser impactados pela liberação de recursos do Plano Safra 2024/2025, embora com desembolsos ainda abaixo do mesmo período da temporada passada. A pesquisa mostra que o menor volume de crédito rural deve fazer com que o ritmo de expansão anual da carteira direcionada desacelere de 12,7% em julho para 11,7% em agosto, o que explica a perda de fôlego da carteira total.

Já a carteira livre deve avançar 1,0% no mês, com altas de 1,1% no segmento Pessoa Jurídica e 0,9% em Pessoa Física. De acordo com o levantamento, nos recursos voltados às famílias, o destaque é a manutenção do bom desempenho dos financiamentos de veículos e das linhas de crédito pessoal e cartão à vista, que seguem favorecidas pelo avanço do emprego e da renda. Com isso, a carteira livre deve seguir ganhando tração, acelerando de 8,6% para 9,0%.

—Os números de agosto indicam que o mercado de crédito segue apresentando um desempenho sólido no 3º trimestre, com resultados positivos, inclusive quando observamos a evolução das operações com recursos livres, que são mais sensíveis às condições econômicas. Enquanto o crédito às empresas passa por uma normalização após o estresse observado no ano passado, o crédito às famílias tem sido impulsionado por linhas voltadas ao consumo, beneficiadas pelo aumento da renda, do emprego e pelas menores taxas de juros —avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

—A desaceleração no ritmo de expansão anual, capturada na pesquisa, deve ser pontual, devido ao baixo volume de desembolso do novo Plano Safra neste ano, que, por sinal, deve acelerar nos próximos meses. Assim, ao que tudo indica, o crédito deve voltar a crescer em dois dígitos neste ano —complementa o diretor.

Concessões — De acordo com a pesquisa, as concessões de crédito devem crescer 1,0% em agosto, mas ajustando pelo número de dias úteis, a alta deve ser bem mais expressiva, de 5,6%.

O maior volume no mês, ajustado por dias úteis, deve ser especialmente puxado pelas operações com recursos direcionados (+30,5%), impulsionadas tanto pelos desembolsos do Plano Safra quanto pelas medidas de auxílio para o Rio Grande do Sul.

Apesar do forte crescimento na margem, o volume de concessões com recursos direcionados deve recuar 8,0% quando comparado com agosto de 2023. O resultado reflete os menores desembolsos do Plano Safra deste ano, com alguns produtores tendo maiores dificuldades para acessar os recursos diante do endurecimento de algumas regras ambientais, segundo informações veiculadas pela imprensa.

Ainda assim, as concessões devem crescer 16,5% ante agosto de 2023,ou 11,8% quando também ajustado pela inflação, beneficiadas pela elevação das concessões com recursos livres (+21,5%). Já na visão acumulada em 12 meses, o volume de concessões deve seguir acelerando, passando de uma alta de 11,2% em julho para 12,0% em agosto.