Com monitoramento integral pioneiro desenvolvido pelo Cepel.
A Eletrobras vem adotando como uma de suas práticas a implantação de um Sistema de Gestão de Ativos. O modelo é usado para dirigir, coordenar e controlar as atividades de gestão, extraindo valor dos ativos em todo seu ciclo de vida, por meio do equilíbrio entre desempenho, custos e riscos nas tomadas de decisões.
—A otimização da gestão de ativos busca o ponto ideal, analisando desempenho e custo na decisão correta de investimentos no Capex e Opex. Com esse monitoramento há uma maior mensuração do risco. O nosso objetivo é o sucesso sustentado através do desenvolvimento e demonstração da capacidade de gerir eficazmente nossas atividades de operação, buscando a inovação para alcançar os resultados pretendidos —explica o vice-presidente de Operações e Segurança da Eletrobras, Antônio Varejão de Godoy.
Para isso, a companhia tem investido na implementação de soluções integradas de monitoramento de ativos. Um dos processos é o monitoramento de máquinas, já implementado nas usinas hidrelétricas de Simplício (MG/RJ) e Balbina (AM). Os sistemas IMA-DP e SOMA, ambos desenvolvidos pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) Eletrobras, visam garantir os padrões de excelência na disponibilidade de geração de energia nessas usinas, bem como uma gestão inteligente do tempo e dos custos de manutenção, reduzindo os riscos de falhas de isolação nos geradores.
—Quando falamos de Gestão de Ativos temos que ter em mente que inovarmos nos processos de cada etapa do ciclo de vida do ativo é fator chave para impulsionar o desenvolvimento do negócio. Nos deparamos com uma oportunidade gigantesca na adoção de soluções tecnológicas de base digital: uso de Inteligência artificial, monitoramentos, sensoriamentos, redes inteligentes, automações e muitos outros—avalia a diretora de Gestão de Ativos da Geração da Eletrobras, Lílian Ferreira Queiroz.
O Sistema Orientado ao Monitoramento de Ativos(SOMA), por exemplo, é um sistema flexível com foco no auxílio à gestão de ativos físicos, que pode ser utilizado para monitorar diversos processos industriais. As funcionalidades permitem desde o monitoramento online do estado operativo do equipamento por um técnico de manutenção até o diagnóstico da sua condição por um engenheiro especialista.
Já o Monitoramento de Equipamentos Elétricos de Alta Tensão por meio de Medição de Descargas Parciais (IMA-DP) é um sistema de monitoramento que avalia a condição do isolamento de equipamentos elétricos de alta tensão com o objetivo de evitar falhas do equipamento elétrico que podem gerar alto custo e riscos. Essa técnica pode ser aplicada em cabos, geradores, motores, compensadores síncronos, transformadores de potência, reatores, transformadores de instrumentos, disjuntores, subestações isoladas a gás, capacitores de potência e para-raios.
Usina Hidrelétrica de Simplício —Localizada na divisa entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, a UHE de Simplício, operada por Eletrobras Sudeste, acaba de receber a atualização, sendo a primeira a contar com acompanhamento total de seus conjuntos de turbina-gerador com solução desenvolvida a ser monitorada pelo SOMA. A partir dessa iniciativa pioneira, a UHE de Simplício passa a ser monitorada via plataforma web, com o objetivo final de maximizar o tempo e a qualidade de operação, bem como a vida útil dos seus equipamentos.
Usina Hidrelétrica de Balbina — Localizada no município de Presidente João Figueiredo (AM), a UHE de Balbina recebeu uma atualização no monitoramento das suas unidades geradoras com a versão mais recente dos sistemas IMA-DP e SOMA – ambos desenvolvidos pelo Cepel Eletrobras – para o monitoramento online contínuo de descargas parciais.
A implementação representa um avanço significativo na gestão dos ativos da usina da Eletrobras Eletronorte, responsável pelo abastecimento de grande parte de Manaus e do estado do Amazonas. A UHE de Balbina é a primeira usina da empresa a adotar integração IMA-DP/SOMA em todas as cincos unidades geradoras. O monitoramento online da condição do isolamento permite prevenir vários dos principais modos de falha em hidrogeradores.
Avanço tecnológico — Sobre a implementação dos sistemas nas usinas hidrelétricas, Hélio Amorim, pesquisador do Cepel Eletrobras e um dos idealizadores da solução envolvendo os dois produtos, reforça que “o IMA-DP e o SOMA representam um grande avanço tecnológico para o Brasil. Os produtos são flexíveis e podem ser aplicados de diversas formas e em vários equipamentos do setor elétrico. O monitoramento em tempo real representa menos exposição ao risco, mais informações sobre as condições das unidades geradoras e acompanhamento diário da operação com facilidade de acesso aos dados”.
Amplamente empregado em diversas usinas do Brasil, como a UHE Itaipu Binacional, o SOMA aplica tecnologias da Indústria 4.0, como Inteligência Artificial, Internet das Coisas e Digital Twins, para traduzir dados de monitoramento em informações úteis para tomada de decisão por parte dos gestores de manutenção.
Além da UHE de Simplício e da UHE de Balbina, a integração do IMA-DP ao SOMA vem sendo implantada também em outras UHE das empresas Eletrobras como na UHE Passo São João, operada por Eletrobras CGT Eletrosul, que também já está em funcionamento. A expansão para outras plantas da Companhia já está em curso.