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17/08/2024

Cosan registra prejuízo líquido de R$ 227 milhões no 2T24

78% ante o mesmo período do ano anterior. A holding teve redução de R$ 1,4 bilhão na dívida líquida corporativa para R$ 21 bilhões. O Ebitda ajustado sob gestão (considerando 100% do Ebitda das subsidiárias) foi de R$ 7,1 bilhões, uma alta anual de 15%.

A Cosan S.A. (B3: CSAN3; NYSE: CSAN) anunciou no dia 16 de agosto (quinta-feira), seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2024.

De acordo com a Cosan no segundo trimestre de 2024 resultado líquido de -R$ 227 milhões, afetado, dentre outros efeitos, pelo impacto não recorrente de impairment na Rumo. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o resultado foi melhorado em R$ 816 milhões, em razão da maior contribuição dos negócios via equivalência patrimonial.

O saldo da dívida bruta corporativa era de R$ 25,3 bilhões ao final do segundo trimestre de 2024, estável na comparação sequencial, porém capturando eficiências com redução no custo médio implícito de CDI+1,54% para CDI+1,41%, e alongamento dos prazos de vencimento. Além disso, executamos a liquidação total da estrutura do collar financing em abril de 2024, e emitimos debêntures no mercado local em junho do mesmo ano, em séries de cinco e dez anos, com o propósito de refinanciar os vencimentos de curto prazo do balanço.

O ICSD foi de 1,1 vezes no primeiro trimestre de 2024 para 1,3 vezes no segundo trimestre de 2024, sustentado pelo maior fluxo de dividendos dos últimos 12 meses, com aumento das contribuições da Compass e da Moove no período corrente. O crescimento dos dividendos recebidos pela Cosan também impulsionou a geração de caixa gerencial, alcançando R$ 1,4 bilhão no período, revertendo consumo de caixa de R$ 1,1 bilhão no trimestre anterior. Na comparação anual, a queda de 63% na geração de caixa é explicada pelas captações de R$ 4,7 bilhões no segundo trimestre de 2023, cujos recursos foram direcionados para liability management no terceiro trimestre de 2023.

Ebitda — Os negócios apresentaram indicadores trimestrais em linha com o planejamento para o ano. O desempenho da Rumo foi alavancado por maiores volumes e margens, refletindo aumento médio da tarifa. Na Compass, a expansão do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, sigla em inglês) reflete, entre outros efeitos, o início das operações do TRSP na Edge. A execução contínua da estratégia comercial e inteligência de suprimentos permitiu o desempenho superior da Moove.

Na Radar, as receitas com arrendamento foram em linha com o ano anterior. A Raízen apresentou expansão das margens de Mobilidade, compensada, principalmente, pelo menor resultado sazonal de açúcar. E a consolidação proporcional da Vale via equivalência patrimonial, sem base de comparação no segundo trimestre de 2023, contribuiu para a expansão de 15% do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, sigla em inglês) sob gestão do trimestre.

Por fim, os investimentos dos negócios seguem o plano estratégico e foram alocados para manutenção das operações e para os projetos estruturantes do portfólio.

A equivalência patrimonial da Cosan Corporativo no segundo trimestre de 2024 foi de R$ 1,4 bilhão, maior em R$ 678 milhões em comparação ao segundo trimestre de 2023. A melhora na rubrica é explicada principalmente pela contabilização do MEP da Vale proporcional à participação da Cosan, que teve início em dezembro de 2023, e, portanto, sem contrapartida na base de comparação. Ademais, a Raízen, com o reconhecimento de crédito fiscais extemporâneos de PIS/Cofins, e a Compass, com o ramp-up da operação da Edge e reversão de provisões na Comgás, suportaram o MEP do trimestre.

O resultado foi parcialmente compensado pela menor contribuição da equivalência oriunda da Rumo, em função do evento extraordinário de impairment na Malha Sul (mais detalhes no item C.1. Rumo), apesar da melhor performance operacional com maiores volumes e tarifas. Quando comparado ao primeiro trimestre de 2024, a variação positiva é explicada majoritariamente pela maior contribuição da Vale no período atual, além dos efeitos na Raízen e Compass mencionados acima.

As despesas gerais e administrativas da Cosan Corporativo totalizaram R$ 112 milhões, aumento de R$ 13 milhões quando comparado ao segundo trimestre de 2023, em função de maior despesa com remuneração registrada no período.

As outras despesas operacionais somaram R$ 355 milhões no segundo trimestre de 2024, impactadas negativamente pela venda de 0,78% das ações da Vale a um preço médio menor que o preço registrado em 30 de novembro de 2023, quando o investimento passou a ser contabilizado via equivalência patrimonial. Vale ressaltar que este efeito negativo foi neutralizado pela liquidação dos derivativos atrelados à estrutura de Collar Financing, conforme explicado a seguir:

O custo da dívida bruta foi de R$ 1,2 bilhão no segundo trimestre de 2024, acréscimo de R$ 57 milhões quando comparado ao segundo trimestre de 2023. O aumento é explicado pela variação cambial desfavorável dos perpetual notes —efeito não caixa, parcialmente compensado pelos ganhos de eficiência oriundos da gestão do endividamento realizada ao longo dos últimos trimestres. O rendimento de aplicações financeiras foi de R$ 65 milhões em linha com o trimestre anterior. O custo médio ponderado das dívidas da Cosan Corporativo ao final do segundo trimestre de 2024 foi de CDI+1,41%¹ versus CDI+1,54% no primeiro trimestre de 2024, evidenciando o nosso foco na otimização da estrutura de capital.

Os outros efeitos no resultado financeiro apresentaram redução de R$ 721 milhões no período, majoritariamente impactados pelo ganho com a liquidação antecipada dos derivativos do Collar Financing, e pela base de comparação afetada negativamente pela marcação a mercado das participações direta e collarizada na Vale. Além disso, o MtM do Total Return Swap (TRS) das ações da Cosan foi negativo em R$ 372 milhões no trimestre, explicado pela desvalorização de 14% nas cotações.

O resultado financeiro líquido do segundo trimestre de 2024 totalizou despesa de R$ 1,5 bilhão, variação positiva de R$ 661 milhões versus o mesmo período do ano anterior, explicada principalmente pelo ganho nas liquidações do Collar Financing e pelo período comparativo negativamente impactado pelo MtM da participação direta e collarizada. Na comparação sequencial, o aumento ocorreu em razão do ganho registrado no primeiro trimestre de 2024 parte dos derivativos atrelados à estrutura mencionada anteriormente.

A Cosan Corporativo apresentou prejuízo de R$ 227 milhões no segundo trimestre de 2024, afetado pela contabilização do impairment da Rumo na Malha Sul, efeito não recorrente e não caixa no resultado. Ainda assim, quando comparado ao segundo trimestre de 2023, a variação positiva de R$ 816 milhões é explicada pelo aumento da equivalência patrimonial, com destaque para a Vale, que passou a ser contabilizada como MEP a partir de dezembro de 2023. Em comparação com primeiro trimestre de 2024, a variação negativa no resultado líquido da Companhia é explicada majoritariamente pelo resultado financeiro no período comparativo impactado por ganhos com marcação a mercado e unwind de parte dos derivativos atrelados à participação collarizada, parcialmente compensada pela maior contribuição dos negócios via equivalência patrimonial.

A Cosan Corporativo encerrou o trimestre com dívida bruta de R$ 25,3 bilhões, em linha com o saldo ao final do primeiro trimestre de 2024. Foram executados os seguintes movimentos de liability management no trimestre: a liquidação antecipada total da estrutura do collar financing (4131 + derivativos), conforme divulgado ao mercado, além da 10ª emissão de debêntures no valor de R$ 1,4 bilhão no mercado local.

O aumento do saldo de caixa e equivalentes de caixa entre trimestres se deu em função do maior recebimento de dividendos pela Cosan, oriundos da Compass, Moove e Rumo. Desta forma, a dívida líquida do segundo trimestre de 2024 apresentou redução de R$ 1,4 bilhão frente ao trimestre anterior. Apresentamos no gráfico abaixo o cronograma de amortização de principal das dívidas da Companhia em 30 de junho de 2024, cujo prazo médio era de aproximadamente 6,4 anos (versus 6,3 anos no primeiro trimestre de 2024).

A alavancagem fechou em 2,7 vezes no , versus 2,3 vezes no primeiro trimestre de 2024. O crescimento na comparação sequencial é reflexo principalmente dos efeitos da sazonalidade da safra de cana-de-açúcar, com a construção dos estoques afetando o capital de giro da Raízen. Para fins de comparabilidade, ao retornar o efeito das ações da Vale na posição de caixa, a alavancagem gerencial foi de 2,1 vezes em 30 de junho de 2024.

— Vivenciamos ao longo do segundo trimestre de 2024 complexidade no cenário macro, pautado por forte volatilidade nos indicadores econômicos e alta nas taxas futuras de juros. Neste contexto, seguimos comprometidos com a otimização da alocação de capital pela Cosan e pelos negócios do portfólio, ao mesmo tempo que mantivemos o foco dos times na execução das operações e projetos estratégicos.

Na agenda de gestão do endividamento, captamos recursos, a fim de reforçar nossa estrutura de capital e permitir que as companhias naveguem pelos desafios oriundos da atual conjuntura, capturando eficiências em custo e duration. Somado ao aumento dos dividendos recebidos no período—- principalmente de Compass e Moove, aprimoramos o índice de cobertura do serviço da dívida na Cosan.

Na frente de gestão do portfólio, destacamos (i) o início do processo pela Moove em busca do potencial IPO, (ii) a aquisição pela Compass do controle da Compagas — distribuidora de gás natural do Paraná, e (iii) a otimização de investimentos em Santos pela Rumo, com a alienação de parte do T39 e a parceria estratégica com a CHS para construção do novo terminal, além dos avanços nos investimentos estruturantes das empresas— conclui a mensagem da administração da Cosan.