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17/08/2024

Conecta Varejo vira palco de Shark Tank Brasil e desafia empreendedores

O último dia do Conecta Varejo, realizado no dia 16 de agosto (sexta-feira), durante a Rio Innovation Week, se transformou em palco do Shark Tank Brasil, com direito a pitch e premiação com mentorias. Também foram abordadas a capacidade de vendas do Tik Tok e a luta contra o rascimo. O “Conecta Varejo Grupo Boticário – Rio Innovation Week” foi oferecido pela Asserj e pela Base Eventos e patrocinado, pela primeira vez, pelo Grupo Boticário.

O cofundador da Rio Innovation Week e presidente da Asserj (Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro), Fábio Queiróz, destacou que o RIW movimenta o turismo de negócios no estado e destacou os propósitos da conferência. “O nosso propósito com o Rio Innovation Week é desenvolver ideias e gerar relacionamentos. Levar conhecimento para a sociedade”, disse.

A primeira palestra desta sexta-feira teve a presença das influenciadoras Letícia Munniz e Luana Xavier, que contaram suas experiências e deram dicas na palestra “Como alavancar suas redes sociais com propósito – Oferecimento Mynd”.

Elas acreditam que o mercado está aberto para pequenos, micros e até nanos influenciadores. Se você fala sobre o que entende, você tem engajamento e fala direto com seus seguidores. Letícia, que se posiciona contra a gordofobia e estimula as mulheres a assumirem seus corpos, destacou que os influenciadores precisam ser autênticos e espontâneos, mas ressaltou que tem que ser com consciência, responsabilidade. —Temos que construir uma narrativa que acrescente, que ajude as pessoas. É muito importante não fazer conteúdos vazios que depois precisam ser apagados por serem inadequados—orientou Letícia.

Luana, que milita contra o racismo, já foi convidada para uma campanha de absorvente higiênico e precisou alertar os contratantes que ela tinha sido montada com ilustrações de modelos brancas. —Eu nem tinha fechado o contrato, fiquei insegura, mas eles mudaram tudo e até buscaram uma ginecologista negra para a campanha. É, no cadastro da empresa não tinha ginecologista negra —contou.

Durante a palestra, Luana também deu dicas para o público alertando sobre a importância de ser fiel a aquilo que se acredita e de cumprir as promessas. —Tenho um quadro, o “Contém Ironia” que é semanal. Prometi para os meus seguidores que esse conteúdo vai entrar sempre em um determinado dia da semana, então, não posso deixar para fazer um conteúdo na véspera, tenho que deixar planejado com antecedência. É muito importante respeitar o compromisso com as pessoas que dedicam um tempo do dia delas para nos acompanhar —destacou.

Às 11 horas, o diretor-executivo do Instituto Paulo Preto e Brecha hub, Raull Santiago e o presidente global da Central Única das Favelas, Preto Zezé, subiram ao palco para o painel “Oportunidade para pessoas pretas no mercado digital X Marcas com ações afirmativas”.

Preto Zezé destacou que as favelas do Brasil seriam o terceiro estado do país, com mais gente do que o Rio Grande do Sul, cerca de 20 milhões de pessoas, e com R$ 212 bilhões em poder de consumo. —As empresas terão que pensar duas vezes antes de falar sobre seus serviços, suas marcas e seus produtos, sem falar diretamente com a gente. Então, acho que esse ambiente vai ser favorável para a gente convencer nossos pares, nossos movimentos, parando de lutar para ficar ali no cantinho —afirmou.

No bate-papo, Preto ressaltou que as pessoas pretas não querem que as empresas peguem carona na agenda. —Nós não vamos nos contentar só de estar dentro daquela letrinha ESG, não vamos nos contentar de estar naquela cadeirinha solitária, naquela salinha com o computador com a internet lenta, no celular sem crédito, que diz assim: ‘Aqui é a secretaria do negro nesse partido’. Não vamos nos contentar com isso, estamos lutando por divisão de riqueza e poder. Você tem que segurar a sua agenda, a sua verdade —declarou.

Sobre as oportunidades digitais, Santiago deixou um recado importante: “A primeira coisa que reconhece a gente no campo da tecnologia do digital é o reconhecimento facial para dizer que a gente está errado, para forjar a gente, para impossibilitar nosso acesso em processos diversos. Então, se proteger, se fortalecer entre nós é uma das ferramentas centrais de mudanças que a gente pode utilizar”, enfatizou.

Às 14 horas, o espaço Conecta Varejo virou palco do reality show Shark Tank Brasil. Camila Farani, conhecida pela participação no programa e presidente da boutique de investimento G2 Capital, ao lado de Fábio Queiróz, presidente da Asserj, apresentaram o painel “Novas perspectivas do empreendedorismo”.

Queiroz ressaltou que se pudesse resumir o evento numa frase seria: —Eu diria a harmonização entre a ciência e a humanidade, porque a gente está discutindo muito forte o ser humano por trás da máquina, o ser humano alimentando a máquina com os seus padrões, as questões éticas por trás do uso da tecnologia e a espiritualidade— declarou.

Para Camila, você pode falar que tem o melhor aplicativo do mundo mas, no final das contas, se não entender que ali é um processo de venda de um humano para um outro humano, você se perde. —Quando a gente decidiu nesse ano falar muito de humanização e inteligência artificial, foi justamente para mostrar que por trás tem que ser humano —ressaltou.

O ponto alto do painel foi no momento que o palco do Conecta virou um verdadeiro reality show Shark Tank Brasil. Os empreendedores Renato Gomes dos Santos, criador de uma cleantech, e Fernanda Carvalho, criadora de um infoproduto que ensina a fazer balões personalizados, tiveram um minuto para apresentarem seus negócios, o pitch de vendas, para os “tubarões” Fábio Queiroz e Camila Farani. Os dois ganharam uma mentoria da presidente da G2 Capital, mas quem pode ganhar muito mais é o público. —Estou pensando em já trazer o Shark Tank aqui para o Rio Innovation Week no próximo ano— prometeu Queiroz.

Durante a palestra “TikTok Creators Economy Impactos e Oportunidades no negócio”, a diretora do TikTok Fernanda Raphaelli mostrou que a plataforma não é apenas um instrumento de entretenimento, mas de informação e recomendação também. —O criador de conteúdo no TIKTOK tem muita credibilidade. Fizemos um levantamento com os seguidores e três em quatro pessoas disseram acreditar nos conteúdos publicados e uma a cada duas afirmou que confiam nas marcas recomendas pelos criadores de conteúdo— informou a executiva.

Fernanda mostrou que a plataforma, que tem 344 bilhões de visualizações de vídeos por mês, identificou oportunidades para os pequenos creators. “Aproximadamente 70% das agências de marketing preferem investir em pequenos creators. Eles falam direto com o público. Essa interação dá credibilidade e, consequentemente, confiança. Nossos números indicam que 66% das pessoas da plataforma já visitaram ou comparam um produto a partir de uma recomendação de um creator.

O jornalista e creator do segmento esportivo, Daniel Braune e Elifas de Vagas, fundador da Kreativ, também participaram da apresentação. Braune destacou que a simplicidade da linguagem e a liberdade da plataforma é o que a torna atraente e passa tanta confiança para os seguidores. —Antes falavam que devemos dizer o que o público gosta mas, na verdade, você tem que fazer o que o seu público espera de você. Tem que entender do que ele gosta, o que você faz bem, e fazer o que você sabe como o público gosta —concluiu