Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, sigla em inglês) ajustado recorrente aumenta 13,2% e atinge R$ 1,6 bilhões. Venda de energia cresceu 11,2% na comparação com mesmo período do ano anterior. Com 95 usinas em operação, (re)energisa atinge 369,87 MWp e marca sua entrada no Nordeste com o serviço de geração distribuída. Após um ano de aquisição, ES Gás chega a 83.349 unidades consumidoras e 557 km de rede de distribuição.
No segundo trimestre de 2024, o Grupo Energisa registrou crescimento no lucro líquido ajustado recorrente de 16,6% e finalizou o trimestre em R$ 377,6 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, sigla em inglês) ajustado recorrente (exclui VNR, Ebitda societário da transmissão e efeitos não caixa e não recorrentes e ajustado pelo Ebitda regulatório das transmissoras) consolidado totalizou R$ 1.658,3 bilhão no segundo trimestre de 2024, incremento de 13,2% (R$ 193,6 milhões) sobre segundo trimestre de 2023. O Ebitda sem ajustes, cresceu 0,2% e atingiu R$ 1.775 bilhão no segundo trimestre de 2024.
Atualmente, o negócio de distribuição de energia elétrica do Grupo Energisa atende cerca de 8,6 milhões de clientes em 11 estados, o que corresponde a aproximadamente 10% da população brasileira. O segmento, inclusive, recebeu R$ 1,3 bilhão em investimento no segundo trimestre de 2024, aumento de mais de 15% no comparativo com o mesmo período de 2023. Para o ano de 2024, a previsão é que as nove distribuidoras no Grupo recebam R$ 4,9 bilhões em investimentos. Destaque também para a rubrica de PMSO recorrente do segmento de distribuição, que cresceu 3%, abaixo da inflação registrada no período entre o segundo trimestre de 2023 e segundo trimestre de 2024 (4,23%).
Mercado de energia — As vendas de energia das distribuidoras (mercado cativo + TUSD) cresceram 11,2% no segundo trimestre de 2024, quando comparadas ao mesmo período do ano anterior, atingindo 10.520,5 GWh, maior taxa nos últimos 23 anos. Considerando as vendas não-faturadas, o crescimento foi de 9,8% (10.272,8 GWh). Entre as nove concessões de distribuição, todas apresentaram aumento do consumo, sendo seis crescendo acima de dois dígitos, em especial as localizadas no Centro-Oeste e Norte.
Nesse contexto, houve aumento de consumo de energia em todas as classes, sobretudo na residencial, que teve alta de 15,5%, sendo 81% desse crescimento associado ao incremento do consumo médio residencial. Alguns fatores explicam o desempenho expressivo do consumo de energia no segundo trimestre de 2024, o primeiro deles é o registro de temperaturas acima da média, com ondas de calor em todas as regiões e volume pluviométrico menor. Outros fatores também contribuíram para o resultado expressivo no segundo trimestre, dentre eles o bom desempenho do comércio e da indústria em 2024, em especial da cadeia de alimentos. Indicadores divulgados pelo IBGE ilustram que a produção industrial acumulou alta de 2,5% até maio, com 18 dos 24 segmentos crescendo ante mesmo período do ano passado.
No segmento de Transmissão, o resultado societário aumentou 6,7% explicado, principalmente, pelo aumento da receita de construção em função da evolução física dos projetos em construção dos projetos Energisa Amapá, Energisa Amazonas I e Energisa Amazonas II. No resultado regulatório, a receita líquida cresceu 10%, em função do reajuste inflacionário e entrada em operação das novas instalações da Energisa Amazonas em setembro de 2023 e da Energisa Tocantins II em maio de 2024.
Em 28 de junho de 2024, foi realizada a assinatura do contrato de concessão referente ao lote 12 do Leilão de Transmissão da Aneel 001/2024, tendo sua publicação oficial no Diário da União realizada em 02 de julho de 2024. O lote, que prevê uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 112,5 milhões, está situado entre o Maranhão e o Piauí, e prevê a construção da linha de transmissão (LT) de 500 kV Teresina IV – Graça Aranha C1, CS, com 205,13 km e da linha de transmissão de 500 kV Boa Esperança – Graça Aranha C1, CS, com 188,4 km. Esse investimento proporcionará a expansão da Rede Básica da Área Norte da região Nordeste, de forma a possibilitar o pleno escoamento das usinas já contratadas nesta região, ampliar as margens para conexão de novos empreendimentos de geração e atender ao crescimento da demanda local.
(re)energisa —A (re)energisa encerrou o segundo trimestre de 2024 com 369,87 MWp de potência instalada em geração distribuída e 95 plantas operacionais nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Em julho de 2024, a (re)energisa adquiriu cinco UFV’s nos estados do São Paulo, Maranhão e Piauí, que irão agregar 19,4 MWp ao portfólio do grupo. Dessa forma, a marca amplia a sua presença na região Nordeste, onde já comercializa energia através do mercado livre e outros serviços, como gestão de construção, microrredes e operação e manutenção de ativos.
Seguindo o plano de expansão, o braço de geração distribuída da (re)energisa apresentou uma receita líquida de R$ 91 milhões, aumento de R$ 46,9 milhões com relação ao 2T23, esse resultado está diretamente relacionado ao incremento de 22,6% de potência instalada acumulada em comparação com o mesmo período de 2023.
Na comercialização de energia, ao longo do segundo trimestre de 2024 foram fechados 170 clientes na modalidade varejista, somando um total de 284 GWh. Já no segundo trimestre de 2023 foram fechados 29 novos clientes na modalidade varejista. No geral, as vendas de energia para consumidores livres (em GWh) apresentaram um crescimento de 65% pelo comércio e 47% no trading, totalizando um aumento de 54% no total. Esse desempenho se justifica pelo esforço na prospecção e pelas movimentações estratégicas de trading.
ES Gás — A aquisição da ES Gás completou um ano no dia 03 de julho, com o registro de crescimento da base de clientes em 5.511 mil na comparação com o segundo trimestre de 2023, fechando em 82.349 unidades consumidoras. A rede de distribuição atingiu 557 km, aumento de 60,95 km na comparação com o mesmo período de 2023. Seguindo o plano de aceleração do crescimento da companhia, anunciado em março desse ano e que prevê investimentos da ordem de R$ 100 milhões, no segundo trimestre de 2024, os aportes totalizaram R$ 19,2 milhões, o que representa um acréscimo de 69,9% em comparação com o segundo trimestre de 2023 (R$ 7,9 milhões).
Os segmentos residencial e comercial apresentaram crescimentos de 3,1% e 2,7%, respectivamente, impulsionados pela adição de novos clientes. Em contrapartida, os segmentos industrial e automotivo enfrentaram quedas de 12,1% e 25,9%. A queda do consumo automotivo se deve aos incentivos concedidos aos demais combustíveis. O segmento termoelétrico teve o maior recuo (99,3%), devido à decisão da ANEEL de interromper os despachos das usinas térmicas emergenciais, refletindo uma mudança significativa na demanda por gás nesse período.
No dia 07 de agosto (terça-feira), o Governo do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento, lançou o Programa ES Mais+Gás. A iniciativa contou com a criação de um grupo de trabalho com 22 entidades públicas e empresas privadas, que ao longo de 11 meses atuaram para elaborar um plano que pretende impulsionar o desenvolvimento sustentável do Espírito Santo a partir do gás natural e do biometano. Esse é mais um passo dado pelo Estado em sua agenda para a descarbonização da economia e de mudanças climáticas.
O ES Mais+Gás teve quatro macro objetivos definidos, sendo eles: reduzir a emissão de gases de efeito estufa; estabelecer uma matriz energética robusta, eficaz e diversificada; impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável do Espírito Santo; e transformar o Estado no principal hub integrado de gás de alta competitividade do país. Além disso, o programa também contempla 86 planos de ação que devem ser realizados pelas empresas e entidades participantes do grupo de trabalho ao longo dos próximos dez anos.
Entre os principais resultados esperados estão a redução de 9,78% das metas do Plano Estadual de Descarbonização do Espírito Santo até 2026, e com 62,5% destas metas até 2034. A diversificação dos combustíveis utilizados na indústria e no transporte são algumas das ações previstas para atingir esta redução.
O Programa também visa oferecer mais segurança e confiabilidade no fornecimento de energia, além de mais competitividade para os consumidores, com a diversificação da matriz energética do Estado. Para isso, propõe a elevação no consumo diário de gás natural dos atuais 2,3 milhões de metros cúbicos para 2,8 milhões de metros cúbicos em 2026 e de sete a 15 milhões de m³ em 2034. Outro importante avanço possibilitado pelo ES Mais+Gás é a produção pioneira de biometano no Espírito Santo. A expectativa é que a produção diária alcance 50 mil metros cúbicos em 2026 e 300 mil metros cúbicos em 2034.