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19/06/2024

Não é só futebol, precisamos de inclusão e apoio a todas as modalidades

A importância de trazer visibilidade a novos talentos em esportes radicais é um tema crucial e relevante. No Brasil, o futebol é amplamente reconhecido e estereotipado como o principal esporte do país, como revela uma pesquisa realizada pelo Think With Google, que aponta que 70% dos brasileiros consomem e/ou praticam futebol. Como resultado, a mídia e o poder público direcionam sua atenção majoritariamente para essa modalidade, deixando outras modalidades menos populares, como esportes radicais, em segundo plano. No entanto, é fundamental ressaltar que o Brasil não se destaca apenas no futebol, mas também possui jovens atletas talentosos interessados em praticar diversas modalidades esportivas.

O apoio ao esporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento desses atletas, proporcionando um ambiente propício para o seu crescimento. Além dos tradicionais fisioterapeutas e treinadores, é importante considerar outros profissionais, como psicólogos e nutricionistas, que desempenham um papel essencial no dia a dia dos atletas, especialmente aqueles que estão iniciando suas carreiras.

Existem várias instituições que precisam direcionar sua atenção para esportes menos populares, a fim de viabilizar ações de inclusão de novos talentos. Tanto o poder público quanto a imprensa desempenham um papel importante nesse processo, seja através da cobertura midiática ou da implementação de políticas públicas que tornem a prática de esportes radicais, como BMX, skate e surf, mais acessível à população, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Eu mesmo não tive a oportunidade de experimentar esses esportes quando criança, devido à falta de apoio e investimento. Isso me fez enfrentar obstáculos e tomar decisões difíceis para seguir uma carreira consolidada. Por isso, tenho me esforçado para oferecer um futuro promissor aos atletas que apoio, mesmo com recursos limitados. No entanto, isso não é suficiente, e é necessário mais recursos e pessoas engajadas em apoiar talentos desperdiçados devido à falta de oportunidades.

Além disso, é importante ressaltar que esses esportes radicais vão além das competições esportivas e se tornam um estilo de vida imerso na moda, música e linguagem. Eles têm uma influência cultural e comportamental significativa, tanto para os atletas quanto para aqueles que se identificam com essas tendências. Portanto, por que não investir em algo que possui uma abrangência cultural, comportamental e, acima de tudo, profissional?

. Por: Stefan Santille, fundador e proprietário da marca Ursofrango: acredito que seja vital prospectar e capacitar novos talentos, permitindo que eles desbravem espaços ainda pouco explorados pelos brasileiros. Faço um apelo para que nos unamos em uma força-tarefa para dar maior visibilidade a novas modalidades esportivas. Convido a todos para conhecerem essas modalidades enquanto lutamos por mais oportunidades e espaço na mídia.

Stefan Santille também é o fundador e proprietário da marca de roupas Ursofrango. Apesar de ser brasileiro, ele morou na Suíça por mais de 20 anos, o que influenciou sua cultura e despertou sua paixão por esportes radicais, especialmente o snowboard. Atualmente, sua marca atua como apoio e mediação em competições para jovens atletas de modalidades radicais. Os lucros obtidos com a venda de roupas estilo streetwear são utilizados para financiar e apoiar esses atletas.