Presidente da Petrobras apresentou painel no primeiro dia da OTC, que acontece em Houston (EUA).
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, declarou no dia 06 de maio (segunda-feira), que o setor de petróleo e gás é peça-chave para estruturar a transição energética e impulsioná-la em grande escala. Para ele, a cooperação internacional entre empresas e governos e arranjos financeiros são essenciais para alavancar a descarbonização e garantir maior eficiência energética, em prol da meta de neutralidade de emissões.
—É o que chamo de desafio universal. Todos terão que colaborar e trabalhar juntos para alcançarmos uma transição energética que não deixe ninguém para trás — não apenas nossos trabalhadores, mas também fornecedores, empresas contratadas e, especialmente, as comunidades dos locais onde atuamos”, disse Jean Paul. O presidente falou no painel “Petrobras in the Energy Transition: Producing Low Carbon Oil and Preparing for the Future”, no primeiro dia da Offshore Technology Conference (OTC), que acontece em Houston (EUA).
Para o presidente da Petrobras, caberá às empresas de petróleo investir na redução das emissões de carbono (CO2), enquanto também buscam novas soluções para fontes locais de energia. Ele lembrou que a grande vantagem do uso de combustíveis fósseis está no seu baixo custo de transporte e na sua capacidade de armazenar energia de forma líquida. —Diante disso, um dos principais desafios das empresas mundiais de petróleo é mitigar a necessidade de transportar energia a longas distâncias, em busca de soluções locais —ressaltou.
Prates reforçou o compromisso da companhia em reduzir ainda mais as emissões operacionais da Petrobras até 2030 e a ambição de neutralizar o lançamento de gases de efeito estufa até 2050. —Já somos responsáveis por mais de 20% do CO2 reinjetado no mundo —disse ele, ao se referir ao programa de captura, uso e armazenamento de CO2 (CCUS) da Petrobras.
Novas energias e bioprodutos — Além de apostar em projetos de descarbonização, a Petrobras está investindo em pesquisa e no desenvolvimento de projetos de novas fontes de energia e produtos sustentáveis. —Estamos olhando para setores que são similares ao que já fazemos com excelência em termos de logística, operação e soluções financeiras, como, por exemplo, eólicas offshore —afirmou Prates. Ele citou também projetos de energia solar e eólica em terra e de hidrogênio, destacando que a operação com hidrogênio guarda similaridades com a de gás natural.
Prates destacou, ainda, os esforços da Petrobras para produção de produtos sustentáveis, produzidos em coprocessamento. —Estamos prontos pra sermos os maiores biorrefinadores da América Latina em dez anos, usando nossas próprias refinarias— declarou.
No segmento de biorrefino, a Petrobras vai investir US$ 1,5 bilhão até 2028. Esses investimentos suportarão o crescimento da capacidade de produção de Diesel R5, com 5% de conteúdo renovável, na REPAR, RPBC, Reduc e Replan. No horizonte do Plano Estratégico, também estão previstos recursos para instalação de plantas dedicadas de bioquerosene de aviação e diesel 100% renovável na RPBC e no Gaslub, que serão concluídas após 2028.
No total, nos próximos cinco anos, a Petrobras vai investir US$ 11,5 bilhões em projetos de descarbonização das operações, biorrefino, renováveis e novos negócios em baixo carbono.