E deve ser adotada por indústrias de todos os segmentos. De acordo com a consultoria McKinsey, empresas digitais registram Ebitda três vezes maior que as demais.
Segundo pesquisa realizada pela Data Makers junto a executivos brasileiros, divulgada em setembro de 2023, 73% dos C-Levels do país consideram a transformação digital extremamente importante para o futuro dos negócios. Apesar disso, o Índice Transformação Digital Brasil 2023 (ITDBR), realizado pela PWC Brasil e pela Fundação Dom Cabral, aponta uma maturidade baixa das empresas do país em relação ao assunto, e o setor industrial é um dos segmentos onde o índice alcançou menor média.
Líder em inovação e reconhecido como um dos principais players mundiais na fabricação, exportação e comercialização de revestimentos cerâmicos, o Portobello Grupo sai na frente ao instituir os líderes e aprovar um plano de transformação digital, que deixará os processos mais fluidos e fomentará ainda mais a cultura de inovação que já faz parte da empresa.
Em 2023, quando chegamos no Grupo, a nossa missão era, e ainda é, capitanear a transformação digital na empresa formada por três unidades fabris (Portobello, Portobello America e Pointer) e uma de varejo (Portobello Shop). Nosso desafio: garantir autonomia com alinhamento entre todos os elementos do Grupo.
Entendendo a transformação digital como elo de conexão com o DNA do Grupo e de mudança do mindset para tornar o trabalho mais fluido, gerar mais compartilhamentos e colaborações, refinar dados e, dessa forma, agregar valor ao produto final. O primeiro passo adotado foi aprovar um plano com esta finalidade, a fase do Be Digital, que um kick-off de letramento digital bastante forte junto aos funcionários de todas as unidades de negócios Portobello.
O engajamento de todo o ecossistema empresarial em torno dessa mudança – que também é cultural – é um dos pilares para uma transformação digital bem-sucedida. As pessoas devem entender que as modificações são desenvolvidas com respeito ao trabalho e ao legado de todos, essas mudanças auxiliam para que eles tenham foco em problemas reais que necessitam de uma atenção humana maior, deixando para máquinas processos repetitivos ou de baixa complexidade. Neste modelo, os funcionários têm mais autonomia e dedicam seu tempo ao que realmente importa. Essa prática destrava o potencial de cada um e tende a tornar todos mais produtivos e criativos, alavancando a inovação nas empresas.
Ao implementar soluções digitais no modelo de negócios, agregando novas formas e plataformas de operação, engajamento completo e em tempo real, e uma cultura de análise de dados para a tomada de decisões, o Portobello Grupo coloca a tecnologia no centro do negócio, transformando a experiência de sua comunidade interna e externa ao entregar um produto final ainda mais assertivo e de alto valor agregado.
Neste contexto, o BI (Business Intelligence) é outro dos aspectos cruciais na jornada de transformação digital. É ponto pacífico entre especialistas do setor que, se um dos maiores propósitos da transformação digital é colocar o cliente no centro, tornando sua experiência com a marca mais satisfatória e com menos fricção, ter uma base de dados sobre como se comporta esse cliente e – mais importante – dados que indiquem uma mudança de comportamento deste consumidor, com um bom BI a empresa é capaz de prever tendências e se preparar com mais agilidade para atendê-las. E de quebra, torna-se referência de mercado. Quando isso é feito com o uso de machine learning existe ainda um grande potencial de oferecimento de insights para o atingimento de metas de negócios de forma mais ágil.
A coleta e interpretação de dados e o engajamento de todos os colaboradores em torno da transformação digital caminham lado a lado com a automação de processos, nesse momento que entra o nosso outro eixo de atuação forte, a Go Digital. Como faço a jornada cloud acontecer? Como eu crio ferramentas para orientar produtos e serviços digitais? Como criar plataformas orientadas ao serviço? Esses são alguns questionamentos que estamos buscando responder com excelência. A automação também passa pela redução do uso de papéis e pelo armazenamento em nuvem, que permite que as empresas desenvolvam processos automáticos, criptografados e com assinaturas digitais, que passam a ser arquivados em um ambiente digital, substituindo os data centers físicos pelo datalake: um repositório de dados protegidos e sem limite de tamanho. Ou seja, deixa o processo mais rápido e com menos equipamentos de infraestrutura envolvidos.
Segundo a consultoria McKinsey, empresas digitais registram EBITDA até três vezes maior e se destacam em inovação: de acordo com o relatório da consultoria sobre transformação digital, as empresas que já incorporaram essa mudança têm desempenho de 60% no quesito experimentação, em contraste aos 2% das demais.
Fica evidente a necessidade da indústria tornar seus processos mais fluidos, assertivos e menos poluentes – sim, a transformação digital também colabora para a redução de produção de resíduos e desperdício de energia e recursos naturais. A transformação digital vai ao encontro dos valores do Portobello Grupo, que inaugurou sua primeira fábrica fora do Brasil no terceiro trimestre de 2023, e pretende levar ao mundo a bossa, a flexibilidade, inventividade e o jeito brasileiro de fazer bem-feito.
. Por: Luciano Abrantes, diretor-presidente Unidade Portobello e Daniel Rampazzo, head corporativo de Transformação Digital Grupo Portobello