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08/03/2024

Potencialidades da Atenção Primária à Saúde

Muito se discute sobre os atributos essenciais da Atenção Primária à Saúde (APS), considerando o primeiro contato, a longitudinalidade, a integralidade e a coordenação, porém é indispensável a discussão de metodologias que visam proporcionar um maior e mais efetivo acesso ao sistema de saúde e reverter o enfoque curativo e hospitalar, historicamente instituído, potencializando um modelo preventivo, coletivo, territorializado e democrático.

É nítido o avanço da Atenção Primária quanto à garantia do direito à saúde e ao acesso aos serviços públicos de saúde, implementando estrategicamente ações que visam o enfrentamento aos problemas registrados em um país marcado por grandes desigualdades sociais e econômicas entre os seus estados e municípios.

O grande desafio é a construção de uma condição plena de cidadania, garantindo a participação popular, contribuindo para o melhor funcionamento da saúde, possibilitando a otimização do planejamento das ações, promovendo o autocuidado, fortalecendo os princípios e diretrizes do SUS. Assim, é possível que a população reconheça seus direitos fundamentais, incluindo o direito à saúde pública de qualidade.

O avanço nas discussões e implementações que favorecem o acesso oportuno à Atenção Primária à Saúde tem viabilizado a ampliação da cobertura populacional pelas equipes de saúde da família em todo o território brasileiro. Assim, demonstram como essa estratégia se faz necessária para a mudança do modelo de atenção à saúde, que, ainda hoje é hospitalocêntrico, centrado no atendimento médico e que expressa uma assistência à doença e não uma promoção da saúde da população.

Ainda há um longo caminho a ser percorrido, considerando a necessidade permanente de mitigar condutas que ameaçam a organização de uma Atenção Primária à Saúde, inclusiva e equânime, concomitante é necessário fomentar movimentos que incentivem a ampliação e discussão sobre avanços, desafios e estratégias para enfrentamento e fortalecimento ininterruptamente da APS no SUS.

. Por: Estela Santana, graduada em Enfermagem, pós-graduada em Estratégia de Saúde da Família, Urgência e Emergência e MBA em Gestão Pública. Atualmente exerce o cargo de Superintendente da Atenção Primária à Saúde na Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD).