Tempo de abertura de gates também foi curto e, no mês passado, 23 navios não tiveram sequer uma abertura de portão no terminal.
Segundo o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup de tecnologia no segmento logístico ElloX Digital, em parceria com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o índice de alteração de escalas e atrasos de navios com café no Porto de Santos ficou em 75% em fevereiro de 2024, envolvendo um total de 75 porta-contêineres, sendo que o maior intervalo foi de 22 dias entre o primeiro e o último deadline.
Apesar de uma ligeira melhora observada em relação a janeiro deste ano, o índice segue acima de 75% — patamar observado nas épocas de picos de safras de café, açúcar e algodão, no segundo semestre de 2023 — em um mês (fevereiro) no qual o volume de açúcar não foi elevado, mas que ainda teve um montante significativo de algodão exportado.
O diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, informa que, conforme a atualização do Boletim DTZ, também permanecem os problemas relativos à abertura de gates nos terminais. —Esse fato continua impactando o planejamento de embarques das empresas, de maneira direta, e gerando custos adicionais aos exportadores, uma vez que seguem enfrentando esses entraves para cumprir os prazos e honrar seus compromissos— revela.
De acordo com o documento, em fevereiro de 2024, apenas 13% dos procedimentos de embarque tiveram prazo superior a quatro dias de gate aberto por navios. Outros 66% possuíram entre três e quatro dias e 21% tiveram menos de dois dias de período de gate aberto.
—É válido ressaltar, também, que, no mês passado, 23 navios não tiveram sequer uma abertura de gate, fazendo com que os exportadores ficassem sem alternativas e acabassem tendo que arcar com o custo não previsto de pré-stacking, onerando ainda mais seus procedimentos —critica.
Já a ElloX explica que, em relação ao gráfico do tempo de gate aberto, os terminais continuam alterando o deadline, mas mantendo a data de abertura estática, o que gera um aumento artificial do prazo, desvirtuando a realidade, já que se observa, com terminais e transportadores, que os mesmos não possuem janelas para entrega nesses períodos e, assim, postergam o deadline.
—Seguiremos trabalhando para aprimorar o Boletim DTZ, realizando o cruzamento das informações dos armadores operados por cada navio, bem como os serviços dos mesmos, com o objetivo de trazer informações ainda mais consistentes a esse respeito — comenta o fundador e CEO da startup, Lucas Moreno.
Diante desse cenário de adiamentos regulares nos embarques de café, que elevam os custos operacionais dos exportadores, o Cecafé reforça o convite a seus associados para integrarem essa iniciativa, a qual busca gerar provas para evitar cobranças adicionais e indevidas, efetuando seu cadastro através do endereço: https://shre.ink/rlmY