AbrasMercado: produtos básicos pressionam os preços da cesta em todas as regiões. Páscoa: consumo deve crescer 13% a 15% no período.
O Consumo nos Lares Brasileiros registrou alta de 1,21% em janeiro na comparação com janeiro do ano passado – resultado dentro do patamar observado nos últimos três anos. Na comparação com dezembro houve queda de -22,01%, de acordo com o acompanhamento mensal da Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS.
O levantamento contempla todos os formatos e canais operados pelos supermercados e os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
—O consumo recua tradicionalmente no início do ano devido ao pagamento de impostos e despesas com educação. A exemplo dos anos anteriores, ele tende a ser maior no final do trimestre, com o menor comprometimento da renda e a chegada da Páscoa— analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
Neste primeiro trimestre devem contribuir para o aumento do consumo o pagamento antecipado de 31 bilhões em precatórios, o pagamento — a partir de fevereiro — do PIS/Pasep para 28 bilhões de trabalhadores (3 bilhões a mais do que o valor pago no calendário 2023), a manutenção dos programas de transferência de renda (Bolsa Família e Auxílio-gás), bem como, o reajuste do salário-mínimo (+6,97%) desde janeiro.
Abrasmercado: alimentos básicos puxam alta da cesta em todas as regiões: Carne bovina – corte dianteiro, pernil e ovos registraram recuo — O Abrasmercado – indicador que mede a variação de preços nos supermercados – registrou alta de 1,40% em janeiro puxado por alimentos básicos da cesta composta por 35 produtos de largo consumo (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza).
Na cesta de itens básicos as principais altas vieram do feijão (+9,70%), do arroz (+6,39%), do óleo de soja (+2,84%), da farinha de mandioca (+2,27%), açúcar refinado (+0,85%), do café torrado e moído (+0,80%), do leite longa vida (+0,71%).
Dos produtos da cesta de hortifruti, que vem sendo impactada por redução na oferta devido a problemas climáticos, as principais altas foram batata (+29,45%) e tomate (+2,96%). Já a queda foi puxada por cebola (-5,57%).
Na cesta de proteína animal os recuos vieram da carne bovina – cortes do dianteiro (-2,02%), do ovo (-1,81%). O preço do pernil registrou estabilidade no mês. No acumulado de 12 meses o corte suíno registra queda de -2,74%.
Dentre os lácteos as principais quedas foram leite em pó integral (-0,48%), margarina cremosa (-0,94%). As altas foram registradas nos queijos muçarela e prato (+0,95%).
Na categoria de higiene e beleza o recuou foi registrado em papel higiênico (-0,97%). As demais variações foram: creme dental (+0,46%), xampu (+0,42%), sabonete (+0,24%).
Na cesta de limpeza houve retração em água sanitária (-0,90%) e sabão em pó (-0,59%). As altas foram registradas em detergente líquido para louças (+0,48%) e desinfetante (+0,22%).
Em janeiro, a cesta passou de R$ 722,57 para R$ 732,69 uma alta de +1,40%, na média nacional. Na análise regional, todas as cinco regiões registraram alta. A maior variação foi registrada na região Norte (+3,09%) puxada por batata (+58,30%) passando de R$ 792,74 para R$ 817,24; seguida por Centro-Oeste (1,95%) que passou de R$ 680,64 para R$ 693,89; Nordeste (+1,37%) passando de R$ 649,80 para R$ 658,71; Sudeste (+1,37%) saindo de R$ 732,67 para R$ 742,63 e Sul (1,24%) passando de R$ 808,92 para R$ 818,93.
Cesta de 12 produtos básicos tem alta de 1,28%: farinha de trigo, carne bovina – dianteiro e margarina cremosa registraram queda nos preços.
No recorte da cesta de alimentos básicos com 12 produtos houve alta de 1,28% em janeiro, passando de R$ 302,24 para R$ 306,11.
As principais altas de preços foram registradas em feijão (+9,70%), arroz (+6,39%), do óleo de soja (+2,84%), farinha de mandioca (+2,27%), açúcar refinado (+0,85%), café torrado e moído (+0,80%), leite longa vida (+0,71%), massa sêmola de espaguete (+0,12%).
Dentre as quedas estão farinha de trigo (-1,78%), a carne bovina – corte do dianteiro (-2,02%) e margarina cremosa (-0,94%).
Consumo deve crescer 13% a 15% no período de Páscoa — Ovos de Páscoa com brindes lideram as encomendas do setor e colombas são destaques dentre os itens presenteáveis.
Cesta para almoço deve ficar, em média, 15% mais cara com o aumento do preço do azeite (24,7%)
O bom desempenho do consumo de itens típicos de Páscoa registrado no ano passado deve se repetir neste ano, de acordo com 85% dos supermercadistas que participaram do estudo feito pela Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS, em fevereiro. Para 60% deles, o consumo vai ser manter no patamar do ano passado e outros 25% apostam em um aumento de consumo.
Um dos motivos para o otimismo vem do calendário e dos recursos que serão injetados no consumo até a data. Em 2023, a Páscoa foi comemorada no início do mês (9 de abril). Neste ano, ela será em 31 de março e terá uma forte influência do pagamento do Bolsa Família (de 15/03 a 28/03) e de outros recursos que serão injetados na economia no trimestre, como a antecipação do pagamento de R$ 31 bi dos precatórios do INSS. Nesse cenário, 34% dos supermercadistas projetam maior consumo na véspera da data (sábado) e outros 48% na semana que a antecede com a chegada do Domingo de Ramos.
Neste ano, os peixes frescos ou congelados devem estar presentes no almoço de 26% das famílias, seguidos de bacalhau (12,9%). Para o período da Quaresma, o consumo de ovos deve aumentar 16,7%. Por outro lado, deve haver uma redução de cerca de 3% do consumo de azeite devido ao aumento de preços (24,7%).
Na cesta de bebidas, mais de 40% do consumo está dividido em vinho importado (14,4%), refrigerante (14,3%) e cerveja (14,3%). Suco (13,1%) e vinho nacional (11,9%) completam os itens mais procurados da cesta.
Quanto aos ovos de Páscoa, o volume das encomendas do setor está dividido em ovos com brinquedos, brindes (18,6%), de ovos de chocolate de 100gr. a 185 gr. (17,9%) e de ovos de chocolate de 252gr. a 365 gr. (15,4%) que lideraram o consumo no ano passado. Outros se dividem em ovos de chocolate de 186gr. a 251 gr. (13,8%) e ovos de chocolate acima de 366 gr. (13,8%). Os preços variam, em média, 15% na comparação com o ano anterior.
Outro destaque para o período vem da fatia representada pela colomba pascal de chocolate (19,6%) e de frutas (17,1%). Outros itens presenteáveis são bombons (18,0%), mini ovos e coelhos (15,3%).
Para impulsionar o consumo 70% dos supermercadistas apostam em pontos extras e em ações promocionais nas lojas e 35% aproveitam também as oportunidades de negócio do e-commerce.