O mês de fevereiro é dedicado ao alerta à população sobre a leucemia. Segundo Dr. Tiago Barros, hematologista da Clínica Felippe Mattoso e Labs a+, marcas do Grupo Fleury no Rio, trata-se de neoplasias malignas que ocorrem em células precursoras da medula óssea (responsáveis por dar origem às células que circulam em nosso sangue – leucócitos, hemácias ou plaquetas).
—O que causa o surgimento da leucemia ainda não está plenamente estabelecido, mas fatores familiares, ambientais e relacionados ao estilo de vida parecem influenciar no surgimento de mutações que levam ao desenvolvimento da doença— alerta.
Dr. Tiago informa que há quatro tipos principais: leucemia mielóide aguda, leucemia linfoblástica aguda, leucemia mielóide crônica e leucemia linfóide crônica. Além de inúmeros subtipos com prognóstico, diagnóstico e tratamento diferentes entre si.
Segundo o médico os sintomas também são muito variáveis. —Desde casos descobertos por exame de rotina (hemograma) em pessoas completamente assintomáticas, até casos mais sintomáticos com sangramentos importantes e sem causa que justifique, cansaço e palidez por conta da anemia que acompanha o quadro. Além de mal-estar e infecções de repetição por conta da imunossupressão, já que os leucócitos maduros que devem nos proteger das mesmas, não são produzidos pois a medula está ´´ocupada´´ produzindo somente as células doentes, denominadas blastos —explica.
O diagnóstico baseia-se em hemograma completo e avaliação da medula óssea (retira-se pequena quantidade do líquido de dentro do osso da bacia ou do osso esterno no peito). —Para determinarmos o subtipo e o prognóstico, outros exames mais sofisticados complementam a investigação (imunofenotipagem, biologia molecular – métodos PCR e NGS, e citogenética – convencional e por FISH): todos oferecidos pelo grupo Fleury—.
Dr. Tiago destaca que o tratamento varia muito. —Desde condutas somente expectantes, onde nenhum tratamento específico é necessário, até tratamento com quimioterapias (oral e/ou venosa). Muito frequentemente, faz-se necessária a transfusão de plaquetas e hemácias para o suporte ao tratamento—.
O médico alerta que não existe uma conduta específica para prevenção da doença, mas levar uma vida saudável com alimentação balanceada, exercícios regulares e evitar consumos de substâncias nocivas é altamente aconselhável sempre, bem como evitar pesticidas ou agrotóxicos.
—Algumas leucemias têm cura, outras tem controle com tratamentos contínuos ou intermitentes. Mas sempre há tratamento a ser oferecido e, graças ao elevado número de doadores de medula óssea inscritos no banco mundial (no qual o nosso país é muito bem representado, com expressiva quantidade de candidatos a doação), o transplante alogênico de medula aumenta as chances de cura, mesmo para os subtipos de pior prognóstico— frisa.