Da jornada de 25 anos na área administrativa para o mundo da Inteligência Artificial.
Nos últimos tempos vimos a repercussão do relatório do McKinsey Global Institute, que aponta que as mulheres correm mais riscos que homens de perderem seus empregos até o final da década em razão do crescimento de inteligência artificial (IA) e automação.
Diante de tal notícia decidi escrever essas linhas porque posso contribuir ao compartilhar a transição de carreira que estou vivenciando, em que deixei de lado anos de dedicação somente em áreas administrativas e decidi desbravar este novo mundo da tecnologia.
Minha trajetória começou como muitas outras. Após a graduação em Administração de Empresas, mergulhei no mundo corporativo e trabalho há 25 anos na mesma empresa. O ambiente corporativo trouxe crescimento profissional e satisfação pessoal. Tenho dois filhos, sou casada, perto da faixa dos 50 anos e cheia de energia e vontade constante de aprender. Energia que me impulsionou recentemente há buscar mudanças dentro da própria empresa.
Foi no ponto de interseção entre o passado e o futuro que tomei a decisão ousada de explorar o mundo de Inteligência Artificial. Fui responsável por estruturar a área de Analytics Avançado na América Latina, que usa técnicas de IA, como aprendizado de máquina e análise preditiva, para extrair recomendações a partir de conjuntos de dados, e confesso que o processo de transição não foi isento de desafios. Gerenciar times técnicos, compreender algoritmos complexos e se aprofundar em um mundo onde a tecnologia evolui a passos largos, foi amedrontador. No entanto, a base sólida construída ao longo de anos se revelou valiosa.
Hoje, após uma jornada de transição que transformou minha carreira, vejo o papel da Inteligência Artificial de uma maneira totalmente nova. Tornou-se minha aliada na otimização de processos, na previsão de tendências e na tomada de decisões informadas. Percebi que a transição de carreira não é um salto no desconhecido, mas sim uma evolução natural.
Não tenho respostas para saber se nós mulheres teremos mais no mercado de trabalho com a introdução da Inteligência Artificial. O que posso dizer é que embora que a transformação digital crie apreensões quanto à substituição de funções tradicionais, ela também abre portas para um empoderamento significativo de mulheres que demonstram vontade de se desenvolver e abraçar tecnologias emergentes.
A vontade de aprender e se adaptar a essas novas oportunidades não apenas fortalece nossas carreiras, mas também contribui para a criação de ambientes de trabalho mais inclusivos e diversos.
Espero que minha jornada inspire outros a abraçarem a mudança, a desafiarem as fronteiras profissionais e a descobrirem o poder de se reinventar em qualquer fase da carreira.
. Por: Mariana Beber, formada em Administração de Empresas pela Universidade Metodista de São Paulo, tem especialização em Gerenciamento de Projetos pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e MBA em Marketing Estratégico pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Começou como estagiária na BASF.