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15/12/2023

Plataforma P-32 da Petrobras chega ao Estaleiro Rio Grande para desmantelamento

Pela primeira vez o desmantelamento de uma plataforma desse porte será realizado no Brasil, com geração de valor à economia local. O processo segue novo modelo de reciclagem de embarcações da companhia.

Depois de mais de uma semana de viagem desde a Bacia de Campos (RJ), a plataforma P-32 da Petrobras chegou no dia 14 de dezembro (quinta-feira) ao Estaleiro Rio Grande (RS), onde será submetida ao primeiro processo de reciclagem de uma unidade desse porte em solo nacional. O desmantelamento, que levará cerca de um ano, segue o novo modelo de reciclagem sustentável da companhia, que acompanha todas as etapas do trabalho, desde o recebimento até a destinação final dos resíduos.

—Esse modelo pioneiro reforça o compromisso internacional da empresa com a sustentabilidade e a transição energética justa. Além disso, o marco representa a criação de novas oportunidades para a cadeia econômica nacional, gerando valor para a sociedade —afirma o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos.

A plataforma foi adquirida em leilão pela Gerdau, que contratou a Ecovix para o desmantelamento. A desmontagem das estruturas ocorrerá no estaleiro. Na sequência, a Gerdau utilizará a sucata metálica gerada como matéria-prima para produção de aço em sua unidade de Charqueadas (RS). Outros materiais serão enviados para descarte seguro e correto, com praticamente 100% da unidade sendo reciclada.

—Essa iniciativa é pioneira na indústria brasileira do aço e contribuirá para que a empresa siga sendo uma referência na produção de aço com baixa pegada de carbono. Uma das fontes de geração de sucata metálica é o desmantelamento de plataformas como a P-32 e de navios, o que permite com que um volume importante destes materiais seja retirado dos mares brasileiros e transformados em novos produtos de aço, uma vez que o aço é um item 100% reciclável —afirma Carlos Vieira, diretor de matéria-prima e florestas da Gerdau.

A execução do plano será acompanhada pela Petrobras para garantir o cumprimento das práticas de segurança, meio ambiente, saúde ocupacional e responsabilidade social de forma sustentável e auditável, ao longo de todo o processo de reciclagem. Para o desmantelamento da P-32, estima-se um ano de duração das atividades de reciclagem. A P-32 chega a Rio Grande no momento em que a Petrobras conclui o leilão de venda da plataforma P-33, a segunda a ter destinação pelo novo modelo da companhia. A P-33 deve chegar ao estaleiro em meados de 2024 e, assim como na P-32, o desmantelamento levará cerca de um ano para ser concluído.

—Estamos avançando de forma muito responsável, levando nossa expertise para diversos setores da área naval e contribuindo para a geração de empregos e renda para todo o Sul do Rio Grande do Sul— enfatiza Robson Passos, diretor-presidente do Grupo Ecovix.

—O Brasil tem vantagens competitivas importantes, que o coloca numa posição bastante favorável para se tornar uma referência mundial em descomissionamento sustentável, com foco em geração de valor e respeito às pessoas e ao meio ambiente—. O nosso propósito é seguir contribuindo para o desenvolvimento e qualificação do mercado nacional. Para tanto, temos adotado uma série de iniciativas voltadas a ampliar a previsibilidade da nossa demanda ao mercado, com ampla divulgação dos requisitos de sustentabilidade exigidos e o número de unidades a serem recicladas nos próximos dez anos”, completa Travassos.

Reciclagem — A Política de Reciclagem para embarcações, adotada pela Petrobras, prevê:

. Implementar ações de minimização da geração de resíduos, prevenção de impactos à biodiversidade, além do reaproveitamento de equipamentos e o fomento à economia circular;

. Reciclar em estaleiros dotados de soluções tecnológicas que garantam a contenção de contaminantes decorrentes das atividades de desmantelamento, impedindo sua liberação para o meio ambiente;

. Inventariar previamente os materiais existentes na embarcação de modo a garantir a elaboração adequada de um plano de reciclagem pelo estaleiro;

.Reciclar a frota de embarcações de forma segura, protegendo o meio ambiente e pessoas que trabalham nos estaleiros de reciclagem;

. Considerar os requisitos da European Union Ship Recycling Resolution nº 1257/2013 no caso de estaleiros internacionais e/ou, no caso dos brasileiros, as licenças de operação e a conformidade com a legislação, regras e regulamentos de meio ambiente, segurança e saúde dos trabalhadores aplicáveis, incluindo gerenciamento de subcontratados;

. Atuar em conformidade com os compromissos que a Petrobras é signatária, incluindo medidas de controle à corrupção e respeito aos direitos humanos reconhecidos internacionalmente.

Plano de descomissionamento — A Petrobras irá destinar mais de US$ 11 bilhões às atividades de descomissionamento nos próximos cinco anos, envolvendo a destinação sustentável de 23 plataformas, o fechamento definitivo de mais de 550 poços e a remoção de quase dois mil quilômetros de linhas flexíveis — equivalente à distância entre Rio de Janeiro e Maceió, por exemplo. Após 2028, a empresa prevê a remoção de mais 40 unidades, conforme previsto pelo Plano Estratégico da companhia. Pautado pelas mais rigorosas práticas ASG (ambientais, sociais e de governança), o plano de descomissionamento reforça o compromisso global da empresa com a sustentabilidade e a transição energética justa.

Desmanche ecológico de plataforma gera oportunidades no complexo portuário — A embarcação foi descomissionada pela Petrobras e arrematada em julho deste ano pela Gerdau, em conjunto com a Ecovix, para ser desmontada. Essa será a primeira atividade deste tipo a ser realizada no município e no país, devendo gerar cerca de 200 postos de trabalho.

A P 33 também seguirá para o Rio Grande — A atividade seguirá um rigoroso padrão de atendimento das normas ambientais e o processo se tornará uma referência para os desmantelamentos de outras unidades da estatal, entre elas a P33, que também será trazida para Rio Grande para ter sua estrutura de aço reciclada.

O presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, falou sobre a importância desse momento para a indústria naval gaúcha. —Se abre um novo mercado, pois é o primeiro processo desse tipo acontecendo no país e dentro do nosso complexo, que trará desenvolvimento e oportunidades para a nossa comunidade—.

O prefeito da cidade do Rio Grande(RS). Fábio Branco, também acompanhou parte da manobra e celebrou este importante passo dado pelo município. —Essa é uma oportunidade que já vinha sendo mapeada para que pudéssemos gerar emprego e renda. Vamos continuar atentos, trabalhando para que o Estaleiro Rio Grande possa funcionar a pleno, trazendo desenvolvimento para o município e à região— disse Branco.