Necessidade de aumentar a oferta de energia aliada à visão de longo prazo em direção à economia de baixo carbono marcam debates.
O setor de óleo e gás é essencial para o crescimento econômico, para a garantia de energia e transição energética. Nesse contexto, a descarbonização do setor foi destaque durante o segundo dia da OTC Brasil. Alberto Ferrin, presidente da ExxonMobil no Brasil, ressaltou, em debate com o presidente do IBP, Roberto Ardenghy, a visão de longo prazo da companhia no mercado de energia global.
Segundo Ferrin, a perspectiva é que as energias renováveis tenham uma participação maior, no entanto, as atividades em exploração e produção de óleo e gás, terão ainda um papel fundamental na sociedade.
—Até 2050, haverá mais dois bilhões de pessoas no planeta. Ou seja, um aumento de 25%, além da melhoria dos padrões de vida. Para a ExxonMobil, isso vai alimentar o consumo de todos os tipos de energia —destacou o executivo.
Petrobras reduz emissões em 30% com equipamentos eletrificados —Carlos Travassos, diretor de engenharia, tecnologia e inovação da Petrobras, disse que a descarbonização e a transição energética serão lideradas globalmente pelo segmento de O&G. Eletrificação é uma tendência que a Petrobras está trabalhando no curto prazo. —Já reduzimos 30% de nossas emissões com equipamentos eletrificados— revelou.
No segmento de energias renováveis, Travassos indica o interesse da Petrobras pela tecnologia de unidades eólicas offshore. O executivo ressaltou que a empresa tem conhecimento para liderar este mercado. —Estamos estudando nossa atuação no segmento de eólicas offshore no longo prazo. Temos toda expertise para apoiar o Brasil neste campo de geração de energia renovável —concluiu.
Tecnologias existentes apoiam na descarbonização —Na cadeia produtiva atual do segmento de energia, cerca de 70% dos equipamentos já são planejados e operam com foco na descarbonização global. Esta é a avaliação de Armando Juliani, Líder de Soluções EAD da Siemens Energy. —A eletrificação é um caminho para diminuir a emissão em determinadas industrias, como a de automotores”. João Caldas, Líder de Analitics, Novas Tecnologias e Inovação da Casa dos Ventos, avaliou que, em 2050, “temos percebido, na última década, um crescimento de 90% de renováveis no grid —analisa.
Pré-sal é seguro para armazenamento de carbono —Existem diversos mecanismos para captura e armazenamento de carbono (CCUS) nos reservatórios do pré-sal, que podem ser gerenciados com segurança na visão de Jorge Pizarro, coordenador de controle de reservatório da PPSA. —Temos grandes perspectivas para programas de CCUS para o pré-sal nos próximos 20 —30 anos. Teremos avanço na tecnologia offshore e em estudos econômicos para viabilizar os projetos— avalia Pizarro. Hoje, a Petrobras possui o maior projeto de CCUS do mundo no pré-sal, com 23 plataformas equipadas com sistemas de armazenamento. Mais de 40 milhões de toneladas de CO2 foram reinjetados nos reservatórios até 2023 e a meta é alcançar 80 milhões até 2025.
Integração energética —Desafios da integração energética no Brasil também foram discutidos no segundo dia de OTC Brasil. Márcio Félix, CEO da EnP, enfatizou que há muito trabalho a ser feito para promover a melhor integração entre diferentes fontes de energia. —Teremos a opção de carros elétricos e possuímos milhares de postos de abastecimento, acompanhada de um forte segmento de biocombustíveis. Precisamos balancear infraestrutura existente e novas— ressaltou.
Importância do campo de Mero — Operado pela Petrobras e parceiros, o campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, é considerado hoje “o estado da arte” na indústria de óleo e gás mundial. Às vésperas de completar 10 anos, comemorados na OTC 2023, o FPSO Guanabara, o maior em operação no país, atingiu o recorde de produção de 180 mil barris de petróleo e produção de 12 milhões de m³ de gás por dia. E com a entrada em produção do FPSO Sepetiba, no campo de Mero, a capacidade de produção aumentará para 630 mil barris por dia.
Até 2025, o campo terá cinco sistemas submarinos integrados, e opera com novas tecnologias para maximizar sua capacidade, como inteligência artificial em 4D para o levantamento de dados geosísmicos. Outras inovações do projeto são a adoção do Wag loop e de um sistema submarino de poços totalmente integrados.
Spotlight on New Technology® Awards —No fim do segundo dia da OTC Brasil foram premiados os principais cases de tecnologias recentes e consideradas as mais avançadas para direcionar a indústria offshore nos próximos anos.
Os vencedores do Spotlight on New Technology® Awardssão:. Bosch Rexroth, producer of Lean All-Electric Subsea Valve Actuation;
. DeltaTek -an Expro Company, producer of QuikCure®.
. Expro, producer – Expro HotDAS, ExDTS and QikView DFOS Data Processing and Visualization Software;
.Expro, producer of Centri-FI™ Consolidated Control Console.
A OTC Brasil terminou no dia 26 de outubro (quinta-feira), no Rio de Janeiro. A edição de 2023 conta com o patrocínio master da Petrobras; o patrocínio platinum da Shell e TotalEnergies; o patrocínio ouro da Ambipar, da bp, da Chevron, da Equinor, da ExxonMobil, da Prio e da RepsolSinopec Brasil; o patrocínio prata da Enauta, do Porto do Açu e da TechnipFMC; o patrocínio bronze da Corio Generation, da Perbras, da SBM Offshore, da Tenaris, da Tivit, da Quorum Software e da OceanPact; o patrocínio da Decarbonization & Technology Arena da Radix, da ASME, da TESS, da GE, da Huisman, da Innovation Norway, da PPSA, da Bratecc, da Shape e da Wams; apoio como operadora aérea oficial da United Airlines; a parceria oficial de compensação de carbono da Ambify; a ApexBrasil como parceira de Negócios Internacionais; a Blumar como agência de turismo oficial; a B&T como corretora de câmbio oficial; e parceiros como Abimaq, Brazil-Texas Chamber of Commerce, RedePetro ES, SPE Unifei e Norwegian Energy Partners. Além disso, o evento conta ainda com o apoio do Governo Federal.