Os novos aportes em projetos de transição energética anunciados incluem memorandos de entendimento(MOU) e outros acordos já assinados para instalação de projetos eólicos offshore e plantas de hidrogênio renovável, soluções para a siderurgia de baixo carbono, produção de fertilizantes nitrogenados, geração solar fotovoltaica e de biogás.
A Prumo Logística, holding responsável pelo desenvolvimento do Porto do Açu, anunciou no dia 30 de agosto (quarta-feira), a previsão de R$15 bilhões de investimentos em projetos voltados à transição energética, em até dez anos, no complexo porto-indústria, localizado na região norte do Rio de Janeiro.
A divulgação foi feita durante o Prumo Day, evento realizado no auditório da Editora Globo, no Rio de Janeiro (RJ), com transmissão online, que reuniu grandes players globais para discutir as oportunidades e os desafios da transição energética e do desenvolvimento da indústria de baixo carbono no Brasil.
—Estamos estruturando o Porto do Açu para transformá-lo no principal porto da transição energética no Brasil. Nossa expectativa é que, até o final desta década, os projetos de baixo carbono estejam implementados, sendo um dos poucos portos no mundo com industrialização de baixo carbono — destacou Rogério Zampronha, CEO da Prumo Logística.
Em operação desde 2014, o Porto do Açu é o maior complexo porto-indústria de águas profundas da América Latina. Ao todo, o complexo já recebeu R$ 22 bilhões em investimentos.
Os novos aportes em projetos de transição energética anunciados incluem memorandos de entendimento(MOU) e outros acordos já assinados para instalação de projetos eólicos offshore e plantas de hidrogênio renovável, soluções para a siderurgia de baixo carbono, produção de fertilizantes nitrogenados, geração solar fotovoltaica e de biogás.
Entre os acordos já anunciados pelo Grupo, estão parcerias para desenvolver plantas de hidrogênio verde com SPIC Brasil, além de projetos de eólica offshore com EDF Renewables, TotalEnergies e Neoenergia.
Prumo e Geo Bio Gas&Carbon fecham parceria para planta de biogás —A Prumo e a Geo Bio Gas&Carbon, líder no desenvolvimento da cadeia de biogás no Brasil, assinaram no evento uma nova parceria para a realização de um estudo de viabilidade para potencial instalação de uma planta de geração de biogás no porto-indústria ou em regiões adjacentes. O acordo está dentro do pacote de R$ 15 bilhões de investimentos previstos em projetos voltados à transição energética divulgado no dia 30 de agosto (quarta-feira).
Pelos termos do Memorando de Entendimentos (MOU), será avaliada a instalação da fábrica e também o uso da infraestrutura logística de apoio do Açu, incluindo plantas de purificação, produção de biocombustíveis, liquefação e unidade de produção de hidrogênio de baixo carbono.
A unidade será a primeira dedicada à produção de biogás no Açu e o objetivo é que o biogás possa atender as empresas instaladas no complexo portuário. Com tecnologia proprietária da Geo Bio Gas&Carbon, a planta em estudo terá capacidade de produção de 200 mil m³/dia de biometano.
As discussões em curso para a conexão do Porto do Açu com a malha de gasodutos doméstico, através da NTS ou da TAG, constituem fator importante para a constituição da parceria já que há a possibilidade de escoamento do biogás através destas rotas futuras. Os estudos devem ser desenvolvidos por até dois anos até a decisão de investimento.
O Prumo Day contou ainda com a participação de Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda e diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra. O palestrante principal falou sobre a necessidade de estabelecimento das bases que sustentarão o crescimento do PIB nos próximos anos no Brasil, cada vez mais baseado nas vantagens comparativas relacionadas ao baixo carbono.
— Nosso país é único de grande magnitude capaz de chegar à economia de emissões líquidas zero com as tecnologias atuais. Além disso, temos um grande efeito portfólio, com uma matriz diversa e capaz de tratar problemas de intermitência de forma sustentável por meio de um sistema elétrico único, integrado e coordenado, que consegue transportar energia de diferentes fontes para todo o Brasil— ressaltou.
Para Levy, o país tem estabilidade institucional e eficiência tributaria capazes de atrair investidores. —Estamos diante de uma oportunidade única de destacar a liderança do Brasil nos próximos 18 meses, no G20 e na COP30— completou.
Na primeira mesa, com moderação de Jorge Camargo, chairman do Grupo Ultra e conselheiro da Prumo e da afiliada Vast, os painelistas debateram a neoindustrialização e como desenvolver a indústria de baixo carbono no Brasil. Participaram da sessão Rogerio Nogueira, diretor de relações com Investidores da Vale, André Clark, VP para o hub América Latina da Siemens Energy, Dorian Zen, CEO da Toyo Setal, e Carla Primavera, superintendente da área de energia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No painel final, moderado por Rogério Zampronha, os convidados Charles Fernandes, country chair e diretor -geral da TotalEnergies, Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia, e Ítalo Freitas, vice-presidente de Engenharia de Expansão da Eletrobras, discutiram as oportunidades e desafios da transição energética para o Brasil.