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31/08/2023

Fecomércio RJ apresenta impacto bilionário com adoção do tax free na Câmara de Deputados

A estimativa é que o impacto com turistas estrangeiros no Rio de Janeiro chegue a R$ 2 bilhões, e o sistema é para todo o Brasil, portanto, o Brasil ganha com a medida.

A Fecomércio RJ apresentou, em audiência pública na Câmara dos Deputados no dia 30 de agosto (quarta-feira), os detalhes de pesquisa conduzida pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), mostrando o impacto positivo sobre o consumo no comércio fluminense caso o sistema tax free seja implantado no país.

Presente em diversos países do mundo, como forma de incentivar compras por parte de turistas, o sistema tax free permite o reembolso, ao turista estrangeiro, do valor de impostos embutidos nos preços de mercadorias.

A estimativa, mediante projeções feitas a partir de entrevistas com 866 turistas estrangeiros no Rio de Janeiro, é que praticamente dobraria o volume total estimado de compras feitas no estado por visitantes de outros países, passando de US$ 212 milhões por ano para US$ 411 milhões por ano — ou seja, um impacto superior a R$ 2 bilhões.

—Nós temos um princípio, que é não exportar impostos. E nós entendemos que o tax free é a oportunidade que o micro e pequeno empresário tem de participar do programa de comércio exterior do nosso país, vendendo as suas mercadorias a preços competitivos sem que o turista que está ali de passagem seja colocado como um contribuinte permanente— afirmou, na audiência, o presidente da Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior.

Coordenador da pesquisa, o ex-deputado federal Otávio Leite, consultor da Fecomércio RJ, ressaltou que a adoção do instrumento do tax free é uma forma de enfrentar o déficit hoje existente entre o que os brasileiros gastam no exterior e o que os turistas estrangeiros gastam no Brasil. Em 2019, esse déficit, destacou Leite, chegou a R$ 11 bilhões.

—Para resolver esse assunto, só tem um jeito: trazer mais turistas para o Brasil e fazer com que esses turistas consumam mais no Brasil— disse Otávio Leite.

A audiência foi realizada na Comissão de Turismo da Câmara, por iniciativa do deputado Ricardo Abrão (União-RJ). Está em tramitação na Câmara, desde 2017, projeto de lei complementar que institui o tax free, de autoria do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB). Nesta quarta-feira, o deputado federal Júlio Lopes(PP-RJ) apresentou requerimento de urgência para o projeto.

Também presente à audiência, a coordenadora-geral de Atração de Investimentos do Ministério do Turismo, Cinthia Marques, deixou claro que, diante dos dados apresentados pela pesquisa do IFec RJ, a pasta agora tem uma noção mais concreta sobre o impacto positivo da medida inclusive em nível nacional.

—Tomando por base a pesquisa da Fecomércio RJ, quando a gente fala dos números, que subiria o consumo médio desse turista internacional de US$ 543 para US$ 665, e que isso injetaria na economia do Rio de Janeiro mais de R$ 1 bilhão. A gente está falando do Rio de Janeiro, imagina o tamanho do Brasil —disse a representante do Ministério do Turismo.

A audiência contou, também, com a participação de Gustavo Tutuca, secretário estadual de Turismo do Rio de Janeiro; André Horta, diretor institucional do Comsefaz (Comitê Nacional dos secretários de Estado da Fazenda); e Diogo Bueno, diretor da Monex Participações, além de, remotamente, o subsecretário de Política Tributária da Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro, Thompson Lemos.

O Projeto já foi aprovado em todas as comissões e está pronto para deliberação no plenário da Câmara dos Deputados.

Fecomércio RJ — Reúne 59 sindicatos patronais, líderes empresariais, especialistas e consultores com o objetivo de fomentar o desenvolvimento dos negócios no setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado do Rio de Janeiro. Desenvolve soluções, pesquisas e disponibiliza conteúdo sobre questões que impactam a vida do empreendedor e colaboram nas decisões dos gestores públicos. Representa mais de 330 mil estabelecimentos, que respondem por 2/3 da atividade econômica do estado e 68% dos estabelecimentos, gerando mais de 1,6 milhão de empregos formais, que equivalem a 60% dos postos de trabalho no estado. Através do Serviço Social do Comércio (Sesc RJ) atua em assistência social, cultura, educação, lazer e saúde aos comerciários e população carente, enquanto o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) promove educação profissional voltada para o setor.