E vê aumento de tarifa da Ásia. Cosco Shipping, OCCL e ONE vão encarregar-se do novo itinerário que inclui escala em Lisboa.
A Cosco Shipping Lines, sua subsidiária OOCL e a Ocean Network Express (ONE) lançarão um novo serviço semanal conectando a Europa com a Costa Leste da América do Sul (ECSA). O primeiro itinerário partirá no dia 16 de setembro de Montevidéu com o “Xin Nan Tong” de 4.051 TEU operado pela Cosco.
Segundo informações da Alphaliner Cosco e da OOCL, as embarcações de serviço vão operar, mas ainda não foi confirmado se a ONE aportará capacidade ou se participará apenas por meio da compra de espaços. O serviço seria concluído em oito semanas com uma frota de navios Panamax de 4.000 a 5.000 TEUs.
A Cosco designará o novo serviço como ‘ESE2’, enquanto a OOCL e a ONE comercializarão a conexão como ‘EEX’ e ‘LUX’, respectivamente. Com este lançamento, as operadoras visam principalmente o mercado sul-americano de carga refrigerada para exportação.
A Cosco já oferece uma conexão entre o norte da Europa e a ECSA por meio da compra de espaços no serviço ‘Samba’ semanal da Maersk, sob o nome ‘ESE’.
O novo serviço ‘ESE2’ / ‘EEX’ / ‘LUX’ inclui escalas nos portos de Rotterdam, London Gateway, Hamburgo, Antuérpia, Lisboa, Algeciras (SB), Santos, Paranaguá, Montevidéu, Buenos Aires, Itapoa, Paranaguá, Santos, Rio de Janeiro, Algeciras (NB) e Rotterdam.
As duas chegadas no porto de Algeciras, na Espanha, permitirão o transbordo de cargas de/para outros portos do Mediterrâneo. De referir que este novo serviço coloca no mercado a primeira ligação direta entre Lisboa e a ECSA.
Ao contrário da Cosco que já marca presença na rota, a ONE junta-se ao serviço como novata na rota Europa – ECSA.
América Latina em destaque — A Cosco Shipping Lines planeja há algum tempo expandir sua presença na América Latina. A nova conexão Europa – ECSA soma-se à sua participação como fornecedora de embarcações no serviço ‘SWX’ / ‘Eurosal XL’ / ‘EWX’ North Europe – West Coast of South America (WCSA), que é uma operação conjunta da Hapag-Lloyd (6 embarcações), CMA CGM (3) e Cosco (1). O contributo da operadora chinesa neste serviço é o “Cosco Shipping Volga” de 9.092 TEUs.
Rota do Extremo Oriente – ECSA continua alta — Em outra frente, as taxas à vista na rota Extremo Oriente-Costa Leste da América do Sul (ECSA) desafiaram a onda negativa que está mantendo as taxas baixas em outras grandes rotas comerciais. A taxa média da operação aumentou 17,7% nos últimos três meses, passando de US$ 2.800 para US$ 3.300/FEU, o maior patamar desde dezembro do ano passado.
As tarifas para todas as companhias aéreas nesta rota aumentaram desde meados de maio, aumentando em US$ 130 e US$ 700/FEU em junho. Em meados de julho, o ONE tinha a taxa média mais alta e o HMM oferecia o mais baixo.
Segundo Xeneta , os volumes crescentes nesta rota contrastam fortemente com outros mais importantes, principalmente com a queda de volumes no Transpacífico. De acordo com a Marine Benchmark, as embarcações que concluíram os serviços Extremo Oriente – ECSA durante o segundo trimestre apresentaram 92,5% de sua capacidade concluída, em comparação com 83,2% da rota Extremo Oriente – Costa Leste dos EUA (USEC).
Restrições no Canal do Panamá — Estima-se que as restrições de calado no Canal do Panamá tenham influenciado o aumento do fator de preenchimento. Por exemplo, as embarcações Neopanamax são limitadas a um calado de 44,5 pés, abaixo dos 50 pés normais, o que representa um verdadeiro desafio para embarcações fortemente lotadas com destino à ECSA.
As restrições de draft também levaram a tempos de espera mais longos. Os neopanamaxes, em particular, enfrentam longos atrasos, já que o tempo médio de espera para os navios com destino ao norte aumentou em meados de julho para 11 a 12 dias, de zero a um dia no início de junho.
Para Xeneta, resta saber por quanto tempo o aumento das taxas spot do Extremo Oriente – ECSA será mantido, ou se é apenas uma anomalia temporária. As operadoras, pelo menos, ficarão satisfeitas com a situação no momento. | MM.