Novas embarcações devem ser construídas a partir do aumento na infraestrutura portuária brasileira.
A construção de novos portos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, bem como a ampliação dos existentes, deve aumentar a demanda por rebocadores e empurradores. Embora não haja dados precisos sobre o número exato de unidades adicionais necessárias, é razoável esperar um crescimento no mercado de apoio portuário nessas regiões. Estaleiros já percebem um aquecimento de projetos e uma boa taxa de ocupação para embarcações de serviço, indicando perspectivas positivas para o segmento.
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a frota de cabotagem brasileira em 2024 inclui 250 a 300 rebocadores/empurradores utilizados para manobras de atracação e desatracação de navios e 150 a 200 barcaças empurradores, totalizando em torno de 500 embarcações desse tipo. A idade média da frota de apoio portuário no Brasil caiu de 21 para 18 anos entre 2010 e 2013. Considerando que a vida útil de um rebocador é de aproximadamente 25 anos, cerca de 25% da frota brasileira pode vir a ser substituída nos próximos anos.
E é com base nesta perspectiva que a PCE Engenharia, empresa especializada na fabricação e montagem de quadros de comandos para este tipo de embarcação projeta resultados positivos para 2025. —Inclusive já nos primeiros meses deste ano tivemos um incremento na carteira de pedidos em torno de 75% em relação a 2024 —afirma o diretor comercial da empresa, Everton Rorato, complementando que o ano passado, as compras deste setor foram razoáveis. —Mesmo assim é um segmento que representou cerca de 10% do faturamento total da empresa —assinala o executivo.
A PCE atua como fornecedora de painéis elétricos e de automação para o setor naval desde 2007. No rol de produtos estão quadro elétrico principal, quadro elétrico de emergência, quadro elétrico terra, painel de controle individual de motores entre outros. Segundo Rorato, no Brasil, o segmento de rebocadores e empurradores vem adotando tecnologias modernas, apesar de ainda em um ritmo mais lento em comparação com países como os da Europa a China e EUA, nas áreas de automação, eficiência energética e redução de emissões tais como: Sistemas de propulsão Híbridos (Diesel-Elétrico), SCR (Redução Catalítica Seletiva) e EGR (Recirculação de Gases de Exaustão) — Usados para reduzir NOx em motores modernos, Sistemas de Controle Dinâmico de Posição (DP) – Usados em rebocadores de apoio offshore (ex: operações da Petrobras), Sensores e Câmeras de Monitoramento — Para evitar colisões e auxiliar em manobras portuárias e Piloto Automático Avançado. —Alguns rebocadores já contam com sistemas de estabilização automática e telemetria, mas isto depende muito de tamanho, capacidade e tipo de propulsão adotado —explica ele.
O diretor comercial comenta ainda que, de modo aproximado, em um empurrador, o custo dos painéis elétricos e instalações elétricas geralmente representa entre 8% a 15% do investimento total de construção. O que vai determinar o valor final é o tipo de propulsão, ou seja, se é a diesel convencional, híbrido (diese-elétrico), ou somente elétrico. —Cada um vai demandar um tipo de painel e uma configuração de instalação elétrica e para todos eles, temos soluções on demand, com a mais alta tecnologia existente no mercado hoje— finaliza Rorato.