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09/04/2025

Microaposentadoria e a revolução causada pela Geração Z no mercado de trabalho

A tendência da microaposentadoria está ganhando espaço no mercado de trabalho, especialmente entre a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2009). Mas o que ela propõe? —A tendência sugere uma nova visão sobre trabalho e qualidade de vida, substituindo a tradicional aposentadoria tardia por múltiplas ‘mini aposentadorias’ ao longo da vida”, explica Ricardo Dalbosco, especialista em comunicação e liderança entre gerações. “São períodos em que profissionais se afastam do trabalho por alguns meses ou anos para viajar, estudar, empreender ou simplesmente descansar—acrescenta.

Segundo ele, essa mudança reflete a busca por equilíbrio entre vida profissional e pessoal, se é que ainda dá para separar, priorizando experiências em vez da estabilidade de carreira. —Diferentemente das gerações anteriores, que seguiam um modelo linear de trabalho seguido pela aposentadoria, a Geração Z adota um caminho fragmentado e mais dinâmico —conta Dalbosco.

—Muitos jovens optam por trabalhar um a dois anos e, em seguida, fazem pausas estratégicas. Essa flexibilidade é viabilizada pela digitalização do trabalho e pela crescente aceitação de modelos remotos e autônomos— explica Dalbosco, lembrando que, a partir de 2030, essa geração representará mais de 58% da força de trabalho global.

Segundo o especialista, os zoomers preferem ganhos moderados com maior autonomia, em vez de carreiras rigidamente estruturadas e dependendo muito de poucos. —Além disso, têm foco em sustentabilidade, qualidade de vida e liberdade geográfica —observa.

Revolução e muitos desafios —A ascensão da microaposentadoria também está atrelada ao contexto econômico. Dalbosco destaca que as atuais condições dificultam aumentos salariais expressivos, levando a Geração Z a priorizar experiências enriquecedoras ao longo da vida, em vez de esperar pela aposentadoria tradicional ou pelas promoções nos cargos da empresa. —Com a maior acessibilidade ao trabalho remoto, muitos conseguem transitar rapidamente entre empregos, mesmo que não ideais, reduzindo a insegurança de longas pausas— afirma Dalbosco, conhecido como o maior formador de LinkedIn Top Voices e Creators no Brasil.

Para ele, esse comportamento está alinhado à tendência global do “Quiet Ambition” (ambição silenciosa), em que jovens evitam cargos de liderança para preservar sua flexibilidade de tempo e espaço. Esse modelo contrasta com o das gerações anteriores (Baby boomers e Geração X, por exemplo), nas quais o status profissional era altamente valorizado.

Embora a microaposentadoria traga benefícios como a redução do burnout e o estímulo à criatividade, Dalbosco alerta para os desafios desse modelo. —A falta de planejamento financeiro e a constante mudança de emprego podem comprometer a segurança econômica futura dos profissionais. Por outro lado, essa geração está reformulando as relações de trabalho e desafiando as empresas a adotarem uma nova abordagem. Para atrair e reter talentos, as organizações precisam equilibrar flexibilidade e estabilidade, criando um ambiente que alinhe produtividade e bem-estar— ensina.

Por fim, ele destaca que os profissionais de hoje não querem esperar até o final da vida para aproveitar suas conquistas. —Com um mercado de trabalho mais flexível e novas possibilidades de emprego remoto, a microaposentadoria surge como uma alternativa viável para experimentar novas vivências, ter liberdade de tempo e aproveitar o presente— conclui.

Perfil — Ricardo Dalbosco é palestrante referência em Comunicação e Liderança entre gerações e o Futuro do Trabalho, sendo estrategista de marca pessoal, referência nacional e com experiência em projetar marcas pessoais de profissionais de sucesso de quatro continentes, além de marcas corporativas. É escritor Best-Seller, conselheiro de empresas, vencedor de prêmios, além de colunista e consultado por diversas mídias de renome nacional. É o maior formador de LinkedIn Top Voices e Creators no Brasil, trabalhou em diversos lugares pelo mundo com diferentes culturas e gerações e é considerado o profissional de confiança de vários executivos, empresários e board members no país.