As duas empresas assinaram um acordo para realizar estudos sobre a frota, avaliações da demanda de energia e outros fatores necessários para viabilizar Onshore Power (OPS) para navios petroleiros.
A Vast Infraestrutura e o Porto de Rotterdã, considerado o maior da Europa e um importante hub de energia, anunciaram a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) para promover a eletrificação de navios petroleiros atracados ao redor do mundo.
Batizada de OPS for Tankers First Movers Coalition, a iniciativa busca engajar os principais agentes da indústria marítima, como armadores, empresas petrolíferas, terminais e associações comerciais, para desenvolver um plano de ação conjunto que incentive o uso de Onshore Power Supply (OPS) para navios petroleiros.
A medida está em linha com uma das Trilhas de Descarbonização desenvolvidas pela Vast, que busca viabilizar a eletrificação de embarcações, por meio de parcerias, para contribuir com a descarbonização do setor marítimo. Hoje, o T-Oil já disponibiliza energia de terra para rebocadores e embarcações de apoio.
O acordo prevê estudos de caso sobre a composição da frota, rotas de navegação, a adaptabilidade dos principais terminais de líquidos do mundo, demanda energética e outros fatores fundamentais para garantir a conexão segura desses navios à rede elétrica. O estudo tem como objetivo estabelecer a colaboração necessária entre os stakeholders. Diversos stakeholders serão envolvidos após a contratação do estudo. Os resultados serão apresentados pelos órgãos reguladores, incluindo a Organização Marítima Internacional (IMO), para buscar apoio para as regulamentações que serão necessárias para a implementação bem-sucedida dessa tecnologia no futuro.
— Hoje, há três grandes barreiras: tecnologia, infraestrutura portuária adequada e uma frota capaz de se conectar à rede. Por meio dessa parceria, nosso objetivo é envolver diversos stakeholders para acelerar a adoção de OPS para navios petroleiros, que já é considerada uma forma eficiente de descarbonização para outros tipos de embarcações atracadas. O mercado de navios petroleiros apresenta desafios específicos que queremos abordar nesse projeto— disse Adriano Truffi Lima, diretor de Sustentabilidade da Vast Infraestrutura.
O Oil Companies International Marine Forum (OCIMF), do qual a Vast é membro, formou um grupo sobre OPS que já publicou recomendações preliminares de design para navios petroleiros e terminais, além de anunciar um documento informativo completo cobrindo aspectos de aplicação segura. O Porto de Rotterdã contribuiu para o material com base em estudos detalhados. A expectativa é de que, durante a produção deste documento, o padrão eletrotécnico para navios petroleiros seja disponibilizado.
No setor marítimo, as emissões de carbono dos navios petroleiros que transportam petróleo bruto e seus derivados são consideradas de difícil redução (hard-to-abate). O OPS é uma tecnologia que permite a descarbonização limpa de navios atracados, mas que ainda precisa ser amplamente adotada pelo setor dos navios petroleiros. O primeiro estudo de caso, liderado pela Vast e o Porto de Rotterdã, será focado em navios petroleiros de petróleo bruto. Estudos de casos futuros abordarão outros segmentos do mercado de navios petroleiros.
De acordo com o executivo da Vast, essa iniciativa voluntária tem o potencial de impactar positivamente o setor marítimo globalmente. —Um dos pilares do plano de descarbonização da Vast é desenvolver soluções colaborativas para reduzir as emissões de gases do efeito estuda no segmento marítimo e ajudar a diminuir a pegada ambiental das exportações de petróleo no Brasil. A cooperação inicial com o Porto de Rotterdã, um dos principais portos do mundo, é uma estratégia para alcançar esse objetivo — acrescentou Lima.
O Porto de Rotterdã é um dos principais portos de entrada de petróleo bruto na Europa e um destino-chave para navios petroleiros que realizam operações de transbordo no terminal da Vast, localizado no Porto do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro. Em 2024, a Vast foi responsável por quase 40% das exportações totais de petróleo bruto no Brasil. Estima-se que o a exportação de petróleo no país triplique até 2030.