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29/03/2025

Banco Central reduz PIB de 2,1 para 1,9 em 2025

E para a inflação a estimativa é de alta, de 4,5% para 5,1%, acima da meta.

O Banco Central (BC) divulgou relatório do primeiro trimestre do ano no dia 27 de março (quinta-feira), onde reduziu a estimativa de crescimento do país de 2,1% para 1,9% em 2025. O relatório traz a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) —a soma dos bens e serviços produzidos no país—. Nele, projeta inflação para este ano sobe de 4,5% para 5,1%, acima da meta.

Desaceleração: — A desaceleração clara ficou nos setores mais sensíveis ao ciclo econômico, no consumo das famílias e na formação bruta de capital fixo. Nesse contexto, a projeção para o crescimento do PIB em 2025 foi revisada para baixo, de 2,1% para 1,9%, com maior redução na expectativa dos componentes mais cíclicos —diz o relatório.

Segundo o Banco Central a economia aquecida favorece a alta da inflação, dificultando a convergência para a meta. A inflação acumulada em 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou de 4,87% em novembro para 5,06% em fevereiro.

A meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, podendo variar 1,5% para mais ou para menos. De acordo com o documento, se continuar nesta toada, a situação é desafiadora.

— No cenário de referência, a inflação continua acima do limite do intervalo de tolerância ao longo de 2025, começando a cair a partir do quarto trimestre, mas ainda permanecendo acima da meta. Nesse cenário, a inflação acumulada em quatro trimestres fica na faixa de 5,5%-5,6% nos três primeiros trimestres de 2025, cai para 5,1% no final do ano, 3,7% em 2026 e 3,1% no último período considerado, referente ao terceiro trimestre de 2027—carimba o Banco Central.

O relatório ainda chama a atenção de que os efeitos dos aumentos das expectativas de inflação e da inércia decorrente das surpresas inflacionárias e da revisão das projeções de curto prazo pressionaram as projeções para cima, enquanto a subida da taxa de juros real, a apreciação cambial e a queda do preço do petróleo contribuíram para baixo.

— Sem contar que o cenário externo permanece desafiador e segue exigindo cautela por parte de países emergentes— observa o relatório.

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse ainda no dia 27 de março (quinta-feira) , durante entrevista para apresentação do Relatório de Política Monetária do primeiro trimestre, que os possíveis impactos da medida que ampliou o crédito consignado para celetistas ainda não foram considerados nas projeções da autoridade monetária.

— A gente não considerou ainda, nas nossas projeções, o impacto do consignado privado. Temos visto, desde o lançamento, estimativas variadas de como será o impacto. Há muita dúvida sobre quanto isso representa um fluxo novo de crédito ou uma substituição de dívida antiga por nova, e sobre como isso vai se desdobrar no tempo —concluiu.