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28/03/2025

Portos do Arco Norte transportaram 47,4% de todo o milho exportado pelo país em 2024

Superando os outros corredores. Os portos da região exportaram ainda 35,3% de toda a soja que saiu do país no ano passado.

De acordo com o Anuário Estatístico da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) divulgado em fevereiro deste ano com os dados consolidados de 2024, os portos privados do Arco Norte -— que inclui os portos da região Norte e Nordeste acima do paralelo 16ºS — movimentaram 52,3 milhões toneladas de soja e milho para exportação em 2024.

Desse total, foram exportadas 18,4 milhões de toneladas de milho, o correspondente a 47,4% de toda a exportação de milho no país; e 34,4 milhões de toneladas de soja, ou o equivalente a 35,3% do total nacional. Os percentuais impressionam, pois superam todos os outros corredores do país, inclusive Santos, que exportou 16,7 milhões de toneladas de milho em 2024 (o correspondente a 42% do total nacional); e 27,9 milhões de toneladas de soja (28,3% do total de exportações no país em 2024).

Segundo o diretor -presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), Flávio Acatauassú, o resultado mostra como o setor é resiliente e trabalha com afinco para crescer de forma consistente e constante, mesmo em um cenário de seca extrema, como se observou em 2024.

—Somos resilientes e estamos preparados para acelerar nosso crescimento ano a ano. Em 2024, passamos por inúmeros desafios, com um período extremamente seco que nos impactou, mas não nos imobilizou. Trabalhamos, como sempre, com amplos investimentos em infraestrutura, com sustentabilidade e preocupação ambiental —explicou o executivo.

Apesar dos resultados positivos, os representantes dos portos privados do Arco Norte reforçam a necessidade de investimentos para que o período de seca cause o mínimo de impactos para a navegação na região.

—A dragagem dos pontos críticos do Rio Tapajós, a ser realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), é extremamente necessária para que naveguemos de maneira perene, evitando a interrupção no escoamento de cargas no período da seca, que impacta sobremaneira o segmento. Defendemos o desenvolvimento do setor e da economia brasileira, através da correta aplicação de políticas públicas e privadas que possam mitigar os problemas causados pela seca, respeitando o meio ambiente e buscando o bem estar da sociedade como um todo —detalhou Acatauassú.

Expectativas — O setor fechou 2024 com alta expectativa para 2025. —Atualmente, temos uma capacidade instalada de 52 milhões de toneladas e já há investimentos em andamento para mais 48 milhões de toneladas de granéis. Ou seja, teremos uma capacidade de embarque de cerca de 100 milhões de toneladas de grãos nos próximos cinco anos. Estamos preparados para essa crescente demanda e nos modernizando ainda mais para continuarmos crescendo de forma competitiva —finalizou o diretor-presidente da Amport.