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18/03/2025

Produção de veículos registra 392,9 mil unidades no 1B25, diz Anfavea

Alta de 14,8% ante o mesmo período em 2024. De acordo com a associação, impulsionada pelas altas nas exportações e pelo mercado interno aquecido, produção foi a maior para o mês de fevereiro desde 2019. Destaque para os veículos pesados nos dois primeiros meses do ano. Mas o custo do crédito no Brasil ainda é um grande empecilho para os negócios, entre algumas incertezas a nível global neste momento, a qual dependem as montadoras.

As 217,4 mil unidades que deixaram as linhas de montagem em fevereiro representaram a maior produção para o mês desde 2019. Com isso, a produção acumulada do primeiro bimestre chegou a 392,9 mil unidades, alta de 14,8% sobre o mesmo período de 2024, de acordo com os dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Trata-se do melhor resultado para os dois primeiros meses do ano desde 2021. Boa parte dessa alta na produção pode ser creditada à consistente recuperação dos volumes de exportações neste início de ano, intensificando tendência verificada desde a metade do ano passado. E esse bom desempenho dos embarques está associado ao crescimento de 172% nos envios de veículos para a Argentina no primeiro bimestre. Ao todo, 76,7 mil unidades saíram do Brasil neste ano, 55% a mais que nos dois primeiros meses de 2024, sendo 62% desse montante para o país vizinho. No mercado doméstico, as vendas no primeiro bimestre foram as maiores desde 2020, somando 356,2 mil unidades. Em fevereiro, a média diária de 9.248 emplacamentos subiu 19% em relação a janeiro, com destaque para as vendas diretas, que cresceram 39%, bem acima do varejo.

Destaque para aumento das exportações para Argentina; Colômbia; Uruguai e Chile. Mas o Brasil vem perdendo espaço para a China na América do Sul. China já tem participação de 27,9% no mercado na América Latina, enquanto o Brasil terminou 2024 com 13,9% nesta fatia dos mercados vizinhos.

O setor analisa o crescimento com pé no freio, por conta do alto custo do crédito no Brasil e, incertezas a nível global (por exemplo, taxação de aço e alumínio pelos EUA), resoluções que precisam de um grande diálago entre governos.

— Dentro desse volume de emplacamentos, há de se destacar em forma de alerta a elevação contínua da participação de importados, que neste ano está acima de 21%. Desde 2012 não havia uma presença tão grande de modelos estrangeiros nas vendas, e boa parte dessa elevação se deve a veículos de fora do Mercosul, em especial os eletrificados chineses— afirmou o presidente Márcio de Lima Leite, reiterando a necessidade da aplicação imediata do Imposto de Importação de 35% para todos, independentemente de origem ou motorização.

Perda de competitividade — A preocupação que ronda o segmento são montadoras locais que estão produzindo na China e, trazendo seus produtos para o Brasil e América Latina, é um desafio para a associação dos fabricantes de veículos locais, terá que buscar um entendimento de regulação com os outros países, pois o Brasil está perdendo competitividade — completa Lima Leite.

Os países que hoje enviam veículos para o Brasil, respectivamente: Argentina; China; México; Alemanha; Uruguai e, Tailândia.

Veículos pesados em alta — O segmento de ônibus foi um dos que mais cresceu no primeiro bimestre, com 3,7 mil unidades emplacadas e 4,3 mil produzidas, elevação de 50% e 11% sobre o mesmo período do ano passado, respectivamente. Os motivos para essa aceleração são as entregas dentro do programa Caminho da Escola e o reaquecimento do transporte municipal. Ainda sob efeito das encomendas feitas durante a Fenatran, em novembro, o segmento de caminhões cresceu 11%, tanto em vendas como em produção. No entanto, a elevação da taxa de juros gera grande preocupação para as fabricantes, que já notam uma menor procura nas concessionárias, e isso pode se refletir nos números dos próximos meses. Ao contrário dos segmentos de veículos leves, caminhões dependem essencialmente de financiamento para a concretização de vendas.

Previsões para 2025: a Anfavea projeta para o ano de 2025 2.749 unidades, um aumento de 6,3%, sendo veículos leves o total de 2.653, uma alta de 6,6%, e veículos pesados 149,2, alta de 1,3%. Para exportação a associação projeta um aumento de 7,4%, um total de 428 veículos, divididos em 405 leves (alta de 7,7%) e, 23,2 pesados (2,2%). No quesito emplacamentos. O total deve ficar em 2.802 veículos, aumento de 6,3%., sendo veículos leves 2.653(alta de 6.6%), e veículos pesados 149,2 (alta de 1,3%).