No contexto das eleições, o presidente Javier Milei visitou a Expoagro 2025 que aconteceu de 11 a 13 de março (terça a quinta-feira), na Argentina. O presidente Milei esteve acompanhado da ministra da Segurança, Patricia Bullrich; seu porta-voz, Manuel Adorni; e o deputado nacional José Luis Espert. Ele não deixou dúvidas sobre a aproximação do governo com o setor agrícola.
O presidente Javier Milei liderou a cerimônia de encerramento da Expoagro 2025. Durante o último dia da exposição, ele fez um discurso no Pampero Agribusiness Center, percorreu o local e reservou um capítulo de sua agenda para demonstrar ao setor agrícola que não se esqueceu de suas prioridades.
Autoridades de todos os três níveis, produtores, empresários e representantes de organizações agrícolas estavam presentes no auditório. Do lado de fora, uma multidão de visitantes da Expoagro o recebeu com entusiasmo.
Na Casa Rosada, eles já estão focados nas eleições de meio de mandato. Foi por isso que Milei decidiu visitar a Capital Nacional do Agronegócio com figuras importantes de seu gabinete e representantes da província de Buenos Aires, o distrito com maior participação eleitoral.
O tom do seu discurso foi de comemoração, e ele aproveitou o contato com o setor para elogiar as medidas tomadas pelo Governo. Ele concentrou toda a sua atenção no aspecto econômico e confirmou que o governo está determinado a —tirar o pé da cabeça do setor agrícola—. Foi a mesma coisa que Luis Caputo disse quando visitou a exposição.
—Quero agradecer a todos os produtores que servem à nação cultivando o solo argentino— disse ele e, em um gesto de alinhamento ao setor, afirmou que —quando o campo vai bem, o país vai bem—.
Além de Bullrich, Espert e Adorni, a delegação também incluiu o prefeito de Tres de Febrero, Diego Valenzuela, que se juntou às fileiras de La Libertad Avanza e está emergindo como uma figura importante na estrutura provincial. “Cheguei cercado de pessoas que irritam os esquerdistas em todos os lugares. —Eles vão dizer que sou provocador, e eu adoro isso— disse o presidente.
O papel do campo na sua política econômica — Em um discurso repleto de referências aos marcos de sua gestão e focado na ligação com o setor agrícola, Milei destacou a situação das contas públicas e os resultados das medidas tomadas pelo ministério de Caputo. —Nosso plano de estabilização está funcionando, estamos avançando —disse ele.
E acrescentou: —Não há contradição entre o campo e a indústria. A Expoagro é uma prova clara de que a industrialização e a inovação são consequências naturais do sucesso da atividade primária—.
Em sua segunda visita à megaexposição como presidente, Milei conseguiu demonstrar aos produtores que não havia esquecido as promessas que havia feito a eles. Entre a diferença cambial e as retenções, ele enfatizou a primeira reivindicação e afirmou que —era a coisa mais importante a ser resolvida—. Isso deixa a porta aberta para que o setor ganhe esperanças em relação à redução de impostos, e o presidente confirmou que a demora do Executivo se deve ao fato de que —é preciso avançar com cautela para que as reformas sejam duradouras—.
—Entendemos a necessidade urgente de eliminar os impostos retidos na fonte, mas não beneficia ninguém se os reduzirmos para ganho político e depois o modelo entrar em colapso, como aconteceu em outros governos— explicou. Mas, para não deixar dúvidas, ele reafirmou: —Queremos eliminar as restrições e retenções para sempre, para que o país possa se sustentar sem saquear seu setor produtivo—.
Da mesma forma, no marco do sucesso da última edição da Capital Nacional do Agronegócio, o presidente comemorou o —aumento de 50% na demanda por crédito para máquinas” e programas de financiamento relacionados à produção, como o anunciado recentemente para o setor de carne suína.
—Nosso programa não é um milagre, nós simplesmente aplicamos uma sólida teoria econômica. Não é por acaso que as exportações agroindustriais cresceram 56% em volume e 26% em vendas —enfatizou.
Segurança, o mais aplaudido —Foi uma semana turbulenta para o governo, marcada pela violência nas ruas, tumultos no Congresso, confrontos sobre o acordo com o FMI e a emergência humanitária em Bahía Blanca. Milei aproveitou sua visita à Expoagro para oferecer publicamente seu apoio a todo seu gabinete, mas especialmente à ministra da Segurança, Patricia Bullrich.
—Quem os faz, paga por eles. Os bons são os de azul, e aqueles que andam com trapos no rosto e ameaçam porque não querem perder o emprego são os que deveriam ir para a cadeia— afirmou. Foi a intervenção mais aplaudida do discurso presidencial. —Olhe para aqueles que estão esperneando e gritando e você verá onde o ajuste ocorreu—acrescentou.
Antes de encerrar, Milei abordou a situação em Bahía Blanca, para onde viajou com sua equipe no dia 11 de março (terça-feira). —Tive que escolher entre uma foto bonita e salvar vidas—. —Se eu tivesse ido antes, teria atrapalhado— explicou, em resposta às críticas que recebeu.
Além disso, ele confirmou que enviará um fundo de 200 bilhões de pesos ao município. —O superávit fiscal nos permite reduzir impostos e restaurar a produtividade do setor privado, mas também lidar com situações inesperadas e tragédias— enfatizou.