Medidas podem abrir portas para novas parcerias comerciais, caso o Brasil se posicione de forma inteligente.
Para a Associação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, a recente imposição de tarifas pelo presidente Donald Trump, desde sua posse, representa um cenário desafiador para o comércio exterior brasileiro, especialmente para o agronegócio e a indústria siderúrgica. —No entanto, ao observarmos a conjuntura de maneira estratégica, é possível enxergar também uma oportunidade de crescimento para o Brasil, desde que o país adote uma postura proativa frente às mudanças no cenário internacional. As medidas, inicialmente prejudiciais, podem abrir portas para novas parcerias comerciais, caso o Brasil se posicione de forma inteligente e aproveite a reconfiguração das relações globais— sugere Sérgio Duarte, presidente da Rio Indústria.
A resistência de Trump às pressões internas e externas, como o possível impacto econômico de suas políticas tarifárias, indica uma postura inflexível do presidente americano. Contudo, a tendência de retaliações, como já se observa no México e na China, pode beneficiar o Brasil. —Caso o mercado internacional procure alternativas a produtos de países afetados pelas tarifas, como os Estados Unidos e seus aliados, o Brasil tem a chance de ampliar suas exportações, especialmente para a China, que se mostra um parceiro de negócios cada vez mais relevante —aponta o industrial.
É importante que o Brasil, ao lado de outros países afetados pelas medidas, busque alternativas para fortalecer suas relações comerciais. A negociação com países como o México e o Canadá, que também enfrentam tarifas dos EUA, é um caminho natural para a expansão de mercados. O Brasil pode, ainda, intensificar suas relações com o Mercosul, criando oportunidades de negócios e diversificando suas parcerias comerciais, algo defendido pelo senador Confúcio Moura(MDB/RO).
A entidade industrial ressalta que o impacto das tarifas dos EUA no Brasil depende diretamente da forma como o país se posicionará diante desse cenário de incerteza. —Ao invés de adotar uma postura reativa, o Brasil deve aproveitar a abertura para explorar novas possibilidades de comércio, principalmente com países que estão em conflito com os EUA. Este é um momento importante para repensar e fortalecer nossa estratégia comercial global— diz Sérgio Duarte.