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25/02/2025

Presidente do CREA-RJ leva engenheiros portugueses para conhecer os bastidores do Sambódromo

Quem vê o desfile das escolas de samba do Rio pela televisão, mal pode imaginar que nos bastidores do espetáculo há um verdadeiro show de engenharia, de todo tipo. De passagem pelo Rio para participar de cimeira bilateral entre o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e a Ordem de Engenheiros de Portugal (OEP), três engenheiros portugueses deixaram o Sambódromo boquiabertos com o que viram, na visita técnica coordenada pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (CREA-RJ), engenheiro Miguel Fernández, a uma semana do Carnaval 2025.

O principal anfitrião foi o presidente da Rioluz, Rafael Thompson, que apresentou aos visitantes os bastidores do espetáculo de luz e som que acontece nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e tem sido testado nos ensaios técnicos.

—Sem engenharia a gente não conseguiria fazer nada do que foi feito aqui no Sambódromo. Os nossos engenheiros responsáveis, os diretores da companhia, já têm uma experiência de ter vivido isso aqui nos últimos 30 anos, mas a gente agora inovou, fazendo novas instalações, reformas de muitos equipamentos e assim, a engenharia é sempre fundamental para que isso aconteça e dê a segurança para esse espetáculo maravilhoso que a gente tem aqui —afirmou o presidente da Rioluz, a companhia municipal de energia e iluminação do Rio de Janeiro, responsável por mais de 530 mil pontos de iluminação pública da cidade.

Para evitar qualquer risco de o show na Passarela do Samba ser interrompido, o presidente da Rioluz explicou que o Sambódromo tem hoje nada menos que 24 quilômetros de cabos de fibra ótica que percorrem cinco subestações de energia que contam com três redundâncias (a replicação de componentes do sistema elétrico para dar confiabilidade à infraestrutura). Thompson apresentou aos visitantes a sala de controle de iluminação do Sambódromo, onde há uma mesa de edição de luzes e um painel com 12 câmeras que exibe em tempo real pontos da passarela. Um sistema de monitoramento em 3 D permite testar a mistura de luzes, de acordo com a orientação dos representantes de cada escola de samba. A iluminação e o som do Sambódromo repetem hoje o mesmo sistema empregado no Maracanã.

Acompanhado dos superintendentes técnico e administrativo do CREA-RJ, respectivamente Leonardo Dutra e Édipo Ázaro, além de uma equipe de fiscais, o presidente do Conselho, Miguel Fernández, mostrou aos visitantes portugueses a importância da fiscalização do CREA para garantir a segurança do espetáculo.

—A ação da fiscalização é muitas vezes um trabalho invisível, mas fundamental para garantir a segurança do maior espetáculo da Terra, que é o carnaval do Rio de Janeiro. Esse espetáculo também é feito por profissionais da engenharia, centenas de empresas de engenharia. Para que isso aconteça, é fundamental que a fiscalização esteja presente, exigindo sempre profissionais devidamente habilitados e registrados, trazendo segurança ao carnaval —afirmou Fernández, que levou os portugueses a vários pontos da Passarela do Samba, como camarotes, cadeiras, as estruturas que ainda estavam sendo montadas e até ao palco principal, a pista por onde desfilam as escolas de samba.

O presidente e os vice-presidentes da Ordem dos Engenheiros de Portugal, respectivamente Fernando Almeida Santos, Jorge Liça e Lídia Santiago, não escondiam o entusiasmo diante do que viram nos bastidores da Marquês de Sapucaí.

—É realmente muita engenharia. Todas as áreas de engenharia estão aqui de alguma maneira. Engenharia civil, eletrotécnica, engenharia do ambiente, tudo está aqui e de forma sincronizada. Portanto, só tenho a dizer que fiquei impressionado com aquilo que é a responsabilidade dos técnicos e o processo de engenharia que está montado para que o carnaval no Rio de Janeiro funcione de forma espetacular —afirmou o presidente da OEP, observando que, diferentemente da arquitetura, o produto final da engenharia não é visível por todos.

Por isso mesmo, o presidente do CREA-RJ reforça a importância do trabalho da fiscalização para coibir o exercício ilegal da profissão.

—Eu acho fundamental cuidar da fiscalização porque é o que traz segurança a essa beleza de espetáculo. Tem o lado artístico, mas também tem o lado técnico, que é o lado da engenharia, para garantir a iluminação, o som. E a gente só lembra da engenharia, quando dá problema, só lembra quando falha. E comunicar isso ao público é mostrar um pouco da grandeza e da beleza que existe no nosso trabalho — afirmou Miguel Fernández.