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25/02/2025

Direita vence eleições na Alemanha e Friedrich Merz deve ser o novo chanceler

O partido de centro-direita União Democrata-Cristã (CDU) venceu as eleições parlamentares da Alemanha. Donald Trump e Elon Musk acompanharam de perto as eleições alemãs.

A legenda de direita radical Alternativa para Alemanha (AfD) ficou em segundo lugar, com votação recorde de 20,8%. Sua líder Alice Weidel afirmou que foi um “resultado histórico”, já que o partido obteve enormes ganhos desde a eleição de 2021. No dia 23 de fevereiro (domingo), o resultado registrou 28,6% dos votos após a conclusão da contagem.

Líder da CDU, Friedrich Merz terá a missão de formar um novo governo alemão, no lugar do chanceler Olaf Scholz, da coalizão de centro-esquerda do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD).

O partido de Scholz terminou em terceiro lugar, segundo a contagem final, e os Verdes ficaram em quarto.

Ao longo da última década, a AfD tem sido um dos partidos que mais cresceu junto ao eleitorado alemão. Com o resultado obtido, a AfD dobra seu número de assentos no Parlamento.

O partido é liderado por Alice Weidel, que se tornou popular entre os eleitores jovens no TikTok, principalmente homens. Analistas dizem que apesar de ela ter poucas chances de se tornar chanceler nesta eleição, a legenda trabalha com essa meta para os próximos quatro anos na Alemanha.

A AfD propõe medidas como a saída da União Europeia, a volta do marco alemão no lugar do euro como moeda nacional, o reestabelecimento de relações com a Rússia, a desativação de usinas eólicas e uma política de “remigração” — com deportação de cidadãos alemães baseado nas suas etnias.

O improvável rosto da AfD hoje é Alice Weidel, uma ex-analista de investimentos de 46 anos, que trabalhou nos bancos de investimentos Credit Suisse e Goldman Sachs.

Ela cresceu em uma família católica de classe média na Renânia do Norte-Vestfália, no oeste do país. Seu pai era vendedor e sua mãe era dona de casa. Seu avô era membro do partido nazista e foi indicado juiz militar na Polônia ocupada.

Weidel trabalhou na China, onde fez doutorado em economia estudando o sistema de aposentadoria do país, e fala mandarim. Já disse que é admiradora da ex-premiê britânica conservadora Margareth Thatcher.

Apesar de a AfD ter uma plataforma anti-imigração e conservadora dominada por homens — que defende o conceito de família como um pai e uma mãe.

Críticos questionam como ela consegue conciliar posições tão antagônicas: de um lado, um casamento lésbico com uma mulher de origem asiática; do outro a visão conservadora de famílias e a proposta de expulsar alemães de etnias diferentes do país. Mas Weidel não costuma falar sobre sua vida pessoal.

Analistas políticos dizem que Weidel é responsável pela recente radicalização da AfD.

Na campanha eleitoral, a AfD propôs fechar as fronteiras da Alemanha, retomar a compra de gás natural da Rússia e, em última instância, desmantelar a UE.

O manifesto acordado pelo partido inclui planos para abandonar o acordo climático de Paris e renunciar o euro como moeda.

Weidel passou a adotar publicamente o termo “remigração” — do qual aparentemente vinha tentando se distanciar no ano passado.

Trata-se de uma proposta para deportar estrangeiros e cidadãos “não assimilados”. Ou seja: expulsar da Alemanha cidadãos nascidos no país com etnias não-alemãs.

A remigração foi foco de um grande escândalo envolvendo a AfD no ano passado (veja abaixo nesta reportagem), mas em um encontro da sigla em janeiro, Weidel falou sobre “repatriações em larga escala”.

—E tenho que ser honesta com você: se isso vai ser chamado de remigração, então é isso que vai ser: remigração— disse ela.

Ao longo da campanha, Weidel também prometeu que, caso fosse eleita chanceler, daria um cargo em seu governo a Björn Höcke, um dos políticos mais radicais da AfD.

Donald Trump e Elon Musk — A campanha também foi influenciada pelas ordens executivas e declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assim como pela interferência de seu entorno a favor da extrema direita.

O vice-presidente americano, JD Vance, e o bilionário Elon Musk, assessor de Trump, apoiaram a AfD e aumentaram a visibilidade do partido de extrema direita.

Musk parabeniza ultradireita alemã por votação recorde—A votação do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD) nas eleições parlamentares no dia 23 de fevereiro (domingo) foi celebrada pelo bilionário Elon Musk, que ao longo da campanha atraiu acusações de interferência externa ao endossar abertamente a sigla. Após AfD dobrar seu eleitorado, O bilionário membro do governo Trump afirmou que em questão de tempo, o partido deve se tornar a força dominante da Alemanha. | Com informações da BBC.