Mas mantêm atenção sobre riscos econômicos, aponta pesquisa da Amcham.
O ano de 2025 começa sob o impacto de incertezas no cenário macroeconômico e geopolítico global. Tensões comerciais, disputas internacionais e o início do novo governo nos Estado Unidos fazem com que as empresas brasileiras acompanhem de perto as condições do mercado global.
Nesse contexto, a Pesquisa Plano de Voo 2025, apresentada no dia 17 de fevereiro (segunda-feira), pela Amcham Brasil durante encontro empresarial na Bolsa de Valores (B3), mostra que, apesar das preocupações, os empresários brasileiros mantêm otimismo quanto ao desempenho de seus negócios, projetando crescimento de receita para o ano.
Segundo o levantamento, 92% das empresas esperam aumento de faturamento em 2025, sendo que 36% projetam expansões superiores a 15%. No entanto, esse crescimento vem acompanhado de atenção aos riscos econômicos. As principais preocupações apontadas são taxas de juros elevadas (77%), desequilíbrio fiscal (64%), inflação elevada (63%) e desvalorização cambial (59%).
—A expectativa de crescimento dos negócios em 2025 está permeada por grande preocupação com os fundamentos da economia brasileira e com a evolução da conjuntura internacional. A adoção de medidas para estabilizar o cenário fiscal no Brasil e maior previsibilidade externa serão decisivos para que as empresas sigam investindo e expandindo seus negócios— Abrão Neto, CEO da Amcham.
Impacto do novo governo dos EUA e postura brasileira — O novo governo nos Estados Unidos aparece como o principal fator externo com potencial de afetar a economia brasileira. Questionados sobre o posicionamento do Brasil diante desse novo cenário, 60% dos entrevistados defendem uma postura proativa, buscando ampliar o diálogo e fortalecer as relações econômicas com os Estados Unidos. Outros 31% sugerem uma abordagem mais moderada, enquanto apenas 9% acreditam que o Brasil deveria adotar uma postura reativa ou indiferente.
Principais fatores externos que podem impactar a economia brasileira em 2025: Política econômica do novo governo dos EUA (60%); Disputas geopolíticas e novas barreiras ao comércio global (58%); Barreiras ao comércio (48%); Comportamento das commodities (48%); Desempenho da economia global (48%).
Prioridades para a agenda econômica do governo — Na visão do empresariado, o governo deve concentrar esforços nas seguintes frentes para fortalecer o ambiente econômico: Política econômica (90%); Investimentos em infraestrutura (54%); Medidas para geração de empregos e qualificação profissional (40%); Política industrial (38%); Apoio à inovação e digitalização (36%).
Reforma tributária: desafios e oportunidades — A reforma tributária aprovada em 2023 ainda gera dúvidas sobre sua implementação e impactos no ambiente de negócios. Para 47% das empresas, há potencial para aumentar a competitividade no médio prazo. No entanto, 38% avaliam que a adaptação às novas regras será moderada, enquanto 29% consideram o processo complexo, mas viável.