—O governo dos Estados Unidos anunciou no dia 10 de fevereiro (segunda-feira), a decisão de aplicar sobretaxas de 25% sobre as importações americanas de aço e alumínio de todas as origens. A medida, justificada por razões de segurança pública (Seção 232), revoga quotas de importação e isenções prévias, e está prevista para entrar em vigor a partir de 12 de março.
A decisão tem o potencial de afetar significativamente as exportações brasileiras desses setores. Em 2024, o Brasil exportou mais de US$ 5,7 bilhões em aço e ferro para os Estados Unidos, principal destino das exportações brasileiras. No mesmo ano, o Brasil exportou US$ 267 milhões em alumínio para o mercado americano, equivalente a 16,7% das vendas globais brasileiras. (Fonte: Secex/MDIC).
A indústria siderúrgica brasileira possui significativo grau de integração com os Estados Unidos. Em 2024, as empresas brasileiras importaram US$ 1,4 bilhão em carvão siderúrgico americano, utilizado para a produção do aço no Brasil. Além disso, o aço brasileiro é um insumo estratégico para a indústria americana. O Brasil, por sua vez, importa um volume relevante de bens fabricados com aço nos Estados Unidos, incluindo máquinas e equipamentos, peças para aeronaves, motores automotivos e outros bens da indústria de transformação. Com as sobretaxas, há o risco de redução das importações brasileiras desses produtos de origem norte-americana.
A Amcham Brasil espera que os governos do Brasil e dos Estados Unidos busquem uma solução negociada para preservar o comércio bilateral, que tem registrado recordes nos últimos anos, com ganhos para ambas as economias e expressivo superávit para o lado americano. De acordo com as estatísticas americanas (US ITC), os Estados Unidos registraram superávit de US$ 7,3 bilhões com o Brasil em 2024, um aumento de 31,9% em relação a 2023. Esse valor representa o sétimo maior saldo dos Estados Unidos com um parceiro individual naquele ano— conclui a nota da Amcham Brasil.