Desde o lançamento do Oracle Fusion Cloud ERP, muitos profissionais que utilizam o Oracle E-Business Suite (EBS) têm se perguntado sobre o futuro da plataforma. Será que a Oracle pretende descontinuá-la? Vale a pena substituir o sistema ou apenas levá-lo para a nuvem? Essas dúvidas são legítimas, pois o EBS tem sido um pilar essencial para empresas ao redor do mundo, ajudando na tomada de decisões estratégicas, na redução de custos e no aumento da eficiência operacional.
Em uma apresentação feita por Cliff Godwin, ex-vice-presidente sênior de desenvolvimento de aplicações da Oracle, divulgada em dezembro de 2021 no canal da All India Oracle Users Group (AIOUG), algumas respostas ficaram mais claras. Godwin, que esteve na Oracle por mais de quatro décadas, afirmou que a empresa segue investindo no E-Business Suite, mesmo diante da forte aposta em soluções de nuvem. Ele ressaltou que a Oracle tem adotado uma abordagem gradual de inovação, permitindo que cada empresa escolha o momento ideal para modernizar operações.
Apesar do crescimento das soluções de Software as a Service – SaaS, muitas companhias e instituições governamentais continuam confiando no EBS para processos críticos. Nos Estados Unidos, a plataforma ainda é utilizada em áreas como Segurança e Defesa Nacional, bem-estar social e agências governamentais. O mesmo ocorre em hospitais do Reino Unido e governos do Oriente Médio, reforçando a relevância contínua do sistema. Diante desse cenário, a Oracle garantiu suporte para o EBS pelo menos até 2035, com possibilidade de extensão conforme a demanda do mercado.
Para tornar essa transição mais acessível, a empresa tem incentivado a integração do EBS com a computação em nuvem. Um exemplo disso é a adoção do WMS (gestão de armazenagem), OTM (gestão de transportes) e EPM (planejamento orçamentário) no Cloud, que pode ser conectado ao EBS – modelo já em utilização em inúmeras empresas no Brasil. Além disso, migrar o EBS para a Infraestrutura Oracle Cloud (OCI) tem se mostrado uma alternativa viável para negócios que desejam modernizar a infraestrutura sem abrir mão do sistema atual.
A decisão de migrar totalmente para o Fusion Cloud exige uma análise cuidadosa. Custos, tempo de adaptação, impacto operacional, setor e necessidade de personalização são fatores que devem ser considerados antes de qualquer mudança. O suporte prolongado da Oracle ao EBS permite que empresas evitem decisões precipitadas, mas o avanço da computação em nuvem sinaliza que essa transição será inevitável a longo prazo. O desafio agora não é escolher entre um sistema ou outro, mas sim definir qual o melhor momento e estratégia para cada organização, lembrando-se de construir uma jornada segura, escalável e gradual, enquanto os usuários das empresas e as tecnologias amadurecem.
• Por: Éric Machado, CEO, especializado em gestão de Tecnologia da Informação (TI) e Supply Chain. Com quase 30 anos de experiência e conhecido por ser um dos primeiros consultores de Oracle EBS e Supply Chain do Brasil, além de já ter atuado em grandes companhias como General Eletric (GE), Xerox, Yamaha, Toyota, Globo, Epson, IBM, Deloitte, LATAM, Cummins e Meritor.