A saúde mental tem se tornado um tema central nos ambientes corporativos, especialmente após a pandemia de Covid-19, e os dados são alarmantes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 280 milhões de pessoas sofrem de depressão e ansiedade, resultando em uma perda de US$ 1 trilhão na economia mundial a cada ano.
A mesma pesquisa aponta que, para cada US$ 1 investido em iniciativas voltadas ao bem-estar mental dos colaboradores, US$ 4 são recuperados em ganhos de produtividade.
No Brasil, a preocupação com a saúde mental no trabalho também é evidente. Um estudo do Infojobs revelou que 86% dos trabalhadores estariam dispostos a mudar de emprego para preservar sua saúde mental. Profissionais têm priorizado empresas que promovem um ambiente saudável, o que reflete uma mudança de paradigma no mercado de trabalho. A busca por qualidade de vida e bem-estar no ambiente corporativo se tornou um fator decisivo na escolha de um novo emprego.
Como o ambiente de trabalho influencia a saúde mental?
O excesso de demandas, a cobrança por metas agressivas e a busca incessante por eficiência podem gerar insegurança e desmotivação entre os funcionários. A sobrecarga de tarefas, somada a rotinas irregulares — especialmente no trabalho remoto, onde muitas vezes não há um limite claro entre vida profissional e pessoal —, pode levar ao esgotamento.
Os segmentos profissionais estão buscando alternativas para equalizar esse desequilíbrio e a Advocacia 5.0 está no seu auge, pois representa um modelo de gestão que coloca o ser humano no centro da produção e incentiva a colaboração entre tecnologia e profissionais do direito. Essa abordagem não se trata de substituir advogados e estagiários por máquinas, mas de integrar soluções tecnológicas para otimizar tarefas repetitivas, permitindo que o trabalho humano seja direcionado a atividades mais estratégicas e criativas.
Além disso, a Advocacia 5.0 acompanha uma crescente demanda social por responsabilidade corporativa. Clientes estão cada vez mais atentos ao posicionamento das empresas e escritórios jurídicos, valorizando profissionais que, além de competência técnica, demonstram compromisso com o bem-estar de suas equipes. Essa postura fortalece a imagem da empresa, tornando-a mais atrativa tanto para talentos quanto para clientes.
Empresas que priorizam a saúde mental de seus colaboradores colhem benefícios significativos, como redução do absenteísmo e do presenteísmo, aumento da produtividade e melhoria na qualidade dos serviços prestados.
Qual o papel do Legal Operations nesse cenário? Para melhorar a qualidade de vida no trabalho e reduzir o esgotamento dos profissionais jurídicos, a otimização de processos é um dos caminhos mais eficazes. Um ambiente de trabalho bem estruturado, com maior autonomia e menos burocracia, contribui para rotinas mais saudáveis, fortalece o sentimento de pertencimento e reduz o turnover.
Em um mercado jurídico cada vez mais dinâmico e desafiador, Legal Operations surge como um pilar fundamental para a eficiência operacional e a promoção do bem-estar no trabalho.
Por meio da análise de dados, automação de tarefas repetitivas e gestão estratégica de projetos, o Legal Operations possibilita decisões mais assertivas e mudanças estruturadas, garantindo o cumprimento de prazos e a otimização do fluxo de trabalho.
Os impactos diretos da otimização de processos abrangem uma série de benefícios, como a redução da sobrecarga de trabalho, a melhoria na comunicação interna, a diminuição do estresse e da ansiedade, além do aumento da eficiência e da valorização dos profissionais envolvidos.
A implementação de Legal Operations não apenas transforma a gestão jurídica, mas também promove um ambiente mais saudável, produtivo e satisfatório para os colaboradores, o que se reflete diretamente no sucesso do negócio.
• Por: Raphaela Negri, analista de Legal Operations na Big Legal tech Finch, é advogada especialista em Direito Previdenciário e do Consumidor, com experiência em gestão de processos e fluxos de atendimento, resolução estratégica de demandas de grande volume e negociação e mediação de conflitos.