—O bilionário já demonstrou interesse por estrangeiros qualificados. À partir de 06 de março é aberta a temporada de aplicações para o visto H-1B —avisa Felipe Alexandre, advogado especialista em imigração americana e fundador da ALFA.
Sob a forte influência de Elon Musk, o governo de Donald Trump segue agindo para transformar o cenário da imigração para os Estados Unidos. Depois de duas semanas de gestão, já é possível observar duas estratégias diferentes e complementares: forçar um aumento da expulsão em massa dos não documentados e buscar atrair mais estrangeiros qualificados para o mercado de trabalho.
Na primeira frente, ao longo de janeiro, os Estados Unidos realizaram 109 voos de deportação de imigrantes, segundo dados reunidos pela CNN. Foram 31 voos para a Guatemala, 24 para Honduras, 14 para o México, 12 para a Colômbia, 9 para o Equador, 8 para El Salvador, 2 cada para Peru, República Dominicana, Nicarágua e Brasil e 1 cada para Jamaica, Cuba e China. E o governo de Donald Trump promete seguir endurecendo a política em relação aos ilegais, tenham eles ficha criminal ou não.
Por outro lado, o debate a respeito das políticas para imigrantes qualificados segue aquecido. —O Partido Republicano está dividido sobre este tema, mas vozes muito influentes, especialmente a de Elon Musk, têm levado o presidente a defender a atração de estrangeiros bem preparados para contribuir com as empresas mais exigentes do país— avalia Felipe Alexandre, fundador do escritório de imigração Alexandre Law Firm and Associates (Alfa).
À parte as resistências no grupo de Trump, recentemente, no final de janeiro, o presidente concedeu uma entrevista em que, mais uma vez, reforçou seu apreço por um visto específico, o H-1B, —Gosto da ideia de termos pessoas muito competentes vindo para o nosso país. Queremos pessoas competentes entrando em nosso país e o H-1B, que eu conheço muito bem e uso, permite que pessoas realmente competentes entrem em nosso país— declarou.
A pauta pode gerar polêmica internamente, mas é uma das principais bandeiras de Musk, o homem mais rico do mundo, fundador da Tesla e presença incontestável no governo. “Ele defende como o melhor caminho para qualificar a mão-de-obra do país rapidamente, e não está errado. O argumento do grupo liderado pelo empresário é o de que este visto, que é cada ano mais procurado, libera poucas vagas e acaba sendo desperdiçado como uma ferramenta de atração de talentos”, avalia Felipe Alexandre.
Visto H1-B pode ser passaporte para o Green Card —Criado em 1990, o visto H1-B garante trabalho temporário nos Estados Unidos, por três anos, prorrogáveis por outros três. Para solicitá-lo, é preciso ter recebido uma oferta de emprego de uma empresa que opera em território americano, apresentar um diploma universitário e comprovar que tem no mínimo dois anos de experiência em sua área de atuação. Ao longo do tempo de trabalho, é possível solicitar o Green Card. São atendidas empresas de diversas áreas, em especial Tecnologia da Informação (TI), engenharia e ciência.
Historicamente, o número de vagas é restrito e os vistos são distribuídos por sorteio. Atualmente, são oferecidas 65 mil posições por ano fiscal, com um adicional de 20 mil vagas para quem concluiu no mínimo um mestrado em uma instituição do ensino dos Estados Unidos. Em 2024, 780.884 mil pessoas se candidataram, segundo o US Citizenship and Immigration Services (USCIS).
Em dezembro de 2024, as regras para a concessão do visto foram ajustadas. Como informou, no início de janeiro, o diário online do governo americano, o US Citizenship and Immigration Services (USCIS) promoveu mudanças visando aumentar a flexibilidade e a eficiência do programa, de forma a proporcionar maiores benefícios e flexibilidades aos peticionários e beneficiários e fortalecer as medidas de integridade do programa. Entre outras medidas, os ajustes permitem que as empresas apresentem petições de visto em nome dos trabalhadores que pretendem contratar.
Nova temporada de inscrições para o visto H1-B —As mudanças nas regras e o possível avanço na política americana na direção de fortalecer o visto H1-B são debatidas a poucas semanas do início da temporada de aplicações para o ano fiscal de 2025. A partir de 6 de março, é possível solicitar o visto.
Para quem ainda não reuniu a documentação, ou está preocupado com o cenário político atual dos Estados Unidos, o fundador do escritório Alfa recomenda não desistir. —O momento pode não parecer propício à primeira vista, mas a América continua sendo o país das oportunidades. E tudo indica que, para os imigrantes altamente qualificados, a perspectiva vai ser positiva nos próximos quatro anos—.
Perfil — Dr. Felipe Alexandre é advogado especialista em imigração americana. Fundador da ALFA— Alexandre Law Firm & Associates e referência em vistos humanitários, de trabalho e de investimento. Possui BAR (Licença Americana) em dois estados — Washington, DC e Nova York o que lhe autoriza a exercer a atividade em todo o território americano, além de nove licenças que lhe concedem o direito de ir até a Suprema Corte em defesa de imigrantes.
Reconhecido e convidado pela AILA – American Immigration Lawyers Association – para palestrar e compartilhar seu conhecimento altamente especializado sobre EB2-NIW com outros advogados.
Premiado nos últimos cinco anos como um dos Top 10 Advogados de Imigração de Nova York pelo American Institute of Legal Counsel e com classificação “Excelente” no Avvo; Também é considerado, um dos 10 principais advogados da Califórnia, em votação pela revista jurídica “Attorney & Practice Magazine”, e reconhecido pela “Super Lawyers (Thomas Reuters)” como referência no campo das leis imigratórias dos EUA.
Fluente em seis idiomas (fluente em inglês, português, espanhol, francês, crioulo haitiano e mandarim). É nascido no Brasil, mas mudou-se para os Estados Unidos ainda criança, e tem dedicado a sua carreira à comunidade estrangeira que busca viver legalmente nos Estados Unidos. | https://alexandrelaw.com