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07/01/2025

Mercado financeiro aumenta inflação para 4,99% em 2025, diz Banco Central

Boletim Focus 2025 projeta dólar a R$ 6 e Selic com 15%, ao final do ano. Para a dívida líquida do setor público, a projeção para 2024 caiu de 63,70% do PIB para 63,65% do PIB. E está estacionada nos mesmos 66,50% do PIB em 2025 nas últimas cinco semanas. Para 2026, continuou em 68,30% do PIB, enquanto a dívida prevista para 2027 ficou nos mesmos 70,88% do PIB.

O mercado financeiro mantém as expectativas de alta tanto para a inflação como para a cotação do dólar em 2025. No caso da inflação, essa expectativa de alta se mantém há 12 semanas, culminando, agora, com uma projeção de que, ao final do ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) –—considerado a inflação oficial do país — esteja em 4,99%. Números que estão no Boletim Focus divulgados no dia 06 de janeiro (segunda-feira), pelo Banco Central (BC).

Há uma semana, a expectativa do mercado era de que a inflação fechasse 2025 em 4,96%; e há quatro semanas era de que fechasse em 4,59%. Para os anos subsequentes, o mercado trabalha com expectativas inflacionárias de 4,03% em 2026; e de 3,90 em 2027.

A estimativa para 2025 é mais pessimista que as previsões oficiais. O governo federal estima um IPCA de 3,1% este ano, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 aprovada no Congresso Nacional.

A expectativa para a taxa básica de juros, também apresenta tendência de alta. Os analistas do mercado financeiro aumentaram a previsão e apontam que a Selic termina 2025 em 15% ao ano. Na última consulta do ano passado a projeção era de 14,75%.

Com relação ao Produto Interno Bruto(PIB), os analistas trabalham com um crescimento de 2,02% na economia. Na semana passada a previsão era de um PIB de 2,01% em 2025. Com relação ao câmbio, os economistas trabalham com o dólar encerrando cotado a R$ 5,99.

Como ainda não foi divulgado o índice oficial da inflação de 2024, o mercado continua a fazer projeções para o ano encerrado. Neste caso, a expectativa para o índice inflacionário caminhou em sentido oposto, reduzindo dos 4,90% projetados há uma semana para 4,89%, segundo o boletim divulgado hoje. O teto para a meta inflacionária estipulada para 2024 é 4,50%.

Selic — A projeção para a taxa básica de juros (Selic) continuou em 10,25% para 2024, enquanto a estimativa para 2025 subiu de 9,18% para 9,25%. Para 2026, continuou nos mesmos 9,0%, enquanto a taxa esperada para 2027 também se manteve em 9,0%.

A expectativa, portanto, é que a Selic apresente alta já no início de 2025. Diante desse cenário, o mercado financeiro aumentou a projeção dessa taxa básica para o fim deste ano, passando dos 14,75% projetados há uma semana, para os 15% projetados neste boletim mais recente. Há quatro semanas, esta projeção estava em 13,50%.

Para os anos subsequentes, o mercado trabalha com uma projeção de 12% em 2026; e de 10% em 2027.

Câmbio — A mediana das projeções para o dólar em 2024 se manteve em R$ 5,05, enquanto a de 2025 avançou de R$ 5,05 para R$ 5,09. A de 2026 continuou em R$ 5,10 e a de 2027 passou de R$ 5,10 para R$ 5,11.

Dólar e PIB — O mercado projeta que, ao final de 2025, o dólar esteja sendo comercializado a R$ 6, mantendo a tendência de alta que vem sendo observada há dez semanas. Na semana passada, a cotação esperada para o final deste ano era de R$ 5,96; e há quatro semanas era de que a cotação da moeda norte-americana fecharia o ano em R$ 5,77.

Para 2026 e 2027, as expectativas se mantêm estáveis, em R$ 5,90 e R$ 5,80, respectivamente.

Já as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB)— a soma dos bens e serviços produzidos no país de 2025— aumentaram de 2,01% para 2,02%. Há quatro semanas, o mercado projetava crescimento de 2% para o PIB de 2025. Para os PIBs de 2026 e 2027, o mercado projeta crescimentos de 1% e 2%, respectivamente.

Juros — Os economistas do mercado financeiro passaram a prever um aumento maior da taxa básica de juros da economia brasileira neste ano.

No fim do ano passado, o Banco Central não só elevou os juros pela terceira vez, para 12,25% ao ano, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom)como também indicou que deve subir a taxa novamente no começo de 2025.

Resultado primário —A projeção para o resultado primário em 2024 ficou no mesmo déficit de -0,70 do PIB observado nas três últimas semanas. Mas a estimativa para 2025 piorou, passando de -0,60% do PIB para -0,67% do PIB. Para 2026, a estimativa se manteve em -0,50% do PIB, no mesmo patamar há 14 semanas. Já para 2027, a previsão teve piora, passando de um déficit de -0,30% do PIB para -0,50% do PIB.

Dívida pública — Para a dívida líquida do setor público, a projeção para 2024 caiu de 63,70% do PIB para 63,65% do PIB. E está estacionada nos mesmos 66,50% do PIB em 2025 nas últimas cinco semanas. Para 2026, continuou em 68,30% do PIB, enquanto a dívida prevista para 2027 ficou nos mesmos 70,88% do PIB.

Balança comercial — As projeções para a balança comercial brasileira em 2024 subiram de US$ 82,26 bilhões para US$ 82,51 bilhões, enquanto o saldo positivo estimado para 2025 se manteve em US$ 78,0 bilhões na semana. Para 2026, a projeção continuou em US$ 80 bilhões, enquanto em 2027 avançou de US$ 85 bilhões para US$ 85,50 bilhões.