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27/12/2024

EMS recebe aval da Anvisa e lança Olire e Lirux

Duas inovações para o tratamento de obesidade e diabetes tipo 2. Medicamentos estarão disponíveis nas farmácias de todo o Brasil ao longo de 2025. Farmacêutica se torna a primeira brasileira a produzir e vender análogos de GLP-1 para o país e o mundo. Entrada em mercado multibilionário de liraglutida reposiciona empresa no cenário global. Medicamento usa matéria prima sintética e tem alto teor de pureza.

A EMS, maior laboratório farmacêutico do Brasil, obteve aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a produção de dois medicamentos inovadores à base de liraglutida: Olire, para o tratamento de obesidade, e Lirux, voltado ao controle do diabetes tipo 2. Ambos os produtos, classificados como análogos de GLP-1 — peptídeos de alta tecnologia — estarão disponíveis nas farmácias brasileiras a partir de 2025. Com essa conquista, oficializada pelo órgão no dia 24 de dezembro (terça-feira), a EMS se torna a primeira farmacêutica 100% brasileira a ingressar no mercado global de análogos de GLP-1, competindo diretamente com gigantes internacionais do setor. A empresa também é pioneira no Brasil a obter autorização para fabricar e comercializar essas moléculas tanto no mercado interno quanto no exterior.

Para Carlos Sanchez, presidente do Conselho de Administração da EMS, a conquista representa um marco histórico a companhia que completa 60 anos e alcança um novo patamar no segmento farmacêutico nacional e mundial. —Desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, do zero. Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado, reforçando nossa posição de liderança no mercado farmacêutico brasileiro com produtos de alta qualidade e de grande impacto —destaca.

Internacionalização —A inovação é atualmente a principal estratégia da empresa para ganhar relevância global com pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e submetê-los, posteriormente, ao registro e aprovação de agências regulatórias no Brasil e exterior. De acordo com a companhia, as novas terapias anunciadas estão em linha com a sua fase de internacionalização, que segue em rota acelerada de investimentos para concorrer no mundo com medicamentos complexos, de qualidade e revolucionários no mercado e saúde pública.

Carlos Sanchez afirma que a expectativa é comercializar essas moléculas de liraglutida também no exterior. —Daqui a oito anos, o grupo poderá faturar US$ 2 bilhões no exterior e outros US$ 2 bilhões no Brasil— disse.

Segundo levantamento da Barclays, o setor de medicamentos para combater a obesidade pode movimentar até US$ 199 bilhões anualmente nos próximos anos. Só em 2022, as vendas do medicamento de referência para diabetes tipo 2 movimentaram mais de US$ 6 bilhões no mundo até agosto de 2023.

Tecnologia de ponta — Olire, indicado para tratamento de obesidade e sobrepeso com comorbidades; e Lirux, indicado para diabetes tipo 2; reproduzem o GLP-1, um hormônio fisiológico produzido pelo intestino (incretinas), liberado na presença de glicose, que sinaliza ao cérebro que estamos alimentados, diminuindo o apetite. Ele aumenta os níveis de insulina e equilibra os níveis de açúcar no sangue. Estes medicamentos de inovação incremental são fabricados por meio da UltraPurePep, a mais moderna tecnologia existente para criar a nova geração de análogos de GLP-1, que proporciona alto grau de pureza e rendimento.

Nova Fábrica — Os medicamentos Olire e Lirux já estão sendo fabricados em fase piloto na nova unidade fabril do Grupo NC, Rio Biofarmaceutica Brasil Ltda (RBBL), instalada em um espaço de 2,5 mil metros quadrados dentro da própria sede da farmacêutica EMS, em Hortolândia (SP), cuja inauguração ocorreu em agosto de 2024. A RBBL é uma unidade fabril altamente tecnológica, que terá capacidade para produzir, por ano, 20 milhões de unidades de canetas injetáveis contendo esses medicamentos. A partir de março de 2025, a expectativa é dobrar a produção para 40 milhões de unidades.

Somente a fábrica, demandou um investimento de R$ 70 milhões — desse total, R$ 48 milhões provenientes do financiamento com o BNDES, em contrato assinado em 2020. A nova unidade fabril vai gerar 150 novos empregos e cerca de outros mil postos de trabalhos de forma indireta.

De acordo com a empresa, o grande diferencial é justamente a tecnologia embarcada que usa matéria prima sintética (peptídeo químico) e permite um alto teor de pureza. A dose de Lirux é até 1,8mg, ao dia; e de Olire, até 3mg ao dia.

EMS — A EMS, maior laboratório farmacêutico no Brasil, líder de mercado há 18 anos consecutivos, pertence ao Grupo NC. Com 60 anos de história e 6,7 mil colaboradores, atua nos segmentos de prescrição médica, genéricos, medicamentos de marca, OTC e hospitalar, fabricando produtos para praticamente todas as áreas da Medicina. Tem presença no mercado norte-americano com a sua controlada Vero Biotech, localizada em Atlanta, Geórgia (EUA), por meio da qual a EMS obteve em 2019 a aprovação de seu primeiro produto revolucionário, fruto de inovação radical, submetido à FDA (EUA), posicionando o laboratório como uma empresa inovadora no mercado global. A EMS também investe consistentemente em inovação incremental, em genéricos de alta complexidade e é uma das acionistas da Bionovis, de medicamentos biotecnológicos – considerados o futuro da indústria farmacêutica. A empresa possui unidades produtivas em Jaguariúna (SP); em Brasília (DF); em Hortolândia (SP), onde funcionam o complexo industrial, incluindo o Centro de Pesquisa & Desenvolvimento, um dos mais modernos da América Latina, e a unidade totalmente robotizada de embalagem de medicamentos sólidos; e conta também com a Novamed, localizada em Manaus (AM), uma das maiores e mais modernas fábricas de medicamentos sólidos do mundo. Na Sérvia, possui a farmacêutica Galenika, adquirida em 2017 como parte do processo de internacionalização da companhia. A EMS exporta para 55 países e tem, na Itália, o laboratório de pesquisas MonteResearch. A empresa mantém um histórico consistente de iniciativas sociais, culturais, ambientais e esportivas dentro e fora do país como uma forma concreta de também promover saúde e qualidade de vida.